Agressividade e adolescência : implicações na deteção de faces emocionais positivas e negativas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nogueira, Marta Raquel da Silva
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/14665
Resumo: A adolescência é uma fase do ciclo de vida marcada por grandes alterações psicológicas, comportamentais, físicas e cognitivas, suscetível ao desenvolvimento de comportamentos agressivos. A agressividade pode surgir como resposta a uma forma de interpretação hostil de estímulos sociais. Quando um indivíduo entra numa situação social, a informação é processada em cinco etapas anteriores a ser efetivada uma ação, e em cada uma delas, a informação é codificada ou recuperada com interferência de um conjunto de pressupostos cognitivos armazenados na memória e que podem estar enviesados. Existem evidências do processamento automático de faces de raiva. Estas podem ser interpretadas como uma pista de hostilidade por parte dos outros, podendo estar associada ao viés de atribuição hostil em jovens mais agressivos. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi investigar se o processamento de informação se encontra enviesado na deteção de pistas sociais, neste caso faces, em adolescentes agressivos. Pretende-se averiguar se um maior nível de agressividade potencia o reconhecimento de expressões faciais de cariz emocional negativo (raiva e nojo), levando a menores tempos de reação bem como a uma maior proporção de respostas corretas para faces emocionais negativas. A amostra de 40 adolescentes (20 rapazes e 20 raparigas) preencheu o Questionário Revisto de Experiência Entre Pares (QREEP) para categorização do nível de agressividade e posterior divisão em dois grupos, um com baixo e um com elevado nível de agressividade. Todos os participantes realizaram também uma tarefa de pesquisa visual na qual se apresentavam expressões faciais emocionais alvo (alegria, raiva e nojo) entre expressões neutras ou apenas expressões faciais neutras. A tarefa dos participantes implicava detetar de forma rápida e precisa a presença (ou ausência) das expressões discrepantes. Os resultados demonstram que em ambos os grupos os tempos de resposta se revelaram mais longos para a deteção de faces de raiva, seguindo-se as faces de nojo e por fim as de alegria. Para além disso, os resultados revelaram uma menor proporção de respostas corretas para as faces de raiva em ambos os grupos, comparativamente com as faces de nojo e alegria. Os resultados indicaram também que o nível de agressividade não interferiu na deteção de estímulos potencialmente ameaçadores, uma vez que não foram reveladas diferenças estatisticamente significativas entre grupos nos tempos e na precisão das respostas. Estes resultados podem ser justificados pelo facto de, como demonstrado por estudos anteriores, as faces de raiva dificultarem o desprendimento do olhar de estímulos ameaçadores e, assim, potenciarem a perceção de ameaça.
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Estas podem ser interpretadas como uma pista de hostilidade por parte dos outros, podendo estar associada ao viés de atribuição hostil em jovens mais agressivos. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi investigar se o processamento de informação se encontra enviesado na deteção de pistas sociais, neste caso faces, em adolescentes agressivos. Pretende-se averiguar se um maior nível de agressividade potencia o reconhecimento de expressões faciais de cariz emocional negativo (raiva e nojo), levando a menores tempos de reação bem como a uma maior proporção de respostas corretas para faces emocionais negativas. A amostra de 40 adolescentes (20 rapazes e 20 raparigas) preencheu o Questionário Revisto de Experiência Entre Pares (QREEP) para categorização do nível de agressividade e posterior divisão em dois grupos, um com baixo e um com elevado nível de agressividade. Todos os participantes realizaram também uma tarefa de pesquisa visual na qual se apresentavam expressões faciais emocionais alvo (alegria, raiva e nojo) entre expressões neutras ou apenas expressões faciais neutras. A tarefa dos participantes implicava detetar de forma rápida e precisa a presença (ou ausência) das expressões discrepantes. Os resultados demonstram que em ambos os grupos os tempos de resposta se revelaram mais longos para a deteção de faces de raiva, seguindo-se as faces de nojo e por fim as de alegria. Para além disso, os resultados revelaram uma menor proporção de respostas corretas para as faces de raiva em ambos os grupos, comparativamente com as faces de nojo e alegria. Os resultados indicaram também que o nível de agressividade não interferiu na deteção de estímulos potencialmente ameaçadores, uma vez que não foram reveladas diferenças estatisticamente significativas entre grupos nos tempos e na precisão das respostas. Estes resultados podem ser justificados pelo facto de, como demonstrado por estudos anteriores, as faces de raiva dificultarem o desprendimento do olhar de estímulos ameaçadores e, assim, potenciarem a perceção de ameaça.Adolescence is a human life cycle stage marked by relevant psychological, behavioural, physical and cognitive changes. During adolescence the development of aggressive behaviour is rather frequent. Aggressiveness may result from an interpretation of hostiliy of social stimuli. When an individual faces a social situation, the information is processed in five steps that occur previous to the action and, in each of them, the information is encoded or recalled with the interference of a set of cognitive assumptions stored in memory that in some cases can be biased. There is evidence of an automatic processing of angry faces. These faces can be interpreted as a cue of hostility from peers, leading to overstated hostile attributions assumed by adolescentes who are more aggressive. The goal of this study was to investigate if the information processing is affected in the interpretation of social cues, in this case faces with emotional expressions. The aim is to determine whether a higher level of aggressiveness enhances the detection of facial expressions of negative emotional nature (anger and disgust) (shorter response times and higher proportion of erros oin a visual search task) due to a higher attribution of hostile intentions. A sample of 40 adolescents (20 male and 20 female) were divided into two groups, based on their score in the Revised Peer Experience Questionnaire (RPEQ) (low and high aggressivity level). All the participants also performed a visual search task which included a set of emotional facial expressions (happy, anger and disgust) presented among neutral facial expressions. The participants task was to detect the presence or absence of target face (anger, disgust, or happy) as quickly and accurately as possible. The results showed that, in both groups, the response time was longer for detecting angry faces, followed by disgusted and happy faces. In addition, the results showed a lower proportion of correct responses to angry faces in both groups, compared to disgust and happy faces. The results also revealed that the level of aggression did not interfere with the detection of potential threatening stimuli, since there were statistically significant differences between groups in terms of response times and accuracy. These results can be explained by the fact that, as demonstrated in previous studies, the angry faces delayed the disengagement of attention which, in turn, might increase the perceived degree of hostility displayed in the angry faces in adolescents.Universidade de Aveiro2015-09-18T13:40:35Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/14665TID:201586711porNogueira, Marta Raquel da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:26:51Zoai:ria.ua.pt:10773/14665Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:50:12.230655Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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