Acesso aos cuidados de saúde e literacia em saúde na população migrante na área metropolitana de Lisboa e impacto da pandemia COVID-19
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/154221 |
Resumo: | RESUMO - Introdução: O aumento crescente dos fluxos migratórios tem conduzido a um processo de transformação das sociedades. Em Portugal, 15,70% dos migrantes vivem na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Com o aumento da migração, evidenciam-se barreiras na integração e acesso aos serviços de saúde dos migrantes. A literatura aponta que populações mais vulneráveis, como é o caso dos migrantes, apresentam menores níveis de literacia em saúde, que se podem traduzir numa maior dificuldade de aceder aos serviços de saúde. Há evidência acerca dos efeitos e impacto social e sanitário da pandemia Covid-19 nas populações mais vulneráveis e desfavorecidas socioeconomicamente. Objetivos: Caracterizar o acesso aos cuidados de saúde pelos migrantes, de acordo com as suas características socioeconómicas, avaliar o seu nível de literacia em saúde e analisar o impacto da pandemia COVID-19 no acesso aos cuidados de saúde. Metodologia: Estudo quantitativo, transversal, com base na recolha e tratamento estatístico de dados, com recurso a um questionário de dados sociodemográficos e ao Health Literacy Questionnaire, na sua versão em português, aplicados a migrantes brasileiros, angolanos, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, são-tomenses, chineses, indianos e nepaleses, residentes em Portugal há menos de 10 anos. Resultados: Quando analisamos o acesso aos cuidados de saúde considerando o “acedeu nos últimos 12 meses”, 86,40% dos migrantes acedeu e 13,60% não acedeu. No entanto, os migrantes indocumentados tendem a aceder mais ao serviço de urgência (37,60%) e os documentados aos CSP (59,80%). A percentagem de pessoas migrantes que residem em Portugal há mais de seis anos a necessitarem e não conseguirem ter acesso diminui de 22,30% (menos de 1 ano) para 5,00%. Os scores de literacia em saúde são inferiores no “Sem acesso” que no “Acesso”. Em níveis de rendimento mais elevados, a percentagem de pessoas que sentiu que a pandemia COVID-19 não afetou o acesso aos cuidados de saúde aumenta de 47,40% (<650€) para 58,50% (≥650€). Conclusões: Identificaram-se dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, independentemente da sua condição socioeconómica. Os migrantes indocumentados apresentam mais dificuldades no acesso. Neste estudo, os migrantes que residem em Portugal há mais anos, tendem a ter melhor acesso. Em níveis mais elevados de rendimento, verifica-se melhor acesso aos cuidados de saúde. Níveis baixos de literacia parecem estar associados a um menor acesso aos cuidados de saúde. Em níveis mais elevados de rendimento, aumentam as percentagens de indivíduos que reportam que o acesso não foi afetado pela pandemia COVID-19. |
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Acesso aos cuidados de saúde e literacia em saúde na população migrante na área metropolitana de Lisboa e impacto da pandemia COVID-19Acesso aos serviços de saúdeMigrantesLiteracia em saúdeCOVID-19Access to healthcare servicesMigrantsHealth literacyPortugalDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências SociaisRESUMO - Introdução: O aumento crescente dos fluxos migratórios tem conduzido a um processo de transformação das sociedades. Em Portugal, 15,70% dos migrantes vivem na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Com o aumento da migração, evidenciam-se barreiras na integração e acesso aos serviços de saúde dos migrantes. A literatura aponta que populações mais vulneráveis, como é o caso dos migrantes, apresentam menores níveis de literacia em saúde, que se podem traduzir numa maior dificuldade de aceder aos serviços de saúde. Há evidência acerca dos efeitos e impacto social e sanitário da pandemia Covid-19 nas populações mais vulneráveis e desfavorecidas socioeconomicamente. Objetivos: Caracterizar o acesso aos cuidados de saúde pelos migrantes, de acordo com as suas características socioeconómicas, avaliar o seu nível de literacia em saúde e analisar o impacto da pandemia COVID-19 no acesso aos cuidados de saúde. Metodologia: Estudo quantitativo, transversal, com base na recolha e tratamento estatístico de dados, com recurso a um questionário de dados sociodemográficos e ao Health Literacy Questionnaire, na