Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo Terapêutico
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25752/psi.4105 |
Resumo: | Introdução: A empatia é um conceito multidimensional que engloba a capacidade de inferir um estado emocional e responder a emoções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve precocemente através, sobretudo, da interação com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade, da socialização e do pacifismo. A desregulação empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório prospetivo longitudinal que pretende avaliar a evolução da empatia, medida pelo Quociente de Empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 22 doentes que frequentaram o Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre Setembro de 2011 e Junho de 2012. No Hospital de Dia, para além das atividades regulares, foi desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias” que consistiu no desenvolvimento de relações diádicas promotoras de empatia e num grupo terapêutico quinzenal com enfoque na tomada de perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado o teste T-Student e o ANOVA. Resultados e Discussão: Não se encontraram diferenças significativas entre o QE aos 0 meses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos, respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado uma estabilidade do traço empático medido através do QE nesta população. No entanto existem algumas limitações, como a existência de fatores confundentes, o tempo curto de observação e a ausência de validação da escala psicométrica para a população portuguesa. Conclusão: Nesta população de doentes com perturbação mental compensada que frequentaram o Hospital de Dia o traço empático mostrou estabilidade longitudinal. A investigação na área da empatia é ainda exploratória e este estudo pretende ser um contributo para a avaliação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental. |
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Empatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo TerapêuticoEmpatia – Ferramenta Pró-Social Explorada num Grupo TerapêuticoArtigos OriginaisIntrodução: A empatia é um conceito multidimensional que engloba a capacidade de inferir um estado emocional e responder a emoções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve precocemente através, sobretudo, da interação com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade, da socialização e do pacifismo. A desregulação empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório prospetivo longitudinal que pretende avaliar a evolução da empatia, medida pelo Quociente de Empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 22 doentes que frequentaram o Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre Setembro de 2011 e Junho de 2012. No Hospital de Dia, para além das atividades regulares, foi desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias” que consistiu no desenvolvimento de relações diádicas promotoras de empatia e num grupo terapêutico quinzenal com enfoque na tomada de perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado o teste T-Student e o ANOVA. Resultados e Discussão: Não se encontraram diferenças significativas entre o QE aos 0 meses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos, respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado uma estabilidade do traço empático medido através do QE nesta população. No entanto existem algumas limitações, como a existência de fatores confundentes, o tempo curto de observação e a ausência de validação da escala psicométrica para a população portuguesa. Conclusão: Nesta população de doentes com perturbação mental compensada que frequentaram o Hospital de Dia o traço empático mostrou estabilidade longitudinal. A investigação na área da empatia é ainda exploratória e este estudo pretende ser um contributo para a avaliação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental.Introduction: Empathy is a multidimensional concept that encompasses the capacity to infer emotional states and respond to other people ́s emotions. It can be further divided in cognitive and emotional empathy and it is mainly influenced by early interaction with parental figures. Empathy is not exclusive of the human being and has been retained by evolution. It is the base of morality, socialization and pacifism. The empathic deregulation, which can be measured psychometrically, occurs in mental disorders, such as schizophrenia, affective diseases, and personality disorders, among others. Methods: It is a prospective longitudinal exploratory study that aims to evaluate the evolution of empathy, measured primarily by the Empathy Quotient (EQ) at 0 months and at 9 months and secondarily the evolution of empathy in demographic and nosologic subgroups. For that purpose a convenience sample of 22 patients that participated in the psychiatric service’ day hospital in a suburban general hospital between September 2011 and June 2012 was used. In the day hospital, in addition to regular activities, the therapeutic activity “Empatias” was created. It consisted in the development of dyadic relations to promote empathy and a fortnightly therapeutic group focused on perspective taking. T-Student and ANOVA were used for statistical analysis. Results and Discussion: There were non-significant differences in EQ at 0 and 9 months (EQ=39,2 vs EQ=39,7, respectively, p=0,813) and stability of the empathic trait was observed. However, there are some limitations of this study, such as the presence of confounders, the short time of longitudinal observation and the absence of validation of the psychometric scale to the portuguese population. Conclusion: In this population of clinically stable patients enrolled in a Day Hospital programme, the empathic trait showed longitudinal stability. Although the role ascribed to empathy is well valued in the classification of mental disorders, the research in this area is still exploratory. Taking this into account, this study aims to add a contribution to the longitudinal evaluation of empathy.Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE2014-06-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25752/psi.4105por2182-31461646-091XGraça, JoãoPalma, MiguelMendonça, CarinaCargaleiro, InêsMelo, João Carlosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-16T14:11:56Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/4105Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T14:57:07.269549Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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