Variabilidade nos relatos de dor e a sua relação com a memória de curto prazo em indivíduos com fibromialgia

• Autor(a) principal: Magalhães, Ana Rita Pinheiro Figueiredo
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/32310
• topic: Avaliação da dor; Variabilidade da dor; FM; FAST (Focused Analgesia Selection Test); Memória; Pain assessment; Pain variability; Memory; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia

A dor é uma experiência subjetiva difícil de medir. Os estudos têm mostrado que os relatos de dor dos indivíduos revelam ampla variabilidade, mas as razões subjacentes a essa variabilidade continuam por esclarecer. Uma das possibilidades é que a memória de curto prazo possa constituir um fator importante. A fibromialgia (FM) uma síndrome de dor crónica caracterizada por dor e alterações no funcionamento cognitivo, pelo que constitui um modelo útil para a compreensão destes mecanismos. Este estudo teve como objetivo avaliar a variabilidade nos relatos de dor experimental e verificar se esta se relaciona com o desempenho cognitivo numa tarefa de memória de curto-prazo. Foram recrutados 29 participantes com FM e 15 indivíduos saudáveis que realizaram a tarefa de memória de dígitos da Escala de Memória de Wechsler e foram sujeitos a um protocolo de avaliação de dor que incluía avaliação da variabilidade da dor experimental, através do FAST, avaliação da sensibilidade à dor, através de tarefas de limiares de diferentes modalidades (elétrica, térmica e de pressão) e tolerância térmica, e avaliação de características clínicas, através do Inventário Resumido da Dor, Questionários de Impacto da Fibromialgia, FACIT e Escala Hospitalar de Depressão e Ansiedade. Os resultados mostraram que os indivíduos com FM revelaram menor variabilidade nos relatos de dor experimental, ou seja, foram mais precisos na avaliação da dor do que os indivíduos do grupo de controlo. No grupo de doentes, quanto melhor o desempenho na tarefa de memória menor a variabilidade. Estes resultados sugerem que a experiência da dor clínica poderá melhorar a precisão e que competências de memória poderão ser essenciais para uma boa capacidade de reportar a dor. Uma melhor compreensão dos mecanismos cognitivos envolvidos na variabilidade da dor poderá ter implicações na melhoria da avaliação desta experiência e assim, contribuir para melhorias no diagnóstico e tratamento da dor.