IMPACTO DA QUALIDADE EMBRIONÁRIA NO RESULTADO DA TRANSFERÊNCIA DE UM EMBRIÃO CONGELADO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/163581 |
Resumo: | No contexto de Procriação Medicamente Assistida (PMA), a viabilidade de um blastocisto pode ser analisada antes da sua transferência para o útero da mulher. Existem sistemas de classificação que auxiliam nesta análise através da pontuação de 3 componentes do blastocisto: grau de expansão (GE), massa celular interna (MCI) e trofectoderme (TD). Um blastocisto considerado precoce não é avaliado quanto à MCI e TD. Sabe-se que um blastocisto com melhores qualidades nestas características tem maior viabilidade, no entanto, não se conhece ao certo o impacto individual que cada uma das componentes tem no sucesso ou insucesso na transferência de um embrião congelado (TEC). É importante co-nhecer este impacto para saber que característica(s) do blastocisto deve(m) ser priorizada(s) para garantir o maior sucesso em cada TEC ou se todas elas são igualmente importantes. Para além disso, pretende-se avaliar a viabilidade de um blastocisto precoce, visto não se conhecer as qualidades das suas componentes. Para tratar estas questões, foi feito um estudo observacional retrospetivo em 512 TECS realizadas no CIRMA, efetuando duas análises através de modelos de regressão logística múltipla para a ocorrência de gravidez clínica. Na primeira análise, para tratar a relevância individual de cada componente, excluídos os blastocistos precoces, usaram-se dados de 465 TECs e na segunda análise foram usadas todas as observações. A classificação dos blastocistos foi feita pelo consenso de Istambul. Na primeira análise, observou-se que cada uma das características mostrou associação significativa com a gravidez clínica, no entanto, quando ajustado para confundimento no modelo de regressão logística, apenas o grau de expansão e a massa celular interna se mostraram rele-vantes, existindo diferença entre MCI boa e razoável (valor-p = 0,0002) e GE não expandido com GE a eclodir (valor-p = 0,0109). O OR (odds-ratio) para a MCI razoável foi 0,43 (IC95%: 0,28-0,67) e para o GE não expandido foi 0,49 (IC95%: 0,29-0,85). Na segunda análise, o OR dos blastocistos precoces, comparados com blastocistos ótimos, foi 0,39 (IC95%: 0,19-0,79), semelhante mas superior ao dos blastocistos insatisfatórios: 0,32 (IC95%: 0,19-0,53) e inferior ao dos blastocistos satisfatórios: 0,59 (IC95%: 0,37-0,96) . Refez-se o modelo múltiplo por duas vezes, mudando apenas a categoria de referência da qualidade embrionária: num modelo foi tomado como referência a qualidade “Insatisfatória” e no outro a qualidade “Satisfatória”. Nestes modelos não se observou diferença significativa entre as catego-rias de referência e blastocistos precoces (valores-p = 0,6255 e 0,2707 respetivamente). Concluiu-se que o grau de expansão e a massa celular interna de um blastocisto são as características do blastocisto que parecem afetar o sucesso de uma TEC e que os melhores blastocis-tos são os que estão a eclodir ou expandidos com boa massa celular interna. Concluiu-se também que um blastocisto precoce aparenta ser equiparável tanto a blastocistos satisfatórios como insatisfatórios. |
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IMPACTO DA QUALIDADE EMBRIONÁRIA NO RESULTADO DA TRANSFERÊNCIA DE UM EMBRIÃO CONGELADOQualidade embrionáriaGrau de expansãoMassa celular internaTrofectodermeBlastocisto precoceGravidez clínicaDomínio/Área Científica::Ciências Naturais::MatemáticasNo contexto de Procriação Medicamente Assistida (PMA), a viabilidade de um blastocisto pode ser analisada antes da sua transferência para o útero da mulher. Existem sistemas de classificação que auxiliam nesta análise através da pontuação de 3 componentes do blastocisto: grau de expansão (GE), massa celular interna (MCI) e trofectoderme (TD). Um blastocisto considerado precoce não é avaliado quanto à MCI e TD. Sabe-se que um blastocisto com melhores qualidades nestas características tem maior viabilidade, no entanto, não se conhece ao certo o impacto individual que cada uma das componentes tem no sucesso ou insucesso na transferência de um embrião congelado (TEC). É importante co-nhecer este impacto para saber que característica(s) do blastocisto deve(m) ser priorizada(s) para garantir o maior sucesso em cada TEC ou se todas elas são igualmente importantes. Para além disso, pretende-se avaliar a viabilidade de um blastocisto precoce, visto não se conhecer as qualidades das suas componentes. Para tratar estas questões, foi feito um estudo observacional retrospetivo em 512 TECS realizadas no CIRMA, efetuando duas análises através de modelos de regressão logística múltipla para a ocorrência de gravidez clínica. Na primeira análise, para tratar a relevância individual de cada componente, excluídos os blastocistos precoces, usaram-se dados de 465 TECs e na segunda análise foram usadas todas as observações. A classificação dos blastocistos foi feita pelo consenso