sua versão em português, aplicados a migrantes brasileiros, angolanos, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, são-tomenses, chineses, indianos e nepaleses, residentes em Portugal há menos de 10 anos. Resultados: Quando analisamos o acesso aos cuidados de saúde considerando o “acedeu nos últimos 12 meses”, 86,40% dos migrantes acedeu e 13,60% não acedeu. No entanto, os migrantes indocumentados tendem a aceder mais ao serviço de urgência (37,60%) e os documentados aos CSP (59,80%). A percentagem de pessoas migrantes que residem em Portugal há mais de seis anos a necessitarem e não conseguirem ter acesso diminui de 22,30% (menos de 1 ano) para 5,00%. Os scores de literacia em saúde são inferiores no “Sem acesso” que no “Acesso”. Em níveis de rendimento mais elevados, a percentagem de pessoas que sentiu que a pandemia COVID-19 não afetou o acesso aos cuidados de saúde aumenta de 47,40% (<650€) para 58,50% (≥650€). Conclusões: Identificaram-se dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, independentemente da sua condição socioeconómica. Os migrantes indocumentados apresentam mais dificuldades no acesso. Neste estudo, os migrantes que residem em Portugal há mais anos, tendem a ter melhor acesso. Em níveis mais elevados de rendimento, verifica-se melhor acesso aos cuidados de saúde. Níveis baixos de literacia parecem estar associados a um menor acesso aos cuidados de saúde. Em níveis mais elevados de rendimento, aumentam as percentagens de indivíduos que reportam que o acesso não foi afetado pela pandemia COVID-19.ABSTRACT - Introduction: The increasing migratory flows have led to a process of transformation of societies. In Portugal, 15,70% of migrants live in the Lisbon Metropolitan Area. With increased migration, barriers to integration and access to health services for migrants are evident. The literature points out that more vulnerable populations, such as migrants, have lower levels of health literacy, which may translate into greater difficulty in accessing health services. There is evidence about the social and health effects and impact of the COVID-19 pandemic on the most vulnerable and socioeconomically disadvantaged populations. Objectives: Characterize migrants' access to health care according to their socioeconomic characteristics, assess their level of health literacy, and analyze the impact of the COVID-19 pandemic on access to health care. Methods: Quantitative, cross-sectional study, based on the collection and statistical treatment of data, using a questionnaire of socio-demographic data and the Health Literacy Questionnaire, in its Portuguese version, applied to Brazilian, Angolan, Cape Verdean, Guinean, Mozambican, São Tomense, Chinese, Indian and Nepali migrants living in Portugal for less than 10 years. Results: When we analyze the access to health care considering the "accessed in the last 12 months", 86,40% of migrants accessed and 13,60% did not access. However, undocumented migrants tend to access the emergency hospital more (37,60%) and documented migrants the PHC (59,80%). The percentage of migrants living in Portugal for more than 6 years needing and not being able to access decreases from 22,30% (less than 1 year) to 5,00%. Health literacy scores are lower in "No access" than in "Access". At higher income levels, the percentage of people who felt that the COVID-19 pandemic did not affect access to healthcare increased from 47,40% (<650€) to 58,50% (≥650€). Discussion/Conclusions: Difficulties in access to healthcare were identified regardless of socioeconomic status. Undocumented migrants presented more difficulties in access. In this study, migrants who have lived in Portugal for more years tend to have better access. Higher levels of income show better access to health care. Low levels of literacy seem to be associated with lower access to health care. At higher income levels, the percentage of individuals reporting that access was not affected by the COVID-19 pandemic increased.Pedro, Ana RitaDias, SóniaRUNSá, Juliana Azevedo de2023-06-21T16:22:36Z20222022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/154221TID:203282337porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:36:41Zoai:run.unl.pt:10362/154221Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:55:32.641669Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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