A externalização e o processamento de expressões faciais de emoção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Cristina Valente
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/10002
Resumo: A externalização consiste num espectro de personalidade que conjuga comportamentos antissociais, traços de personalidade associados ao comportamento desinibido e agressivo e o consumo de substâncias lícitas e ilícitas. A etiologia desta perturbação ainda não é consensual. Para além de outros problemas, esta população apresenta dificuldades na regulação emocional nomeadamente através da interpretação e demonstração de emoções. Como tal, esta investigação teve como principal objetivo investigar se existem diferenças ao nível do processamento de expressões faciais de emoção entre indivíduos com diferentes níveis de externalização através de medidas comportamentais (tempos de reação e percentagem de acertos) e eletroencefalográficas (análise de potenciais evocados). Relativamente às últimas, estudou-se os componentes de onda P100 e N170 bem como 11 janelas temporais de 50 ms cada entre os 230 ms e os 780 ms após o estímulo. Neste estudo participaram 54 estudantes da Universidade de Aveiro que constituíram os grupos de elevado, médio e baixo nível de externalização com base na pontuação obtida no Inventário de Externalização. Os participantes realizaram uma tarefa experimental de categorização emocional que tinha como objetivo avaliar a capacidade de discriminar entre expressões faciais emocionais e neutras, tendo sido incluídas as emoções básicas alegria, medo, raiva, tristeza, nojo e surpresa. Os resultados comportamentais parecem apontar para dificuldades no reconhecimento de expressões faciais de tristeza comparativamente com as restantes emoções e expressões faciais neutras. Relativamente aos resultados obtidos para a P100 e N170, estes apontam para a existência de diferenças ao nível do processamento emocional a curtas latências. A longas latências também se verificaram diferenças entre os grupos experimentais para as emoções de medo e raiva. Para a emoção medo verificaram-se diferenças entre o processamento de caras neutras e com conteúdo emocional. Transversalmente, observou-se que o hemisfério que registou maiores amplitudes foi o hemisfério direito. Havendo ainda uma lacuna na literatura relativamente ao estudo da externalização e suas consequências ao nível do processamento facial de emoções, é importante a realização de outras investigações que explorem estes aspetos. Nomeadamente seria de interesse explorar de que forma ocorre o processamento facial de emoções em estímulos faciais cuja intensidade emocional é variável. No entanto, o presente estudo contribui já para uma melhor compreensão dos aspetos comportamentais e correlatos psicofisiológicos associados ao processamento de expressões emocionais em indivíduos com elevada externalização.
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Relativamente às últimas, estudou-se os componentes de onda P100 e N170 bem como 11 janelas temporais de 50 ms cada entre os 230 ms e os 780 ms após o estímulo. Neste estudo participaram 54 estudantes da Universidade de Aveiro que constituíram os grupos de elevado, médio e baixo nível de externalização com base na pontuação obtida no Inventário de Externalização. Os participantes realizaram uma tarefa experimental de categorização emocional que tinha como objetivo avaliar a capacidade de discriminar entre expressões faciais emocionais e neutras, tendo sido incluídas as emoções básicas alegria, medo, raiva, tristeza, nojo e surpresa. Os resultados comportamentais parecem apontar para dificuldades no reconhecimento de expressões faciais de tristeza comparativamente com as restantes emoções e expressões faciais neutras. Relativamente aos resultados obtidos para a P100 e N170, estes apontam para a existência de diferenças ao nível do processamento emocional a curtas latências. A longas latências também se verificaram diferenças entre os grupos experimentais para as emoções de medo e raiva. Para a emoção medo verificaram-se diferenças entre o processamento de caras neutras e com conteúdo emocional. Transversalmente, observou-se que o hemisfério que registou maiores amplitudes foi o hemisfério direito. Havendo ainda uma lacuna na literatura relativamente ao estudo da externalização e suas consequências ao nível do processamento facial de emoções, é importante a realização de outras investigações que explorem estes aspetos. Nomeadamente seria de interesse explorar de que forma ocorre o processamento facial de emoções em estímulos faciais cuja intensidade emocional é variável. No entanto, o presente estudo contribui já para uma melhor compreensão dos aspetos comportamentais e correlatos psicofisiológicos associados ao processamento de expressões emocionais em indivíduos com elevada externalização.The externalization consists in a spectrum of personality that encompasses anti-social behaviors, personality traits associated with disinhibited and aggressive behavior and the abuse of licit and illicit substances. The etiology of this disorder is still not consensual. In addition to other problems, this population shows difficulties in emotional regulation, namely through the interpretation and demonstration of emotions. Therefore, this research aimed to investigate whether there are differences in the processing of facial expressions of emotion between individuals with different levels of externalization, using behavioral measures (reaction times and percentage of correct responses) and electroencephalographic measures (analysis of event-related potentials). Regarding the latter, the waves P100 and N170 were studied, as well as 11 temporal windows of 50ms each, between 230ms and 780ms after stimulus onset. Participants were 54 students from the University of Aveiro, divided in groups of high, medium and low externalization, based on their score on the Externalizing Inventory. Participants performed an emotional categorization task that aimed to assess their ability to discriminate between faces displaying emotional expressions and neutral faces. The study included the basic emotions happiness, fear, anger, sadness, disgust and surprise. Behavioral results seem to point to difficulties in recognizing facial expressions of sadness compared with other emotions and neutral facial expressions. Regarding the results obtained for the P100 and N170, these point to the existence of differences in emotional processing at short latencies. At long latencies, some differences between the experimental groups to the emotions of fear and anger were also observed. For the emotion ‘fear’, there were differences between the processing of emotional faces and faces with neutral expression. Overall, it was observed that the right hemisphere showed larger amplitudes than the left. Given the reduced number of studies in the literature concerning the study of externalization and its effects on the processing of facial emotions, it will be important to conduct further research to explore these aspects. In particular it would be interesting to explore how facial processing of emotions occurs in facial stimuli whose emotional intensity is variable. However, the present study already contributes to a better understanding of the behavioral and psychophysiological aspects associated with the processing of emotional expressions in individuals with high externalization.Universidade de Aveiro2013-03-25T17:01:40Z2012-01-01T00:00:00Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/10002porOliveira, Ana Cristina Valenteinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:17:20Zoai:ria.ua.pt:10773/10002Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:46:41.202201Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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