O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Joana Araújo
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/29974
Resumo: A globalização e o progresso dos meios tecnológicos e de comunicação permitiram a rápida difusão de ideias extremistas as quais, por serem exploradas por grupos terroristas, tem potenciado a criação de um clima de medo e ameaça a nível internacional. Este panorama de “insegurança global”, amplificado com o 11 de Setembro de 2001 (11/9), complexificou a definição da “ameaça” bem como o trabalho das forças governamentais e de segurança na elaboração de políticas contraterroristas: o terrorismo é uma ameaça não só de origem externa mas também interna, planeado e perpetrado por indivíduos que vivem e são radicalizados em território europeu. A nível global, estima-se que já tenham sido recrutados 40.000 indivíduos de mais de 110 países para combater na Síria e Iraque (2017), sendo a França e o Reino Unido dos principais países contribuidores de indivíduos radicalizados para este número. Segundo a EUROPOL, mais de 1.000 europeus já regressaram à Europa, podendo estes perpetrar novos ataques ou servir de inspiração a outros. A prevenção e o combate contra a radicalização surge assim como um dos principais instrumentos na luta contra o terrorismo, cujo propósito central é procurar combater o extremismo violento de todos os quadrantes ideológicos. Tendo em conta este contexto securitário, a presente investigação trabalha a globalização do terrorismo, procurando interligar a ameaça com a resposta. O objetivo central é analisar o terrorismo e o contraterrorismo em três níveis: global, regional e nacional. À luz do quadro teórico-conceptual dos Estudos Críticos de Segurança, procuramos entender de que forma a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE) influenciam as políticas nacionais de contraterrorismo, especificamente no âmbito da prevenção e combate contra a radicalização, tendo a França e o Reino Unido como casos de estudo. Em última instância, argumentamos que o terrorismo é um fenómeno intersubjetivo e que a provisão da segurança estatal, pese embora a influência de atores como a ONU e UE, deverá atender ao contexto histórico-social de cada país, não descurando os desafios presentes no meio internacional. A França e o Reino Unido reconhecem as suas especificidades históricas e, embora enfrentem uma ameaça similar, parecem priorizar vi diferentes enquadramentos institucionais para o seu combate e prossecução dos seus objetivos nacionais. Contudo, ambos os países acabam por convergir em matéria de segurança nacional (contraterrorismo incluído) por seguirem uma estratégia inclusiva, promotora da interação entre os três níveis. Apesar dos diferentes pesos atribuídos aos enquadramentos institucionais da ONU e UE, a influência destas organizações é confirmada com a adoção e implementação das leis internacionais nos respetivos sistemas nacionais.
id RCAP_1e6a3794cba0386f2acbb371f7d8da2f
oai_identifier_str oai:run.unl.pt:10362/29974
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)União EuropeiaTerrorismoSegurançaRadicalizaçãoContraterrorismoCounterterrorismEuropean UnionRadicalisationSecurityTerrorismDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências PolíticasA globalização e o progresso dos meios tecnológicos e de comunicação permitiram a rápida difusão de ideias extremistas as quais, por serem exploradas por grupos terroristas, tem potenciado a criação de um clima de medo e ameaça a nível internacional. Este panorama de “insegurança global”, amplificado com o 11 de Setembro de 2001 (11/9), complexificou a definição da “ameaça” bem como o trabalho das forças governamentais e de segurança na elaboração de políticas contraterroristas: o terrorismo é uma ameaça não só de origem externa mas também interna, planeado e perpetrado por indivíduos que vivem e são radicalizados em território europeu. A nível global, estima-se que já tenham sido recrutados 40.000 indivíduos de mais de 110 países para combater na Síria e Iraque (2017), sendo a França e o Reino Unido dos principais países contribuidores de indivíduos radicalizados para este número. Segundo a EUROPOL, mais de 1.000 europeus já regressaram à Europa, podendo estes perpetrar novos ataques ou servir de inspiração a outros. A prevenção e o combate contra a radicalização surge assim como um dos principais instrumentos na luta contra o terrorismo, cujo propósito central é procurar combater o extremismo violento de todos os quadrantes ideológicos. Tendo em conta este contexto securitário, a presente investigação trabalha a globalização do terrorismo, procurando interligar a ameaça com a resposta. O objetivo central é analisar o terrorismo e o contraterrorismo em três níveis: global, regional e nacional. À luz do quadro teórico-conceptual dos Estudos Críticos de Segurança, procuramos entender de que forma a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE) influenciam as políticas nacionais de contraterrorismo, especificamente no âmbito da prevenção e combate contra a radicalização, tendo a França e o Reino Unido como casos de estudo. Em última instância, argumentamos que o terrorismo é um fenómeno intersubjetivo e que a provisão da segurança estatal, pese embora a influência de atores como a ONU e UE, deverá atender ao contexto histórico-social de cada país, não descurando os desafios presentes no meio internacional. A França e o Reino Unido reconhecem as suas especificidades históricas e, embora enfrentem uma ameaça similar, parecem priorizar vi diferentes enquadramentos institucionais para o seu combate e prossecução dos seus objetivos nacionais. Contudo, ambos os países acabam por convergir em matéria de segurança nacional (contraterrorismo incluído) por seguirem uma estratégia inclusiva, promotora da interação entre os três níveis. Apesar dos diferentes pesos atribuídos aos enquadramentos institucionais da ONU e UE, a influência destas organizações é confirmada com a adoção e implementação das leis internacionais nos respetivos sistemas nacionais.Globalization and the progress of technology and communications allowed the quick diffusion of extremist ideas which, when exploited by terrorist groups, has prompted a climate of fear and threat at the international level. In result of this “global insecurity” panorama, amplified by the 11th September of 2001, the notion of “threat” has become trickier to define making the work of governments and security forces more puzzling in their task of defining counterterrorism policies: terrorism is not only an external source threat but also an internal one, being planned and executed by individuals who live and are radicalized inside European borders. At the global level, it is estimated that 40.000 people have been radicalised from more than 110 countries to fight in Syria and Iraq (2017), being