Preparação de nanopartículas para sistemas de libertação controlada de substâncias activas usadas no tratamento de doenças oftalmológicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/11938 |
Resumo: | Este trabalho teve como objectivo fundamental produzir sistemas de libertação controlada de substâncias activas no tratamento de doenças oftalmológicas, incidindo na degeneração macular relacionada com a idade (DMRI), na retinopatia diabética (RD) e em infecções relacionadas com situações pós-operatórias. Em Oftalmologia distinguem-se doenças da região posterior do olho e da região anterior, sendo a RD e a DMRI da zona posterior pelo que para o seu tratamento é necessária uma administração intravítrea. Estas patologias provocam diminuição da acuidade visual, podendo mesmo levar à perda total de visão. No que diz respeito ao segmento anterior do olho são usadas, de um modo geral, gotas para aplicação tópica. Os fármacos até agora usados nem sempre actuam na dose terapêutica adequada, nem num intervalo de tempo satisfatório de forma a evitar as sucessivas aplicações. No sentido de resolver problemas de sobre ou subdosagem ou de reduzir o elevado número de aplicações (tópicas ou intravítreas), desenvolveram-se alguns sistemas de libertação controlada de fármacos. Neste trabalho escolheu-se o poli(ácido-láctico) (PLA) como suporte para imobilização do fármaco. Este polímero é não-tóxico, não causa reacções adversas e é biodegradável após a libertação da substância activa. É fundamental que o polímero seja resistente à degradação no meio extracelular, de modo a preservar o seu conteúdo, no entanto, deve promover a sua libertação gradual e o respectivo uptake pelas células alvo. Como substâncias activas foram escolhidas a vancomicina, que é um antibiótico, e o Avastin®, que é um anticorpo. As nanopartículas de PLA foram sintetizadas por um método de emulsão simples e dupla. Fez-se a caracterização morfológica e a distribuição por tamanhos, além do estudo de outras propriedades físicas e químicas. Posteriormente, procedeu-se ao encapsulamento do Avastin® e da vancomicina, tendo-se avaliado a eficiência de encapsulamento/imobilização. Fizeram-se estudos de libertação controlada in vitro dos fármacos encapsulados usando uma solução de PBS. Constatou-se que as nanopartículas apresentavam forma esférica e a distribuição de tamanhos sugeriu que as partículas com fármaco encapsulado eram maiores do que as vazias. A eficiência de encapsulamento apresentou valores acima dos 95%. v Verificou-se ainda que o Avastin® não sofreu qualquer libertação mensurável in vitro, num período de tempo satisfatório. Os testes de citotoxicidade e viabilidade celular, efectuados nas condições experimentais estudadas, revelaram que o Avastin® livre poderá tornar-se citotóxico ao longo do tempo, no entanto, quando encapsulado nas nanopartículas, registaram-se valores de absorvância elevados. Estes resultados sugerem que embora possa ter havido alguma degradação do PLA por parte dos macrófagos esta possibilitou a difusão do fármaco em quantidades não citotóxicas para as células. A vancomicina apresentou uma taxa de libertação bastante satisfatória in vitro, pelo que o número de administrações de injecções intravítreas administradas poderá diminuir. Este fármaco não se revelou citotóxico para macrófagos. |
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