Infeções pelo vírus de imunodeficiência humana (HIV), por Treponema pallidum e vaginais em mulheres grávidas utentes do Centro de Saúde de Maxixe, Moçambique

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MUCHANGA, Izaidino
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/20062
Resumo: As infeções sexualmente transmissíveis, incluindo as vaginais estão entre os problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. A infertilidade feminina e masculina, a transmissão de mãe para o filho, determinando perdas gestacionais ou doença congénita e o aumento do risco para a infeção pelo Virus de Imunodeficiência Humana (HIV) são algumas das suas consequências. Nos países da Àfrica Subsariana como Moçambique, a prevalência destas infeções é elevada, sendo o seu maior impacto na mulher. Assim, desenvolveu-se este estudo com o objetivo de caraterizar algumas infeções sexualmente transmissíveis, tais como infeção pelo HIV, sífilis e vaginais tricomoníase, vaginose bacteriana e candidose em mulheres grávidas, verificar se a sua abordagem estava de acordo com as normas e recomendações em vigor e identificar os fatores de riscos a estas associadas. As amostras foram colhidas em 253 mulheres grávidas que frequentavam as consultas externas pré-natais no Centro de Saúde de Maxixe. Amostras de exsudado vaginal foram obtidas e observadas microscopicamente por exame microscópico direto a fresco (Trichomonas vaginalis) e por coloração de Gram (vaginose bacteriana e Candida sp). A pesquisa de anticorpos contra o HIV foi efetuada com os testes DetermineTM HIV-1/2 e Uni-GoldTM, contra Treponema pallidum pelos testes RPR, SD BIOLINE Syphilis 3.0 e Determine TP em amostras de plasma. No estudo, 11,1% das grávidas estavam infetadas com HIV, 2,8% com sífilis ativa, 12,3% com vaginose bacteriana, 5,1% com T. vaginalis e 9,1% com leveduras. Anticorpos contra T. Pallidum foram identificados em 8,3% das mulheres estudadas. Em relação a infeção pelo HIV 7,5% das infetadas eram novos casos. A maior prevalencia destas infeções foi encontrada nos grupos etários 27-31 anos de idade para as infeções pelo HIV e por T. vaginalis e 17-21 para infeções por T. pallidum, Candida sp e vaginose bacteriana. Nesta população, o uso inconsistente do preservativo nas relações sexuais e os parceiros múltiplos constituem fatores de risco que contribuem para aquisição destas infeções. As participantes mostraram ter informações sobre os modos de transmissão destas infeções assim como das medidas para as prevenenir, mas tal conhecimento não se refletiu nos seus comportamentos de risco. Um número significativo de participantes não apresentava sintomas das infeções vaginais que lhe foram diagnosticadas, o que comprova que o diagnóstico sindromático constitui uma ferramenta a repensar nos corrimentos vaginais. Mais de 10% das participantes apresentavam uma ou mais co-infeções das quais 3,6% com HIV. Os dados deste estudo mostram várias lacunas nas consultas pré-natais neste Centro desde os procedimentos de rotina que estes não são efetuados de acordo com as recomendações do MISAU. A elevada prevalência de algumas IST encontradas nesta população, os seus comportamentos de risco, juntamente com incumprimento de algumas normas na abordagem destas infeções pelo pessoal de saúde é preocupante. A implementação de um programa de formação em controlo de qualidade, prevenção e abordagem destas infeções do pessoal de saúde parece-nos de toda a importância para que estes possam agir de acordo com as normas em vigor e transmitir uma informação correta à população nas consultas pré-natais.
