Liderança e meritocracia na gestão do setor público

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sá, Clarisse de Fátima Fernandes Matos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11110/2291
Resumo: Neste trabalho aborda-se o conceito e as competências de Liderança, bem como a meritocracia e a sua relação com a Administração Pública (AP) em Portugal. É abordada a estrutura organizativa da AP portuguesa, procedendo-se também a uma revisão da literatura existente sobre o conceito de Liderança e de meritocracia e a evolução histórica dos estilos de Liderança. Realizou-se uma análise qualitativa de oito entrevistas semiestruturadas, efetuadas a dirigentes públicos de diferentes estruturas administrativas. Como resultado salientamos a importância que as competências de liderança têm nas organizações. Na Administração Pública em Portugal é possível deparar-se com diferentes estilos de liderança, independentemente da tipologia de organismo. Na Administração Pública direta os estilos de Liderança Autocrático, Pressionador e Dirigista estão condicentes com modelos de gestão mais burocráticos. Os estilos de Líderes Situacionais, Transformacionais ou até Carismáticos são identificáveis na Administração Indireta do Estado. As práticas de gestão meritocráticas são fundamentais para o desenvolvimento económico em qualquer país, mas, em Portugal, chocam claramente com traços atávicos de mentalidade. A CReSAP poderá ter contribuído para o reforço da componente técnica nas nomeações de dirigentes, mas não para a diminuição da componente política. É sobretudo ao nível dos Institutos Públicos que se registam nomeações políticas. Os Presidentes dos Institutos Públicos, afirmam abertamente que “existe muita pouca margem para promover os bons” e, por conseguinte, o mérito, uma vez que todo o processo administrativo-legal pelo qual passam os recrutamentos impede a liberdade de escolha e, ainda segundo eles, “para se ser Líder é preciso ser-se um homem de liberdade e em liberdade”. Este aspeto ainda continua subdesenvolvido e a Administração Pública, em Portugal, continua a não promover boas práticas de recrutamento de pessoas que evidenciem características de Liderança, em favor do conhecimento técnico ou a capacidade de somente executar o que é solicitado. Quando questionados sobre a ii meritocracia, as respostas dos entrevistados eram pouco valorizadas e até mesmo evasivas, o que demonstra o pouco apreço que têm pelo mérito. Por fim, salientam algumas especificidades que também, estão na origem deste problema, a saber, a não existência de carreira dirigente, o pagamento de favores com a atribuição de lugares de chefia e o nepotismo.
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