Is less more? : effects of race and information shortage on facial attractiveness
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/55579 |
Resumo: | Dissertação de mestrado, Psicologia (Área de especialização em Cognição Social Aplicada), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2021 |
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Is less more? : effects of race and information shortage on facial attractivenessAtratividadeProtótiposConcordância interculturalInteracçãoTeses de mestrado - 2021Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaDissertação de mestrado, Psicologia (Área de especialização em Cognição Social Aplicada), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2021Facial attractiveness pertains a crucial role in social interaction, with attractive people being, generally, preferred and highly perceived comparatively to unattractive individuals. Contradicting the maxim beauty is in the eyes of the beholder, literature has enlightened an apparent crosscultural and cross-ethnicity agreement regarding attractiveness, suggesting a possible inherited universal beauty standard. Even though the exact features affecting attractiveness remain in debate, race and information shortage appear to have an influence, with White individuals perceived as more attractive than Black individuals, and Incomplete faces having higher attractiveness. In this thesis, the main goal was to further investigate the role of both variables. Therefore, we conducted a study in which people were divided in two conditions, Original (complete faces) and Mosaic (faces missing 1/3 of the information), and had to rate the attractiveness of White and Black faces of both genders. Our results replicated previous findings, with participants preferring White faces and Incomplete faces. Besides cultural and historical influences on racial bias, we propose a prototypicality account as the underlying mechanism for our results, suggesting that a more developed facial prototype leads to a higher attractiveness of White faces, and the holistic representation of incomplete faces using a facial prototype, more attractive than the original face, as the reason of the shortage information preference. We also found an unexpected gender effect, with women perceived as more attractive than men, that needs further study. Limitations and ideas for future studies are also disclosed.A maneira como interpretamos o mundo depende muito das nossas percepções, nomeadamente a maneira como percepcionamos os que nos rodeiam, as pessoas com quem nos cruzamos no nosso dia a dia, sejam estas estranhas ou conhecidas. Em relação à percepção, uma das principais fontes de estímulos e de informação são as faces (Leopold & Rhodes, 2010; Todorov & Oosterhof, 2011), e, em particular, a sua atratividade. A atratividade possui um papel crucial nas interações humanas, influenciando inferências, julgamentos e opiniões formados pelos indivíduos (Lewis, 2012). Na verdade, desde pequenas, as pessoas são capazes de discriminar faces atrativas de faces não atrativas, demonstrando uma preferência pelas primeiras (e.g., Langlois et al., 1987). A preferência por faces atrativas é demonstrada pela emergência de um beauty-is-good effect: pessoas atraentes são percepcionadas de forma mais positiva (e.g., qualidades sociais, sucesso na vida) e possuem vantagens em diversas áreas (e.g., mercado de trabalho) (Dermer & Thiel, 1975; Dion et al., 1972, Hamermesh & Biddle, 1994). É portanto importante, de forma a estarmos mais conscientes dos vieses que podem influenciar os nossos comportamentos e julgamentos, procurar um melhor entendimento relativamente às características que fazem uma pessoa ser percepcionada como atrativa ou não atrativa. Atualmente, existe ainda algum debate sobre quais as características que influenciam a atratividade de uma pessoa e/ou a magnitude da sua influência. Contudo, a literatura indica uma concordância entre diferentes culturas e etnias em relação à atratividade facial (Langlois et al., 2000), sugerindo a existência de visões semelhantes e partilhadas dentro e entre cultura relativamente a atributos atrativos. Estes resultados parecem indicar a existência de um padrão de beleza universal com um caráter mais inato, não adquirido somente por meio da cultura e da socialização (Langlois et al., 1987). Em particular, dois factores que aparentam influenciar a atratividade são a raça e falta de informação facial. Indivíduos Brancos tendem a ser percepcionados como mais atrativos do que indivíduos Negros (Bernstein et al., 1982; Cross & Cross, 1971), e faces incompletas consideradas mais atraentes do que as faces originais completas (Orghian & Hidalgo, 2020; Sadr & Krowicki, 2019; Sevilla & Meyer, 2020). A presente dissertação tem como objetivo estudar com mais detalhe o impacto da raça e da falta de informação na atratividade facial. De forma a atingir os objetivos mencionados, conduzimos uma experiência na qual os participantes tiveram de avaliar a atratividade das faces exibidas numa escala de 1 (“Nada atrativo) a 100 (“Muito atrativo). Os participantes foram divididos em duas condições: a Original, na qual as fotos exibidas apresentavam a informação completa, e a Mosaico, na qual um terço da informação facial tinha sido aleatoriamente retirada (de forma a minimizar potenciais influências do tipo de informação retirado na atratividade). Exceto as diferenças no tipo de informação exibido (Original ou Mosaic), todos os participantes observaram as mesmas fotos correspondentes a faces Brancas e Negras de ambos os géneros (masculino