Terapia da fala, gaguez e ativismo social

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pires, Nicole Inês Silva
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/35991
Resumo: Introdução: A gaguez é uma perturbação da fluência do discurso, com impacto a vários níveis, mais concretamente a nível pessoal e social, tornando-se num problema de comunicação. Há várias técnicas de intervenção terapêutica na área da gaguez, mas atendendo ao impacto que a mesma tem na relação do sujeito com a sociedade pode perspetivar-se a possibilidade de ação terapêutica enquanto processo de ativismo social. Como tal, o presente estudo propõe-se explorar e divulgar a visão dos TFs Portugueses sobre a intervenção terapêutica na gaguez enquanto processo de ativismo social. Métodos: Este estudo tem um caráter exploratório e transversal, com características descritivas. Foi utilizado um questionário construído e validado por Gomes (2018), composto por questões de resposta aberta e fechada, que foi divulgado online através das redes sociais (LinkedIn, Facebook, Instagram). Os dados foram analisados através de estatística descritiva, apresentando-se em forma de Percentil 25, Mediana e Percentil 75. Para a análise dos diferentes grupos foram utilizados o teste U de Mann-Whitney e o teste de Kruskal-Wallis. Para as questões de resposta aberta, foi realizada análise de conteúdo (análise temática). Resultados: Foram obtidas 115 respostas totais (das quais apenas 32 são respostas completas). Estas foram divididas em diferentes grupos (grupos com diferentes graus académicos, grupos com diferente tempo de experiência profissional e grupos com diferente tempo de experiência profissional na área da gaguez). Da análise realizada foi possível encontrar duas visões terapêuticas distintas para o conceito de gaguez, nomeadamente: a gaguez caracterizada como uma perturbação da fala; e a gaguez caracterizada como uma perturbação da fala com impacto na fluência e na comunicação. Relativamente ao ativismo social, foi claro em algumas das respostas a identificação de ações individuais e/ou de grupo e os objetivos da luta social. Sobre a intervenção como processo de ativismo social, foi possível identificar ações ativistas centradas em torno da prevenção e da sensibilização sobre o tema. Foi igualmente abordado o conceito de empowerment e a promoção do associativismo. Conclusão: Os resultados obtidos apontam para a existência de intervenção terapêutica como processo de ativismo social, em Portugal, como por exemplo: colaborar com a Associação Portuguesa de Gagos, promovendo o associativismo, realizando ações de sensibilização, divulgação e consciencialização sobre o tema juntamente com pessoas que gaguejam promovendo o empowerment. No entanto, foi possível observar que a visão de intervenção na gaguez como processo de ativismo social encontra-se apenas relacionada com o conhecimento acerca da gaguez e do ativismo social, uma vez que, de um modo geral, os inquiridos que definiram a gaguez com a tónica na fala, apresentaram fracos conhecimentos sobre ativismo e consequentemente, uma intervenção terapêutica centrada na fala. Por outro lado, os TFs que caracterizaram a gaguez como uma perturbação da fala com impacto na fluência e na comunicação, aparentam ter conceitos de ativismo social mais marcados e, consequentemente, uma intervenção terapêutica na área da gaguez mais voltada para o processo de ativismo social. Futuros estudos poderão verificar se as PQG consideram que os TFs intervêm como ativistas sociais e, quais as formas de intervenção utilizadas, identificadas pelas PQG.
