Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vilhena, Rita Rasquilho Vidal Saragoça Mendes
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/16391
Resumo: Os inúmeros avanços científicos e tecnológicos do século XX, na área da medicina, fizeram que a “cura” se fosse impondo no contexto das doenças agudas, afastando a morte para o culminar de doenças crónicas e evolutivas. Esta cultura triunfalista da cura (compreendida como vitória) instalou sentimentos de derrota e frustração face à morte e levou os profissionais a querer curar e salvar a todo o custo, adiando o mais possível o momento da morte. É neste contexto que se começa a questionar o uso de todos os meios disponíveis para prolongar a vida, fazendo-se a distinção, primeiro, entre meios ordinários e extraordinários e, depois, entre meios proporcionados e não proporcionados. Assiste-se, entretanto, à adopção do termo “futilidade”. Um meio é fútil se, através dele, não somos capazes de atingir o fim pretendido: o de beneficiar o doente. Este trabalho pretende reflectir sobre os critérios que devem orientar a tomada de decisão de “não iniciação” ou de “interrupção” de tratamentos em doentes terminais. A metodologia usada é a da revisão integrativa da literatura e da reflexão crítica dos artigos existentes sobre o tema em cinco anos (entre 2007 e 2011), publicados nas revistas Hastings Center Report, British Medical Journal e Medicine, Health Care and Philosophy. Da análise dos artigos resultam seis grandes temas de discussão. O conceito de futilidade (a obstinação terapêutica e os cuidados paliativos); os conflitos entre, por um lado, a autonomia e os direitos dos doentes e, por outro, a responsabilidade e os deveres da equipa de saúde; a importância da comunicação equipa de saúde / doente no processo de tomada de decisão; os critérios de decisão de não iniciação ou de interrupção de tratamentos; o princípio do duplo efeito; e, finalmente, a questão da interrupção da alimentação e da hidratação artificiais.
id RCAP_21738c6587f254f257daefb95188c2a9
oai_identifier_str oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/16391
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vidaObstinação terapêuticaUtilidadeCuidados paliativosTherapeutic obstinacyFutilityPalliative careDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da SaúdeOs inúmeros avanços científicos e tecnológicos do século XX, na área da medicina, fizeram que a “cura” se fosse impondo no contexto das doenças agudas, afastando a morte para o culminar de doenças crónicas e evolutivas. Esta cultura triunfalista da cura (compreendida como vitória) instalou sentimentos de derrota e frustração face à morte e levou os profissionais a querer curar e salvar a todo o custo, adiando o mais possível o momento da morte. É neste contexto que se começa a questionar o uso de todos os meios disponíveis para prolongar a vida, fazendo-se a distinção, primeiro, entre meios ordinários e extraordinários e, depois, entre meios proporcionados e não proporcionados. Assiste-se, entretanto, à adopção do termo “futilidade”. Um meio é fútil se, através dele, não somos capazes de atingir o fim pretendido: o de beneficiar o doente. Este trabalho pretende reflectir sobre os critérios que devem orientar a tomada de decisão de “não iniciação” ou de “interrupção” de tratamentos em doentes terminais. A metodologia usada é a da revisão integrativa da literatura e da reflexão crítica dos artigos existentes sobre o tema em cinco anos (entre 2007 e 2011), publicados nas revistas Hastings Center Report, British Medical Journal e Medicine, Health Care and Philosophy. Da análise dos artigos resultam seis grandes temas de discussão. O conceito de futilidade (a obstinação terapêutica e os cuidados paliativos); os conflitos entre, por um lado, a autonomia e os direitos dos doentes e, por outro, a responsabilidade e os deveres da equipa de saúde; a importância da comunicação equipa de saúde / doente no processo de tomada de decisão; os critérios de decisão de não iniciação ou de interrupção de tratamentos; o princípio do duplo efeito; e, finalmente, a questão da interrupção da alimentação e da hidratação artificiais.The countless scientific and technological advances of the twentieth century in the medical field have made the concept of “healing” gain the upper hand in the context of acute diseases, leaving to death the last word only in chronic and evolutionary diseases. Having thus been glorified, the culture of healing (seen as a victory) has created feelings of defeat and frustration in the face of death, and has led health care professionals to pursue healing and cure at all costs, postponing death as long as possible. In this context, the use of all available means to extend life has started to be questioned, with the distinction being drawn first between ordinary and extraordinary means and, then, between proportionate and disproportionate means. In the meantime, the term “futility” was adopted. A means is considered futile if it proves unable to achieve the intended result: benefitting the