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Assim, desenvolveu-se este estudo com o objetivo de caraterizar algumas infeções sexualmente transmissíveis, tais como infeção pelo HIV, sífilis e vaginais tricomoníase, vaginose bacteriana e candidose em mulheres grávidas, verificar se a sua abordagem estava de acordo com as normas e recomendações em vigor e identificar os fatores de riscos a estas associadas. As amostras foram colhidas em 253 mulheres grávidas que frequentavam as consultas externas pré-natais no Centro de Saúde de Maxixe. Amostras de exsudado vaginal foram obtidas e observadas microscopicamente por exame microscópico direto a fresco (Trichomonas vaginalis) e por coloração de Gram (vaginose bacteriana e Candida sp). A pesquisa de anticorpos contra o HIV foi efetuada com os testes DetermineTM HIV-1/2 e Uni-GoldTM, contra Treponema pallidum pelos testes RPR, SD BIOLINE Syphilis 3.0 e Determine TP em amostras de plasma. No estudo, 11,1% das grávidas estavam infetadas com HIV, 2,8% com sífilis ativa, 12,3% com vaginose bacteriana, 5,1% com T. vaginalis e 9,1% com leveduras. Anticorpos contra T. Pallidum foram identificados em 8,3% das mulheres estudadas. Em relação a infeção pelo HIV 7,5% das infetadas eram novos casos. A maior prevalencia destas infeções foi encontrada nos grupos etários 27-31 anos de idade para as infeções pelo HIV e por T. vaginalis e 17-21 para infeções por T. pallidum, Candida sp e vaginose bacteriana. Nesta população, o uso inconsistente do preservativo nas relações sexuais e os parceiros múltiplos constituem fatores de risco que contribuem para aquisição destas infeções. As participantes mostraram ter informações sobre os modos de transmissão destas infeções assim como das medidas para as prevenenir, mas tal conhecimento não se refletiu nos seus comportamentos de risco. Um número significativo de participantes não apresentava sintomas das infeções vaginais que lhe foram diagnosticadas, o que comprova que o diagnóstico sindromático constitui uma ferramenta a repensar nos corrimentos vaginais. Mais de 10% das participantes apresentavam uma ou mais co-infeções das quais 3,6% com HIV. Os dados deste estudo mostram várias lacunas nas consultas pré-natais neste Centro desde os procedimentos de rotina que estes não são efetuados de acordo com as recomendações do MISAU. A elevada prevalência de algumas IST encontradas nesta população, os seus comportamentos de risco, juntamente com incumprimento de algumas normas na abordagem destas infeções pelo pessoal de saúde é preocupante. A implementação de um programa de formação em controlo de qualidade, prevenção e abordagem destas infeções do pessoal de saúde parece-nos de toda a importância para que estes possam agir de acordo com as normas em vigor e transmitir uma informação correta à população nas consultas pré-natais.Sexually transmitted infections, including vaginal infections are among the most common public health problems worldwide. Female and male infertility, mother to child transmission, causing miscarriages or congenital disease, and increased risk for Human Immunodeficiency Virus infection (HIV) are some of their consequences. In Sub-Saharan Africa countries, such as Mozambique, the prevalence of these infections is high, women being those who carry the higher burden. Thus we developed this cross-sectional study with objective of characterizing some sexually transmitted infections, HIV infection, syphilis, trichomoniasis, bacterial vaginosis and candidosis in preganant women, verifying if their management was in accordance with guildelines and recommendations in the country and identifying associated risk factors. Samples were colected from 253 pregnant women attending Centro de Saúde de Maxixe. Vaginal samples were obtained and observed microscopically by wet mount and direct microscopic examination (Trichomonas vaginalis) and Gram stain (bacterial vaginosis and candida sp). HIV antibody testing was perfomed with the tests Determine HIV-1/2 and Uni-GoldTM and against, T. pallidum by RPR, SD BIOLINE Syphilis 3.0 and Determine TP tests in plasma samples. In this study, 11.1% of the pregnant women were infected with HIV, 2.8% with active syphilis, 12.3% with bacterial vaginosis, 5.1% with Trichomonas vaginalis and 9.1% with yeast. Antibodies against T. pallidum were identified in 8,3% of these women. In relation to HIV,7,5% of them were new cases. The highest prevalence of these infections was found in the age groups: 27-31 for HIV infection and Trichomonas vaginalis while 17-21 for Treponema pallidum, Candida sp and bacterial vaginosis infections. Samples were taken from 253 pregnant women attending ante-natal outpatient consultation at the health center, who were informed about the nature of the study and submitted to a semi-structured interview after signing the free informed consent. In this study, the inconsistency on condoms use and the existence of multiple partners by the participants contributing for these infections transmission. Participants have shown that they had infections about these infections modes of transmission, as also which measures to use to prevent them. ABSTRACT VI A significant number of women present with any symptom related to infections that were diagnosed to them, proving that the use of syndromic approach in vaginal discharge must be given some thaught in relation to its value in this situation. The data obtained in this study shows that some gaps also exist in the prenatal care clinics of this Centre, from routine procedures that are not performed in accordance with MISAU recommendations. The high prevalence of some STI found in this population, their risk behaviour, together with the non-observance of some guidelines in the management of those infections by the health personal very worrying. The implementation of a teaching programm on quality control, prevention and management of these infections by the health professional seems to us to be of utmost importance, so these can act in accordance with the present guidelines and transmit a correct information to the pregnant women who attend prenatal care.Instituto de Higiene e Medicina TropicalCASTRO, RitaPEREIRA, FilomenaRUNMUCHANGA, Izaidino2018-12-21T01:30:17Z201620162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/20062TID:201600749porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:03:03Zoai:run.unl.pt:10362/20062Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:55.988212Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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