Caracterização de isolados de Biscogniauxia mediterranea de diversos hospedeiros em Portugal

• Autor(a) principal: Serra, Mariana de Jesus
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/33423
• topic: Eucalyptus globulus; Quercus suber; Pinus pinaster; Biscogniauxia mediterranea; Biscogniauxia rosacearum; Filogenia; Patogenicidade

As florestas são um dos ecossistemas mais importantes no nosso planeta, tendo alto valor ambiental e económico. Por isso, a preservação destes ecossistemas é de extrema importância. No entanto, a floresta é cada vez mais afetada por problemas abióticos, como a seca, e bióticos, como é o caso dos fungos patogénicos, a principal causa de doenças florestais. Biscogniauxia mediterranea é um fungo que ataca preferencialmente plantas em stress hídrico e que tem vindo a causar maior preocupação por estar associado ao declínio do montado. Neste estudo foi caracterizado um conjunto de isolados com características morfológicas semelhantes a B. mediterranea, obtidos de diferentes espécies florestais distribuídas por Portugal Continental. Para uma primeira avaliação da diversidade genética geral, um conjunto de 91 isolados foi submetido a tipagem por MSP-PCR. A partir dos perfis genéticos foram selecionados 37 isolados para identificação molecular através da sequenciação e análise da região ITS, permitindo confirmar a maioria dos isolados como pertencentes ao género Biscogniauxia. Para determinar a identidade ao nível da espécie recorreu-se a uma análise multi-locus combinando a região ITS, o fator de alongamento da transcrição 1-alfa (tef1-α) e beta-tubulina 2 (tub2). A análise filogenética demonstrou que na verdade os isolados estudados são mais próximos de B. rosacearum. Desta forma, três isolados (236alfa, 292alfa e 358beta) foram selecionados e caracterizados em termos morfológicos e de capacidade de crescimento a diferentes temperaturas de incubação. Testes de patogenicidade com dois isolados selecionados foram realizados em Eucalyptus globulus, Quercus suber e Pinus pinaster em condições bem regadas e de défice hídrico, e monitorizados os parâmetros como potencial hídrico, necrose relativa e biomassa seca das folhas. O potencial hídrico demonstrou diminuição significativa para as plantas de E. globulus e Q. suber que foram inoculadas sob efeito de défice hídrico. No entanto, não foi possível reisolar o fungo da plantas inoculadas, não permitindo confirmar a patogenicidade de B. rosacearum. Este estudo representa a primeira caracterização de isolados de B. rosacearum em Portugal. No futuro seria importante analisar a disseminação deste fungo a nível nacional e realizar novos testes de patogenicidade.