Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Graça, João
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Palma, Miguel, Mendonça, Carina, Cargaleiro, Inês, Melo, João Carlos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25752/psi.4105
Resumo: Introdução: A empatia é um conceito multidimensional que engloba a capacidade de inferir um estado emocional e responder a emoções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve precocemente através, sobretudo, da interação com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade, da socialização e do pacifismo. A desregulação empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório prospetivo longitudinal que pretende avaliar a evolução da empatia, medida pelo Quociente de Empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 22 doentes que frequentaram o Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre Setembro de 2011 e Junho de 2012. No Hospital de Dia, para além das atividades regulares, foi desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias” que consistiu no desenvolvimento de relações diádicas promotoras de empatia e num grupo terapêutico quinzenal com enfoque na tomada de perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado o teste T-Student e o ANOVA. Resultados e Discussão: Não se encontraram diferenças significativas entre o QE aos 0 meses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos, respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado uma estabilidade do traço empático medido através do QE nesta população. No entanto existem algumas limitações, como a existência de fatores confundentes, o tempo curto de observação e a ausência de validação da escala psicométrica para a população portuguesa. Conclusão: Nesta população de doentes com perturbação mental compensada que frequentaram o Hospital de Dia o traço empático mostrou estabilidade longitudinal. A investigação na área da empatia é ainda exploratória e este estudo pretende ser um contributo para a avaliação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental.
id RCAP_1c65b79255778c5d129af29330312730
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/4105
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo TerapêuticoEmpatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo TerapêuticoArtigos OriginaisIntrodução: A empatia é um conceito multidimensional que engloba a capacidade de inferir um estado emocional e responder a emoções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve precocemente através, sobretudo, da interação com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade, da socialização e do pacifismo. A desregulação empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório prospetivo longitudinal que pretende avaliar a evolução da empatia, medida pelo Quociente de Empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 22 doentes que frequentaram o Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre Setembro de 2011 e Junho de 2012. No Hospital de Dia, para além das atividades regulares, foi desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias” que consistiu no desenvolvimento de relações diádicas promotoras de empatia e num grupo terapêutico quinzenal com enfoque na tomada de perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado o teste T-Student e o ANOVA. Resultados e Discussão: Não se encontraram diferenças significativas entre o QE aos 0 meses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos, respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado uma estabilidade do traço empático medido através do QE nesta população. No entanto existem algumas limitações, como a existência de fatores confundentes, o tempo curto de observação e a ausência de validação da escala psicométrica para a população portuguesa. Conclusão: Nesta população de doentes com perturbação mental compensada que frequentaram o Hospital de Dia o traço empático mostrou estabilidade longitudinal. A investigação na área da empatia é ainda exploratória e este estudo pretende ser um contributo para a avaliação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental.Introduction: Empathy is a multidimensional concept that encompasses the capacity to infer emotional states and respond to other people ́s emotions. It can be further divided in cognitive and emotional empathy and it is mainly influenced by early interaction with parental figures. Empathy is not exclusive of the human being and has been retained by evolution. It is the base of morality, socialization and pacifism. The empathic deregulation, which can be measured psychometrically, occurs in mental disorders, such as schizophrenia, affective diseases, and personality disorders, among others. Methods: It is a prospective longitudinal exploratory study that aims to evaluate the evolution of empathy, measured primarily by the Empathy Quotient (EQ) at 0 months and at 9 months and secondarily the evolution of empathy in demographic and nosologic subgroups. For that purpose a convenience sample of 22 patients that participated in the psychiatric service’ day hospital in a suburban general hospital between September 2011 and June 2012 was used. In the day hospital, in addition to regular activities, the therapeutic activity “Empatias” was created. It consisted in the development of dyadic relations to promote empathy and a fortnightly therapeutic group focused on perspective taking. T-Student and ANOVA were used for statistical analysis. Results and Discussion: There were non-significant differences in EQ at 0 and 9 months (EQ=39,2 vs EQ=39,7, respectively, p=0,813) and stability of the empathic trait was observed. However, there are some limitations of this study, such as the presence of confounders, the short time of longitudinal observation and the absence of validation of the psychometric scale to the portuguese population. Conclusion: In this population of clinically stable patients enrolled in a Day Hospital programme, the empathic trait showed longitudinal stability. Although the role ascribed to empathy is well valued in the classification of mental disorders, the research in this area is still exploratory. Taking this into account, this study aims to add a contribution to the longitudinal evaluation of empathy.Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE2014-06-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25752/psi.4105por2182-31461646-091XGraça, JoãoPalma, MiguelMendonça, CarinaCargaleiro, InêsMelo, João Carlosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-16T14:11:56Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/4105Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T14:57:07.269549Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
title Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
spellingShingle Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
Graça, João
Artigos Originais
title_short Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
title_full Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
title_fullStr Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
title_full_unstemmed Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
title_sort Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
author Graça, João
author_facet Graça, João
Palma, Miguel
Mendonça, Carina
Cargaleiro, Inês
Melo, João Carlos
author_role author
author2 Palma, Miguel
Mendonça, Carina
Cargaleiro, Inês
Melo, João Carlos
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Graça, João
Palma, Miguel
Mendonça, Carina
Cargaleiro, Inês
Melo, João Carlos
dc.subject.por.fl_str_mv Artigos Originais
topic Artigos Originais
description Introdução: A empatia é um conceito multidimensional que engloba a capacidade de inferir um estado emocional e responder a emoções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve precocemente através, sobretudo, da interação com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade, da socialização e do pacifismo. A desregulação empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório prospetivo longitudinal que pretende avaliar a evolução da empatia, medida pelo Quociente de Empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 22 doentes que frequentaram o Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre Setembro de 2011 e Junho de 2012. No Hospital de Dia, para além das atividades regulares, foi desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias” que consistiu no desenvolvimento de relações diádicas promotoras de empatia e num grupo terapêutico quinzenal com enfoque na tomada de perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado o teste T-Student e o ANOVA. Resultados e Discussão: Não se encontraram diferenças significativas entre o QE aos 0 meses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos, respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado uma estabilidade do traço empático medido através do QE nesta população. No entanto existem algumas limitações, como a existência de fatores confundentes, o tempo curto de observação e a ausência de validação da escala psicométrica para a população portuguesa. Conclusão: Nesta população de doentes com perturbação mental compensada que frequentaram o Hospital de Dia o traço empático mostrou estabilidade longitudinal. A investigação na área da empatia é ainda exploratória e este estudo pretende ser um contributo para a avaliação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-06-30T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.25752/psi.4105
url https://doi.org/10.25752/psi.4105
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2182-3146
1646-091X
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE
publisher.none.fl_str_mv Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799129845140029440