France and the United Kingdom amongst the countries who most contribute to this number with radicalised individuals. According to EUROPOL, more than 1.000 has returned to Europe, some of which might perpetrate new attacks or serve as potential role-models. Thus, the prevention and the fight against radicalisation is one of the main keystones of counterterrorism which top priority is the fight against violent extremism in all ideological forms. Taking into account this security context, the present thesis analyses the globalization of terrorism, while aiming to connect the threat with the response. The main purpose is the analysis of terrorism and counterterrorism in three levels: global, regional and national. In the light of the theoretical and conceptual framework of Critical Security Studies, we intend to understand the influence of United Nations (UN) and the European Union (EU) in the national counterterrorism policies, specifically in the fight against radicalisation, while having France and United Kingdom as case studies. Ultimately, we argue that terrorism is an intersubjective phenomenon and the provision of security, nonetheless the influence of actors as UN or EU, has to take into account the differences between social and historical contexts while also being aware of the current international challenges. France and the United Kingdom recognize their historical peculiarities and, despite facing a similar threat, seem to prioritize different institutional frameworks to counter it and pursue their national objectives. However, their approach to national security (counterterrorism included) converges because both implement an inclusive strategy, rooted in the interaction of the three levels. Despite the different weights attributed to UN and EU institutional frameworks, the influence of these organisations upon both countries is confirmed with the adoption and implementation of the international laws in their own legal systems.Pinto, Ana SantosRUNLopes, Joana Araújo2018-02-07T10:11:11Z2017-12-142017-12-14T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/29974TID:201789540porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:16:26Zoai:run.unl.pt:10362/29974Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:29:21.764087Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)
title O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)
spellingShingle O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)
Lopes, Joana Araújo
União Europeia
Terrorismo
Segurança
Radicalização
Contraterrorismo
Counterterrorism
European Union
Radicalisation
Security
Terrorism
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências Políticas
title_short O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)
title_full O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)
title_fullStr O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)
title_full_unstemmed O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)
title_sort O terrorismo e o contraterrorismo: a influência da ONU e União Europeia no combate à radicalização na França e no Reino Unido (2001-2017)
author Lopes, Joana Araújo
author_facet Lopes, Joana Araújo
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Pinto, Ana Santos
RUN
dc.contributor.author.fl_str_mv Lopes, Joana Araújo
dc.subject.por.fl_str_mv União Europeia
Terrorismo
Segurança
Radicalização
Contraterrorismo
Counterterrorism
European Union
Radicalisation
Security
Terrorism
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências Políticas
topic União Europeia
Terrorismo
Segurança
Radicalização
Contraterrorismo
Counterterrorism
European Union
Radicalisation
Security
Terrorism
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências Políticas
description A globalização e o progresso dos meios tecnológicos e de comunicação permitiram a rápida difusão de ideias extremistas as quais, por serem exploradas por grupos terroristas, tem potenciado a criação de um clima de medo e ameaça a nível internacional. Este panorama de “insegurança global”, amplificado com o 11 de Setembro de 2001 (11/9), complexificou a definição da “ameaça” bem como o trabalho das forças governamentais e de segurança na elaboração de políticas contraterroristas: o terrorismo é uma ameaça não só de origem externa mas também interna, planeado e perpetrado por indivíduos que vivem e são radicalizados em território europeu. A nível global, estima-se que já tenham sido recrutados 40.000 indivíduos de mais de 110 países para combater na Síria e Iraque (2017), sendo a França e o Reino Unido dos principais países contribuidores de indivíduos radicalizados para este número. Segundo a EUROPOL, mais de 1.000 europeus já regressaram à Europa, podendo estes perpetrar novos ataques ou servir de inspiração a outros. A prevenção e o combate contra a radicalização surge assim como um dos principais instrumentos na luta contra o terrorismo, cujo propósito central é procurar combater o extremismo violento de todos os quadrantes ideológicos. Tendo em conta este contexto securitário, a presente investigação trabalha a globalização do terrorismo, procurando interligar a ameaça com a resposta. O objetivo central é analisar o terrorismo e o contraterrorismo em três níveis: global, regional e nacional. À luz do quadro teórico-conceptual dos Estudos Críticos de Segurança, procuramos entender de que forma a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE) influenciam as políticas nacionais de contraterrorismo, especificamente no âmbito da prevenção e combate contra a radicalização, tendo a França e o Reino Unido como casos de estudo. Em última instância, argumentamos que o terrorismo é um fenómeno intersubjetivo e que a provisão da segurança estatal, pese embora a influência de atores como a ONU e UE, deverá atender ao contexto histórico-social de cada país, não descurando os desafios presentes no meio internacional. A França e o Reino Unido reconhecem as suas especificidades históricas e, embora enfrentem uma ameaça similar, parecem priorizar vi diferentes enquadramentos institucionais para o seu combate e prossecução dos seus objetivos nacionais. Contudo, ambos os países acabam por convergir em matéria de segurança nacional (contraterrorismo incluído) por seguirem uma estratégia inclusiva, promotora da interação entre os três níveis. Apesar dos diferentes pesos atribuídos aos enquadramentos institucionais da ONU e UE, a influência destas organizações é confirmada com a adoção e implementação das leis internacionais nos respetivos sistemas nacionais.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-12-14
2017-12-14T00:00:00Z
2018-02-07T10:11:11Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10362/29974
TID:201789540
url http://hdl.handle.net/10362/29974
identifier_str_mv TID:201789540
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137919052546048