e feminino). Os resultados obtidos demonstram que os participantes atribuem uma maior atratividade a faces Brancas comparativamente a faces Negras, replicando resultados observados noutros estudos e fornecendo evidências de um possível viés racial. Uma possível explicação para este efeito é a prototipicidade facial, que representa a configuração média de uma população de faces, e depende da experiência perceptiva e do contexto cultural (Rhodes et al., 2003). Uma vez que Portugal é um país cuja população é maioritariamente Branca, os indivíduos podem possuir um maior expertise para caras Brancas, devido a uma maior experiência perceptiva relativamente às mesmas, resultando na formação de um protótipo mais desenvolvido para este tipo de faces. Consequentemente, isto permitiria que compreendessem melhor quais as pistas faciais importantes, mesmo que inconscientemente, para a realização dos julgamentos de atratividade, levando a uma maior atratividade das faces Brancas comparativamente às faces Negras, para as quais os indivíduos não teriam um protótipo tão desenvolvido (Coetzee et al., 2014). Adicionalmente, a interação entre a condição e raça fornece mais evidências relativamente a um possível papel da prototipicidade. Nas faces que não continham toda a informação (condição Mosaico), a preferência por caras Caucasianas possuiu uma magnitude maior. Quando a informação facial não está completa, o processamento holístico não é interrompido (Sadr & Krowicki, 2019), ocorrendo, possivelmente, o uso das representações faciais prototípicas dessa categoria para as completar (Orghian & Hidalgo, 2020). Uma vez que caras prototípicas são atrativas, o recurso às mesmas para completar as faces incompletas, faria estas novas versões mais atrativas do que as originais. Os indivíduos, ao possuírem um protótipo mais desenvolvido para caras Caucasianas, levaria a um aumento da magnitude do efeito do enviesamento racial na condição Mosaico. De facto, não houve diferenças significativas na atratividade das caras Africanas nas duas condições, possivelmente pelos participantes não possuírem um protótipo tão desenvolvido para estas faces. Um outro factor que pode influenciar o viés racial tem a sua origem no colonialismo (de Casanova, 2004; Miller, 1969), na escravatura e na opressão racial (Hill, 2002). O nosso estudo foi realizado com uma amostra portuguesa e, historicamente, Portugal foi um país colonizador, possuindo colónias no continente africano durante um largo período de tempo. Mais concretamente, a independência dessas colónias só foi obtida em 1975, depois de uma Guerra Colonial que durou de 1961 a 1974 (Infopédia, n.d.). Devido a tal, pode existir ainda alguma influência deste período colonial nos julgamentos e estereótipos da população portuguesa. De facto, um estudo de Araújo et al. (2016) demonstrou que Portugal é um país no qual as mulheres Negras são associadas a estereótipos negativos, enquanto as mulheres Brancas são alvo de um enviesamento positivo. Adicionalmente, crianças portuguesas, entre os cinco e os oito anos, aparentam possuir enviesamentos pro-white/anti-black e pro-light-skinned (Neto & Williams, 1997). Relativamente às inferências realizadas quando existe falta de informação facial, replicaram-se os resultados de estudos anteriores, com as caras incompletas a serem percepcionadas como mais atrativas. Novamente, propomos a hipótese da prototipicidade como um possível mecanismo para os efeitos observados: uma vez que a prototipicidade está associado à atratividade, a representação holística das faces incompletas com recurso ao protótipo da categoria facial, levaria a um aumento da atratividade das faces incompletas relativamente às faces originais completas. Adicionalmente, obtivemos um efeito inesperado do género da face na atratividade, com as mulheres a serem percepcionadas como significativamente mais atrativas. Devido a limitações da amostra, não foi possível explorar possíveis explicações para este efeito (e.g., own gender bias, ingroup bias, medo de associações homossexuais). Concluindo, neste estudo observámos uma preferência por caras Brancas a nível da atratividade facial. Este efeito foi mais significativo quando a informação facial era incompleta. Adicionalmente, replicámos os resultados de Orghian e Hidalgo (2020) e fornecemos mais evidências para um possível papel da prototipicidade como mecanismo subjacente à maior atratividade de faces que não possuem toda a informação. Relativamente à presente dissertação, também é importante denotar que a mesma possui limitações, nomeadamente a nível da amostra e da generalização de resultados, que podem ser mitigadas em estudos futuros. Por exemplo, uma amostra com números significativos de homens e mulheres e a recolha de informação relativamente à etnia dos participantes, permitiria explorar o efeito do género da face na atratividade. Adicionalmente, recorrer a faces de diferentes etnias ou que variem na sua tipicidade a nível categorial também permitiria uma melhor compreensão de possíveis influências da prototipicidade e da falta de informação na atratividade.Palma, TomásOrghian, DianaRepositório da Universidade de LisboaCarvalho, Inês Duarte Parente Godinho Soares de2023-01-03T14:30:47Z20212021-10-162021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/55579TID:203271262enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:02:41Zoai:repositorio.ul.pt:10451/55579Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:06:14.639234Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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