de Istambul. Na primeira análise, observou-se que cada uma das características mostrou associação significativa com a gravidez clínica, no entanto, quando ajustado para confundimento no modelo de regressão logística, apenas o grau de expansão e a massa celular interna se mostraram rele-vantes, existindo diferença entre MCI boa e razoável (valor-p = 0,0002) e GE não expandido com GE a eclodir (valor-p = 0,0109). O OR (odds-ratio) para a MCI razoável foi 0,43 (IC95%: 0,28-0,67) e para o GE não expandido foi 0,49 (IC95%: 0,29-0,85). Na segunda análise, o OR dos blastocistos precoces, comparados com blastocistos ótimos, foi 0,39 (IC95%: 0,19-0,79), semelhante mas superior ao dos blastocistos insatisfatórios: 0,32 (IC95%: 0,19-0,53) e inferior ao dos blastocistos satisfatórios: 0,59 (IC95%: 0,37-0,96) . Refez-se o modelo múltiplo por duas vezes, mudando apenas a categoria de referência da qualidade embrionária: num modelo foi tomado como referência a qualidade “Insatisfatória” e no outro a qualidade “Satisfatória”. Nestes modelos não se observou diferença significativa entre as catego-rias de referência e blastocistos precoces (valores-p = 0,6255 e 0,2707 respetivamente). Concluiu-se que o grau de expansão e a massa celular interna de um blastocisto são as características do blastocisto que parecem afetar o sucesso de uma TEC e que os melhores blastocis-tos são os que estão a eclodir ou expandidos com boa massa celular interna. Concluiu-se também que um blastocisto precoce aparenta ser equiparável tanto a blastocistos satisfatórios como insatisfatórios.In the context of Medically Assisted Reproduction (MAR), the viability of a blastocyst can be analysed before its transfer to the woman's uterus. There are classification systems that assist in this analysis by scoring 3 components of the blastocyst: degree of expansion (DE), inner cell mass (ICM) and trophectoderm (TE). A blastocyst considered early is not evaluated for ICM and TE. It is known that a blastocyst with better qualities in these characteristics has greater viabil-ity, however, the individual impact that each of the components has on the success or failure of frozen embryo transfers (FETs) is not known for sure. It is important to understand this impact to know which characteristic(s) of the blastocyst should be prioritized to ensure the greatest suc-cess in each FET or if all of them are equally important. Furthermore, the aim is also to evaluate the viability of an early blastocyst, as the qualities of its components are not known. To address these questions, a retrospective observational study using 512 FETs carried out at CIRMA by doing two analyses using multiple logistic regression models for the occurrence of clinical pregnancy. In the first analysis, to address the individual relevance of each component, data from 465 FETs were used (excluding the early blastocysts) and in the second analysis all observations were used. The classification of blastocysts was done according to the Istanbul con-sensus. In the first analysis, it was observed that each of the characteristics showed a significant association with clinical pregnancy, however, when adjusted for confounding in the logistic re-gression model, only the degree of expansion and internal cell mass proved to be relevant, with significant difference between good and fair ICM (p-value = 0.0002) and between non-expanded DE and hatching DE (p-value = 0,0109). The OR (odds-ratio) for fair ICM was 0,43 (95% CI: 0,28-0,67) and for non-expanded DE it was 0,49 (95% CI: 0,29-0,85). In the second analysis, the OR of early blastocysts, compared with optimal blastocysts, was 0,39 (95% CI: 0,19-0,79), similar but higher than unsatisfactory blastocysts’: 0,32 (95% CI: 0,19-0,53) and lower than satisfactory blastocysts’: 0,59 (95% CI: 0,37-0,96). The multiple model was redone twice, changing only the embryonic quality’s reference category: in one model the “Unsat-isfactory” quality was taken as a reference and in the other, the “Satisfactory” quality. In neither of these models was observed a significant difference between the reference categories and early blastocysts (p-values = 0,6255 and 0,2707 respectively). It was concluded that the degree of expansion and the inner cell mass of a blastocyst are the characteristics of the blastocyst that seem to affect the success of a FET and that the best blasto-cysts are those that are hatching or expanded with good inner cell mass. It was also concluded that an early blastocyst appears to be comparable to both satisfactory and unsatisfactory blastocysts.Natário, IsabelMetello, JoséRUNMarques, Joana Sofia da Silva2024-02-15T16:17:04Z2023-112023-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/163581porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:47:38Zoai:run.unl.pt:10362/163581Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:59:28.761002Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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