A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aldeia, João
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/87751
https://doi.org/10.4322/2316-1329.086
Resumo: O dispositivo de governo da vida na rua é a rede de elementos cuja acção, de modo mais ou menos directo, influencia a forma do fenómeno dos sem-abrigo. Na mundividência global do dispositivo, os sem-abrigo são percebidos como indivíduos anormais e/ou anormativos cuja insuficiência fundamental leva a que vivam na rua. Deste modo, inserir cada sem-abrigo numa relação tutelar com um profissional assistencialista na qual se incentivará a sua resubjectivação é percebida como a única solução possível para cada saída individual da rua. Contudo, a relação tutelar de facto existente apresenta-se como uma forma de dominação na qual os sem-abrigo são feitos aceitar a sua posição desqualificada. Usando como base empírica da reflexão a cedência de moradas institucionais a sem-abrigo para que estes possam receber correspondência, o texto aborda diferentes exercícios e lógicas de poder pelas quais o dispositivo procura tornar os sem-abrigo submissos na sua posição sociopolítica.
id RCAP_58ca810ca7ad70c3995862a3cbd03c2a
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/87751
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigoInhabiting difficulties. Power exercises in homelessnessGovernamentalidade da vida na ruaMoradaPoderSem-abrigoAddressGovernmentality of life on the streetHomelessPowerO dispositivo de governo da vida na rua é a rede de elementos cuja acção, de modo mais ou menos directo, influencia a forma do fenómeno dos sem-abrigo. Na mundividência global do dispositivo, os sem-abrigo são percebidos como indivíduos anormais e/ou anormativos cuja insuficiência fundamental leva a que vivam na rua. Deste modo, inserir cada sem-abrigo numa relação tutelar com um profissional assistencialista na qual se incentivará a sua resubjectivação é percebida como a única solução possível para cada saída individual da rua. Contudo, a relação tutelar de facto existente apresenta-se como uma forma de dominação na qual os sem-abrigo são feitos aceitar a sua posição desqualificada. Usando como base empírica da reflexão a cedência de moradas institucionais a sem-abrigo para que estes possam receber correspondência, o texto aborda diferentes exercícios e lógicas de poder pelas quais o dispositivo procura tornar os sem-abrigo submissos na sua posição sociopolítica.The homeless are commonly perceived as individuals who live on the street due to their fundamental inadequacy. As such, it is generally considered that each homeless individual can only leave the street if he changes who and what he is. To be able to do this, it is accepted that he has to be under the tutelage of a welfare professional. This tutelary relationship presents itself as a form of domination in which the homeless are encouraged and/or coerced to accept their disqualified position. Empirically anchored in the provision of institutional addresses to homeless individuals so that they can receive mail, this article reflects on different exercises and logics of power by which the sociopolitical submission of the homeless is produced.UFSCar2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/87751http://hdl.handle.net/10316/87751https://doi.org/10.4322/2316-1329.086por2236-532X2316-1329http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/456Aldeia, Joãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2021-07-14T09:38:04Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/87751Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:08:36.644174Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo
Inhabiting difficulties. Power exercises in homelessness
title A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo
spellingShingle A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo
Aldeia, João
Governamentalidade da vida na rua
Morada
Poder
Sem-abrigo
Address
Governmentality of life on the street
Homeless
Power
title_short A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo
title_full A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo
title_fullStr A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo
title_full_unstemmed A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo
title_sort A dificuldade de morar. Exercícios de poder no fenômeno dos sem-abrigo
author Aldeia, João
author_facet Aldeia, João
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Aldeia, João
dc.subject.por.fl_str_mv Governamentalidade da vida na rua
Morada
Poder
Sem-abrigo
Address
Governmentality of life on the street
Homeless
Power
topic Governamentalidade da vida na rua
Morada
Poder
Sem-abrigo
Address
Governmentality of life on the street
Homeless
Power
description O dispositivo de governo da vida na rua é a rede de elementos cuja acção, de modo mais ou menos directo, influencia a forma do fenómeno dos sem-abrigo. Na mundividência global do dispositivo, os sem-abrigo são percebidos como indivíduos anormais e/ou anormativos cuja insuficiência fundamental leva a que vivam na rua. Deste modo, inserir cada sem-abrigo numa relação tutelar com um profissional assistencialista na qual se incentivará a sua resubjectivação é percebida como a única solução possível para cada saída individual da rua. Contudo, a relação tutelar de facto existente apresenta-se como uma forma de dominação na qual os sem-abrigo são feitos aceitar a sua posição desqualificada. Usando como base empírica da reflexão a cedência de moradas institucionais a sem-abrigo para que estes possam receber correspondência, o texto aborda diferentes exercícios e lógicas de poder pelas quais o dispositivo procura tornar os sem-abrigo submissos na sua posição sociopolítica.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/87751
http://hdl.handle.net/10316/87751
https://doi.org/10.4322/2316-1329.086
url http://hdl.handle.net/10316/87751
https://doi.org/10.4322/2316-1329.086
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2236-532X
2316-1329
http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/456
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv UFSCar
publisher.none.fl_str_mv UFSCar
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133979674148864