Estatuto morfológico das sequências -alhão e -arrão.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/100607 https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v23i2p167-184 |
Resumo: | O presente estudo procura caracterizar o estatuto morfológico de -alh- e de -arr- nas sequências -alhão e -arrão, as mais prototípicas de construções similares que envolvem, por exemplo, -alhaço, -alhote, -alhaz, -arraz. Os afixos -alh- e -arr-, pouco representados na língua portuguesa hodierna, têm sido considerados infixos, sufixos ou segmentos de sufixos compósitos -alhão e -arrão. Os dados do português europeu ‘popular’ de grande parte do século XX contribuem para clarificar o percurso destes sufixos na língua portuguesa (variedades europeia e brasileira). A hipótese que se coloca é a de que se trata de formativos que, de sufixos pouco produtivos, terão sido reanalisados como constituintes de sufixos compósitos, nos quais os formativos mantiveram, cristalizando-os, os valores matriciais herdados. O quadro teórico que espalda esta reflexão é multidimensional, envolvendo nomes de referência dos estudos morfológicos e lexicais como Aronoff e Fudeman (2005), Basílio (1999, 2004), Bechara (2004), Booij (2007, 2010), Cunha e Cintra (1984), Nunes (1989), Rio-Torto (1993, 2020), Vasconcelos (1914). Dados de diferentes sincronias e de diferentes universos sociodialectais podem contribuir para clarificar as representações conceptuais que poderão estar na base de mudanças de estatuto de certos afixos, por via de processos de reanálise que os afetam. |
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Estatuto morfológico das sequências -alhão e -arrão.Sufixos avaliativosInfixosReanáliseMorfologia derivacionalFormação de palavras do portuguêsEvaluative suffixesInfixesReanalysisDerivational morphologyPortuguese word formationO presente estudo procura caracterizar o estatuto morfológico de -alh- e de -arr- nas sequências -alhão e -arrão, as mais prototípicas de construções similares que envolvem, por exemplo, -alhaço, -alhote, -alhaz, -arraz. Os afixos -alh- e -arr-, pouco representados na língua portuguesa hodierna, têm sido considerados infixos, sufixos ou segmentos de sufixos compósitos -alhão e -arrão. Os dados do português europeu ‘popular’ de grande parte do século XX contribuem para clarificar o percurso destes sufixos na língua portuguesa (variedades europeia e brasileira). A hipótese que se coloca é a de que se trata de formativos que, de sufixos pouco produtivos, terão sido reanalisados como constituintes de sufixos compósitos, nos quais os formativos mantiveram, cristalizando-os, os valores matriciais herdados. O quadro teórico que espalda esta reflexão é multidimensional, envolvendo nomes de referência dos estudos morfológicos e lexicais como Aronoff e Fudeman (2005), Basílio (1999, 2004), Bechara (2004), Booij (2007, 2010), Cunha e Cintra (1984), Nunes (1989), Rio-Torto (1993, 2020), Vasconcelos (1914). Dados de diferentes sincronias e de diferentes universos sociodialectais podem contribuir para clarificar as representações conceptuais que poderão estar na base de mudanças de estatuto de certos afixos, por via de processos de reanálise que os afetam.The present study aims to characterize the morphological status of -alh- and -arr- in the sequences -alhão and -arrão, the most prototypical of similar constructions involving, for example, -alhaço, -alhote, -alhaz, -arraz. The affixes -alh- and -arr-, poorly represented in contemporary Portuguese language, have been considered infixes, suffixes or segments of composite suffixes -alhão and -arrão. The data from 'popular' European Portuguese of the 20th century contribute to clarify the course of these suffixes in the Portuguese language (European and Brazilian varieties). The hypothesis that is placed is that these initially unproductive suffixes have been reanalyzed as constituents of composite suffixes, in which the formatives kept, crystallizing them, the inherited matrix values. The theoretical framework that supports this reflection is multidimensional, involving reference names of morphological and lexical studies such as Aronoff e Fudeman (2005), Basilio (1999, 2004), Bechara (2004), Booij (2007, 2010), Cunha e Cintra (1984), Nunes (1989), Rio-Torto (1993, 2020), Vasconcelos (1914). Data from different synchronies and different socio-dialectal universes contribute to clarify the conceptual representations that may be the basis of changes in the status of certain suffixes, through reanalysis processes that affect them.FC12-528D-DD7F | Graça Maria Oliveira Silva Rio-Tortoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion2021-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/100607http://hdl.handle.net/10316/100607https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v23i2p167-184por2176-9419cv-prod-3017587Rio-Torto, Graçainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-07-06T20:37:08Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/100607Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:17:56.772848Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O presente estudo procura caracterizar o estatuto morfológico de -alh- e de -arr- nas sequências -alhão e -arrão, as mais prototípicas de construções similares que envolvem, por exemplo, -alhaço, -alhote, -alhaz, -arraz. Os afixos -alh- e -arr-, pouco representados na língua portuguesa hodierna, têm sido considerados infixos, sufixos ou segmentos de sufixos compósitos -alhão e -arrão. Os dados do português europeu ‘popular’ de grande parte do século XX contribuem para clarificar o percurso destes sufixos na língua portuguesa (variedades europeia e brasileira). A hipótese que se coloca é a de que se trata de formativos que, de sufixos pouco produtivos, terão sido reanalisados como constituintes de sufixos compósitos, nos quais os formativos mantiveram, cristalizando-os, os valores matriciais herdados. O quadro teórico que espalda esta reflexão é multidimensional, envolvendo nomes de referência dos estudos morfológicos e lexicais como Aronoff e Fudeman (2005), Basílio (1999, 2004), Bechara (2004), Booij (2007, 2010), Cunha e Cintra (1984), Nunes (1989), Rio-Torto (1993, 2020), Vasconcelos (1914). Dados de diferentes sincronias e de diferentes universos sociodialectais podem contribuir para clarificar as representações conceptuais que poderão estar na base de mudanças de estatuto de certos afixos, por via de processos de reanálise que os afetam. |
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