"Do outro lado da rua": etnografia sobre pessoas sem abrigo na cidade de Lisboa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rivotti, Adília
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/1322
Resumo: A presente pesquisa define, como unidade de estudo, a categoria conceptual de semabrigo/ sem-tecto como alguém que se encontra a viver em espaço público ou, mesmo estando alojado em abrigo de emergência, é obrigado a passar várias horas por dia na rua. Partindo desta realidade, procura as experiências de cidade das pessoas em situação de sem-abrigo/sem-tecto, como um processo negociado no espaço físico precário, social e culturalmente heterogéneo da cidade de Lisboa e, também, a natureza dos laços sociais, as competências que desenvolvem vivendo a rua, os lugares possíveis, e as reinvenções adaptativas. Neste sentido, pretende-se conhecer como as pessoas, socialmente desenraizadas e economicamente diminuídas, podem fazer a cidade no sentido relacional, isto é, a cidade como espaço de mudanças, como experiência de alteridade, como rede de interesses e representações. O trabalho agora apresentado percorre vários planos de aproximação. Num primeiro momento, situa-se nos discursos produzidos pelos técnicos e académicos sobre a realidade das pessoas sem abrigo, num segundo momento, no discurso de outros citadinos sobre a presença de pessoas sem abrigo pelas ruas da cidade. E por último, num contexto etnográfico, centra-se na experiência dos próprios sem abrigo e escuta o seu olhar em voz directa. O carácter da pesquisa etnográfica urbana, parte de um nível micro social e pessoal, para o nível de descoberta das identidades ligadas ao espaço urbano e para a construção dos quadros de pesquisa interaccionais e intersubjectivos. Os interesses analíticos, presentes, são de uma antropologia da marginalização e da exclusão social com o objectivo de analisar os atributos do marginal, da racionalizaçãojustificação do seu descrédito, o exílio do tecido social e as reinvenções adaptativas.
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