patient. This work intends to reflect on the criteria that should guide the decision-making process of “withholding” or “withdrawing” treatments to terminal patients. The methodology used is based on the integrative review of, and the critical reflection on, the articles published on this subject along five years (2007 to 2011) in the following journals: Hastings Center Report, British Medical Journal and Medicine, Health Care and Philosophy. As a result of this analysis, six main discussion themes were identified: (1) the concept of futility (therapeutic obstinacy and palliative care); (2) the conflict between the patient’s autonomy and rights on the one hand and, on the other, the health care personnel’s responsibility and duties; (3) the importance of communication between health care personnel and patient in the decision-making process; (4) the decision-making criteria on withholding or withdrawing treatments; (5) the principle of the double effect; (6) and, finally, the interruption of artificial nutrition and hydration.Almeida, José Manuel Pereira deVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaVilhena, Rita Rasquilho Vidal Saragoça Mendes2015-01-27T13:44:11Z2013-10-1020132013-10-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/16391TID:201679655porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-10-17T01:35:16Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/16391Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:13:35.952558Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida
title Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida
spellingShingle Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida
Vilhena, Rita Rasquilho Vidal Saragoça Mendes
Obstinação terapêutica
Utilidade
Cuidados paliativos
Therapeutic obstinacy
Futility
Palliative care
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde
title_short Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida
title_full Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida
title_fullStr Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida
title_full_unstemmed Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida
title_sort Cuidados paliativos e obstinação terapêutica : decisões em fim de vida
author Vilhena, Rita Rasquilho Vidal Saragoça Mendes
author_facet Vilhena, Rita Rasquilho Vidal Saragoça Mendes
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Almeida, José Manuel Pereira de
Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
dc.contributor.author.fl_str_mv Vilhena, Rita Rasquilho Vidal Saragoça Mendes
dc.subject.por.fl_str_mv Obstinação terapêutica
Utilidade
Cuidados paliativos
Therapeutic obstinacy
Futility
Palliative care
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde
topic Obstinação terapêutica
Utilidade
Cuidados paliativos
Therapeutic obstinacy
Futility
Palliative care
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde
description Os inúmeros avanços científicos e tecnológicos do século XX, na área da medicina, fizeram que a “cura” se fosse impondo no contexto das doenças agudas, afastando a morte para o culminar de doenças crónicas e evolutivas. Esta cultura triunfalista da cura (compreendida como vitória) instalou sentimentos de derrota e frustração face à morte e levou os profissionais a querer curar e salvar a todo o custo, adiando o mais possível o momento da morte. É neste contexto que se começa a questionar o uso de todos os meios disponíveis para prolongar a vida, fazendo-se a distinção, primeiro, entre meios ordinários e extraordinários e, depois, entre meios proporcionados e não proporcionados. Assiste-se, entretanto, à adopção do termo “futilidade”. Um meio é fútil se, através dele, não somos capazes de atingir o fim pretendido: o de beneficiar o doente. Este trabalho pretende reflectir sobre os critérios que devem orientar a tomada de decisão de “não iniciação” ou de “interrupção” de tratamentos em doentes terminais. A metodologia usada é a da revisão integrativa da literatura e da reflexão crítica dos artigos existentes sobre o tema em cinco anos (entre 2007 e 2011), publicados nas revistas Hastings Center Report, British Medical Journal e Medicine, Health Care and Philosophy. Da análise dos artigos resultam seis grandes temas de discussão. O conceito de futilidade (a obstinação terapêutica e os cuidados paliativos); os conflitos entre, por um lado, a autonomia e os direitos dos doentes e, por outro, a responsabilidade e os deveres da equipa de saúde; a importância da comunicação equipa de saúde / doente no processo de tomada de decisão; os critérios de decisão de não iniciação ou de interrupção de tratamentos; o princípio do duplo efeito; e, finalmente, a questão da interrupção da alimentação e da hidratação artificiais.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-10-10
2013
2013-10-10T00:00:00Z
2015-01-27T13:44:11Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.14/16391
TID:201679655
url http://hdl.handle.net/10400.14/16391
identifier_str_mv TID:201679655
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131813911724032