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Os dados foram analisados através de estatística descritiva, apresentando-se em forma de Percentil 25, Mediana e Percentil 75. Para a análise dos diferentes grupos foram utilizados o teste U de Mann-Whitney e o teste de Kruskal-Wallis. Para as questões de resposta aberta, foi realizada análise de conteúdo (análise temática). Resultados: Foram obtidas 115 respostas totais (das quais apenas 32 são respostas completas). Estas foram divididas em diferentes grupos (grupos com diferentes graus académicos, grupos com diferente tempo de experiência profissional e grupos com diferente tempo de experiência profissional na área da gaguez). Da análise realizada foi possível encontrar duas visões terapêuticas distintas para o conceito de gaguez, nomeadamente: a gaguez caracterizada como uma perturbação da fala; e a gaguez caracterizada como uma perturbação da fala com impacto na fluência e na comunicação. Relativamente ao ativismo social, foi claro em algumas das respostas a identificação de ações individuais e/ou de grupo e os objetivos da luta social. Sobre a intervenção como processo de ativismo social, foi possível identificar ações ativistas centradas em torno da prevenção e da sensibilização sobre o tema. Foi igualmente abordado o conceito de empowerment e a promoção do associativismo. Conclusão: Os resultados obtidos apontam para a existência de intervenção terapêutica como processo de ativismo social, em Portugal, como por exemplo: colaborar com a Associação Portuguesa de Gagos, promovendo o associativismo, realizando ações de sensibilização, divulgação e consciencialização sobre o tema juntamente com pessoas que gaguejam promovendo o empowerment. No entanto, foi possível observar que a visão de intervenção na gaguez como processo de ativismo social encontra-se apenas relacionada com o conhecimento acerca da gaguez e do ativismo social, uma vez que, de um modo geral, os inquiridos que definiram a gaguez com a tónica na fala, apresentaram fracos conhecimentos sobre ativismo e consequentemente, uma intervenção terapêutica centrada na fala. Por outro lado, os TFs que caracterizaram a gaguez como uma perturbação da fala com impacto na fluência e na comunicação, aparentam ter conceitos de ativismo social mais marcados e, consequentemente, uma intervenção terapêutica na área da gaguez mais voltada para o processo de ativismo social. Futuros estudos poderão verificar se as PQG consideram que os TFs intervêm como ativistas sociais e, quais as formas de intervenção utilizadas, identificadas pelas PQG.Introduction: Stuttering is a speech fluency disorder and mainly impacts personal and social levels, becoming a communication problem. There are several therapeutic intervention techniques in the area of stuttering, but given the impact, it has on the subject's relationship with society, the possibility of therapeutic action as a process of social activism can be put into perspective. As such, the present study aims to explore and disclose the vision of Portuguese SLTs regarding the therapeutic intervention in stuttering as a process of social activism. Methods: This is an exploratory and cross-sectional study, with descriptive characteristics. A questionnaire constructed and validated by Gomes (2018) was used, composed of open and closed-ended questions, which were shared online through social networks (LinkedIn, Facebook, Instagram). The data was analysed using descriptive statistics, in the form of the 25th percentile, median, and 75th percentile. For the analysis of the different groups, the Mann-Whitney U test as well as the Kruskal-Wallis test. For the open-ended questions, content analysis (thematic analysis) was performed. Results: 115 total responses were obtained (from each only 32 are complete answers), these were divided into different groups (groups with different academic degrees, groups with different lengths of professional experience, and groups with different lengths of professional experience in the area of stuttering). From the analysis, it was possible to find two distinct visions for the concept of stuttering: stuttering characterized as a speech disorder; and stuttering characterized as a speech disorder with an impact on fluency and communication. Regarding social activism, it was clear in some answers the identification of individual and/or group actions and the objectives of the social struggle. Regarding intervention as a process of social activism, it was possible to identify activist actions focused on prevention and raising awareness about the topic. As well as the concept of empowerment and the promotion of associativism. Conclusion: The results obtained point to the existence of therapeutic intervention as a process of social activism in Portugal, such as: collaborating with “Associação Portuguesa de Gagos”, promoting associativism, performing awareness-raising, dissemination, and awareness-raising actions on the topic together with people who stutter (PWS), promoting empowerment. However, it was possible to observe that the vision of stuttering intervention as a process of social activism is only related to the knowledge about stuttering and social activism, since, in general, the respondents who defined stuttering with emphasis on speech showed little knowledge about activism and consequently, a therapeutic intervention focused on speech. On the other hand, the SLTs who characterized stuttering as a speech disorder with an impact on fluency and communication seemed to have more marked concepts of social activism and consequently therapeutic intervention in the area of stuttering was more focused on the process of social activism. Future studies could verify if the PWS consider SLTs to intervene as social activists and, what forms of intervention are used, as identified by the PQG.2023-01-25T14:07:39Z2022-12-14T00:00:00Z2022-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/35991engPires, Nicole Inês Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:09:33Zoai:ria.ua.pt:10773/35991Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:06:59.328893Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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