Sob o véu de Floripes, sobre o tecido social: a construção do self através do ritual de iniciação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Douglas Santos da
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/21540
Resumo: Esta dissertação é fruto de um trabalho etnográfico sobre o Auto da Floripes, teatro popular e "ex-libris" da cultura do Alto Minho, o qual narra a batalha entre turcos e cristãos. A performance popular acontece anualmente a 5 de agosto, e integra o conjunto de atrações da festividade devotada à Nossa Senhora das Neves. Com este trabalho, pretendo revisitar o terreno no qual Paulo Raposo, meu orientador, trabalhou na sua tese de doutoramento (1998), e fazer o percurso traçado para a performance sob viés ritualístico, onde proponho analisar a performance e suas implicações para a sociedade minhota. O conflito religioso entre cristãos e turcos, o reconhecimento que diferencia o nós e os "outros", parece trespassar a quarta parede do palco onde a performance acontece e interage com as sociabilidades dos integrantes das três freguesias que confluem no do Lugar das Neves. Questões de territorialidade, identidades e comportamentos sociais, ou moral religiosa, podem ser entendidas como vias de reciprocidade entre arte e vida. E nesse compasso, demarcado para que não fuja do que foi ensaiado, é onde se revela um possível ritual de iniciação para jovens homens, o que ajudaria na construção do "self" do neófito ao mesmo tempo que lhe ensina o "ethos" do que é pertencer ao Lugar das Neves. A construção imagética de quem é o "outro" interpela as vivências até mesmo dos quem somos nós.
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