Agressividade em adolescentes e perceção de expressões faciais de emoção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Cláudia Alexandra Henriques da
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/15439
Resumo: Nos últimos anos, alguns estudos têm-se debruçado sobre a relação entre o processamento de informação social e a agressividade, explorando os diversos constructos inerentes a cada um dos conceitos. O processamento da informação social refere-se à forma como o individuo entende o mundo que o rodeia ao nível das interações, e abrange o conceito de reconhecimento de expressões faciais de emoção. Uma correta perceção das emoções nas faces dos outros permite a ocorrência de interações mais saudáveis, pois o individuo vai atendendo às pistas que recebe do outro, para além da linguagem verbal, e pode moldar o seu comportamento em função disso. Quando acontecem erros neste processo de reconhecimento de emoções nas faces, a resposta emitida pelo individuo pode ser desajustada perante as pistas recebidas, e como tal, pode traduzir-se numa resposta agressiva. O presente estudo pretende caracterizar e comparar o processamento de expressões faciais de emoção em adolescentes, nomeadamente com diferentes níveis de agressividade reativa, que acontece em resposta a uma ameaça real ou imaginada sentida pelo indivíduo. Da amostra constam 98 participantes de quatro turmas de 10º ano, os quais foram divididos num grupo de baixa agressividade reativa (n=29), um grupo de agressividade reativa média (n=43) e um grupo de alta agressividade reativa (n=26), em função das suas respostas num inventário de autorrelato, em específico numa medida de agressão reativa. Os participantes responderam a uma tarefa de reconhecimento de expressões faciais emocionais, que consistiu na apresentação de sessenta estímulos divididos por cada uma de seis emoções, a saber, raiva, alegria, tristeza, nojo, surpresa e medo. Para cada estímulo, era apresentada uma sequência de faces ao longo de um contínuo de transformação que ia de 0% a 150% de intensidade da emoção expressada. O estudo pretendia avaliar a correção das respostas dadas na identificação de cada emoção e a quantidade de pistas faciais necessárias para responder, em função do nível de agressividade reativa do participante. Foram encontrados resultados congruentes entre os participantes para as percentagens de acerto e etapa de resposta, sendo que consistentemente os participantes tiveram menos dificuldades na perceção das emoções de alegria e surpresa, e por outro lado tenderam a errar mais nas emoções de tristeza e raiva, para além de utilizarem mais etapas para responder. Não foram encontradas diferenças entre os grupos relativamente às variáveis estudadas. A investigação aqui tratada constitui-se como uma mais-valia para o conhecimento sobre a forma de percecionar as emoções dos outros durante o período da adolescência, o que poderá traduzir-se em implicações clínicas nomeadamente ao nível de perceber o desenvolvimento da agressividade.
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Quando acontecem erros neste processo de reconhecimento de emoções nas faces, a resposta emitida pelo individuo pode ser desajustada perante as pistas recebidas, e como tal, pode traduzir-se numa resposta agressiva. O presente estudo pretende caracterizar e comparar o processamento de expressões faciais de emoção em adolescentes, nomeadamente com diferentes níveis de agressividade reativa, que acontece em resposta a uma ameaça real ou imaginada sentida pelo indivíduo. Da amostra constam 98 participantes de quatro turmas de 10º ano, os quais foram divididos num grupo de baixa agressividade reativa (n=29), um grupo de agressividade reativa média (n=43) e um grupo de alta agressividade reativa (n=26), em função das suas respostas num inventário de autorrelato, em específico numa medida de agressão reativa. Os participantes responderam a uma tarefa de reconhecimento de expressões faciais emocionais, que consistiu na apresentação de sessenta estímulos divididos por cada uma de seis emoções, a saber, raiva, alegria, tristeza, nojo, surpresa e medo. Para cada estímulo, era apresentada uma sequência de faces ao longo de um contínuo de transformação que ia de 0% a 150% de intensidade da emoção expressada. O estudo pretendia avaliar a correção das respostas dadas na identificação de cada emoção e a quantidade de pistas faciais necessárias para responder, em função do nível de agressividade reativa do participante. Foram encontrados resultados congruentes entre os participantes para as percentagens de acerto e etapa de resposta, sendo que consistentemente os participantes tiveram menos dificuldades na perceção das emoções de alegria e surpresa, e por outro lado tenderam a errar mais nas emoções de tristeza e raiva, para além de utilizarem mais etapas para responder. Não foram encontradas diferenças entre os grupos relativamente às variáveis estudadas. A investigação aqui tratada constitui-se como uma mais-valia para o conhecimento sobre a forma de percecionar as emoções dos outros durante o período da adolescência, o que poderá traduzir-se em implicações clínicas nomeadamente ao nível de perceber o desenvolvimento da agressividade.In recent years, studies have focused on the relationship between the "social information processing" and aggression, exploring all constructs inherent to each of the concepts. Social information processing describes how individuals understand the interactions around them, and includes the concept of emotional facial expressions recognition. A correct emotional perception on peer's faces allows healthy interactions, because the subject attends peer's cues beyond verbal language and shapes his behavior responses according to that. When occurs errors in this emotional facial recognition process, the response issued by the subject may be inadequated towards received cues, and so, become an aggressive response. This study aims to characterize and compare facial expressions perception in adolescents, in particular between different reactive aggression levels, which happens in response to a real or perceived threat felt by the individual. The sample included 98 participants from four 10th grade classes, divided into a low aggression group (N = 29), a medium aggression group (N=43) and a high reactive aggression group (N = 26), depending on their responses to a self-report inventory, in particular a reative aggression measure. Participants responded to a task of facial emotion recognition, which consisted in presentation sixty stimulus of each of six emotions, namely, anger, happiness, sadness, disgust, surprise and fear, morphed along continuos of 0% to 150% emotion. The study aims to assess the accuracy and the amount of faciais cues needed in accordance with participant's aggression level. Consistent results were found for accuracy and amount of facials cues, and participants had fewer difficulties perceiving happiness and surprise, and failed more on perceiving sadness and anger, beyond using more steps to answer. No significant differences were found between the defined groups in any variable. This investigation is an asset to the knowledge on how to perceive others’ emotions during adolescence, and may translate into clinical implications particularly perceiving aggression development on adolescents.Universidade de Aveiro2016-04-13T11:21:42Z2015-01-01T00:00:00Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/15439TID:201570459porSilva, Cláudia Alexandra Henriques dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:28:33Zoai:ria.ua.pt:10773/15439Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:50:49.386408Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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