O assédio moral na enfermagem: contributos para a gestão organizacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Patrícia Sofia da Assunção
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/1232
Resumo: O presente estudo aborda a temática do assédio moral em enfermagem, através de uma metodologia qualitativa de natureza descritiva fenomenológica. Pretende compreender o contexto laboral em que ocorre o fenómeno, analisar os elementos que directamente nele intervêm e conhecer e dar a conhecer as suas consequências. O critério de selecção dos participantes utilizado foi a amostragem por redes. Foram analisadas seis narrativas de enfermeiros, vítimas de assédio moral no local de trabalho, em instituições de saúde portuguesas, públicas (2) e privadas (4). Os resultados permitem concluir que o assédio moral acontece independentemente das características pessoais ou profissionais da vítima. No entanto, a personalidade da vítima pode ter influência na percepção da vivência. Quanto maior for o número de estratégias utilizadas pelo agressor, maior é a gravidade das consequências para a vítima, com reflexos negativos na sua saúde física e mental, por um lado, e a nível familiar, profissional e sócio-económico, por outro. As vítimas com vínculo laboral estável e maior experiência profissional solicitaram ajuda dentro e/ou fora da instituição, ao contrário dos enfermeiros mais jovens e com vínculo precário. As organizações com práticas de gestão pouco claras (em particular, no que se refere à estrutura organizacional), ausência ou ineficácia de comunicação interna, estilo de liderança autocrática, incapacidade de gestão de conflitos e fomento ou valorização da competitividade doentia são factores que favorecem, dentro da organização, uma cultura e ambiente potenciadores da ocorrência de assédio moral. Considera-se que, como medidas preventivas, é imprescindível a adopção de campanhas de informação e formação, neste domínio, junto dos enfermeiros e dos gestores e/ou administradores das instituições de saúde. Uma reeducação dos valores humanos e laborais, nas organizações, é fundamental para a promoção de uma cultura de respeito e dignidade no local de trabalho.
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