Uma visão colonial do racismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Rui M.
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/8619
Resumo: Em 1959 o antropólogo António Jorge Dias foi professor convidado da Universidade de Witwatersrand, em Johanesburg, para aí leccionar a cadeira de Cultura Portuguesa. Desde 1957 que Jorge Dias dirigia campanhas de investigação no Norte de Moçambique, no Planalto Maconde, e reportava regularmente ao governo de Lisboa, após cada campanha, as suas observações sobre a situação política e social na colónia. Aquele interregno na África do Sul forneceu-lhe matéria suplementar de análise, permitindo-lhe estabelecer um «quadro comparativo» entre o modelo de gestão política do colonialismo português — a propalada «assimilação», a administração indirecta («indirect rule») do colonialismo britânico que ele observava do outro lado da fronteira norte de Moçambique, no Tanganhica, e o sistema de apartheid vigente na então União Sul-Africana.  Este texto não analisa a reconfiguração actual daquela memória colonial mas deixa perceber que naquela altura, em finais da década de 1950, as «leituras» de Jorge Dias estavam já enviesadas no sentido da afirmação do paradigma luso-tropicalista que ainda hoje enforma largos sectores da sociedade portuguesa.
id RCAP_206b92d841e7f7e22ab2a52bf0a50149
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/8619
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Uma visão colonial do racismoJorge Dias1907-1983missão científicaracismoMakondeMoçambiqueEm 1959 o antropólogo António Jorge Dias foi professor convidado da Universidade de Witwatersrand, em Johanesburg, para aí leccionar a cadeira de Cultura Portuguesa. Desde 1957 que Jorge Dias dirigia campanhas de investigação no Norte de Moçambique, no Planalto Maconde, e reportava regularmente ao governo de Lisboa, após cada campanha, as suas observações sobre a situação política e social na colónia. Aquele interregno na África do Sul forneceu-lhe matéria suplementar de análise, permitindo-lhe estabelecer um «quadro comparativo» entre o modelo de gestão política do colonialismo português — a propalada «assimilação», a administração indirecta («indirect rule») do colonialismo britânico que ele observava do outro lado da fronteira norte de Moçambique, no Tanganhica, e o sistema de apartheid vigente na então União Sul-Africana.  Este texto não analisa a reconfiguração actual daquela memória colonial mas deixa perceber que naquela altura, em finais da década de 1950, as «leituras» de Jorge Dias estavam já enviesadas no sentido da afirmação do paradigma luso-tropicalista que ainda hoje enforma largos sectores da sociedade portuguesa.Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa2016-02-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/8619Cadernos de Estudos Africanos; N.º 9-10 (2006): Memórias Coloniais; 129-1402182-74001645-3794reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/8619https://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/8619/6169Direitos de Autor (c) 2016 Cadernos de Estudos Africanosinfo:eu-repo/semantics/openAccessPereira, Rui M.2023-12-04T17:14:15Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/8619Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:41:04.635294Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Uma visão colonial do racismo
title Uma visão colonial do racismo
spellingShingle Uma visão colonial do racismo
Pereira, Rui M.
Jorge Dias
1907-1983
missão científica
racismo
Makonde
Moçambique
title_short Uma visão colonial do racismo
title_full Uma visão colonial do racismo
title_fullStr Uma visão colonial do racismo
title_full_unstemmed Uma visão colonial do racismo
title_sort Uma visão colonial do racismo
author Pereira, Rui M.
author_facet Pereira, Rui M.
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pereira, Rui M.
dc.subject.por.fl_str_mv Jorge Dias
1907-1983
missão científica
racismo
Makonde
Moçambique
topic Jorge Dias
1907-1983
missão científica
racismo
Makonde
Moçambique
description Em 1959 o antropólogo António Jorge Dias foi professor convidado da Universidade de Witwatersrand, em Johanesburg, para aí leccionar a cadeira de Cultura Portuguesa. Desde 1957 que Jorge Dias dirigia campanhas de investigação no Norte de Moçambique, no Planalto Maconde, e reportava regularmente ao governo de Lisboa, após cada campanha, as suas observações sobre a situação política e social na colónia. Aquele interregno na África do Sul forneceu-lhe matéria suplementar de análise, permitindo-lhe estabelecer um «quadro comparativo» entre o modelo de gestão política do colonialismo português — a propalada «assimilação», a administração indirecta («indirect rule») do colonialismo britânico que ele observava do outro lado da fronteira norte de Moçambique, no Tanganhica, e o sistema de apartheid vigente na então União Sul-Africana.  Este texto não analisa a reconfiguração actual daquela memória colonial mas deixa perceber que naquela altura, em finais da década de 1950, as «leituras» de Jorge Dias estavam já enviesadas no sentido da afirmação do paradigma luso-tropicalista que ainda hoje enforma largos sectores da sociedade portuguesa.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-02-24
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/8619
url https://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/8619
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/8619
https://revistas.rcaap.pt/cea/article/view/8619/6169
dc.rights.driver.fl_str_mv Direitos de Autor (c) 2016 Cadernos de Estudos Africanos
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Direitos de Autor (c) 2016 Cadernos de Estudos Africanos
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa
publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa
dc.source.none.fl_str_mv Cadernos de Estudos Africanos; N.º 9-10 (2006): Memórias Coloniais; 129-140
2182-7400
1645-3794
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136314204880896