A comunicação educativa em ambientes virtuais: um modelo de design de dispositivos para o ensino-aprendizagem na universidade.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1822/7672 |
Resumo: | No quadro do Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal (1997) e, em particular, no quadro da secção relativa à indústria de conteúdos educacionais em língua portuguesa, levamos a cabo uma investigação centrada sobre o design de documento para a web. O trabalho configura uma investigação de tipo desenvolvimento e debruça-se sobre o processo de concepção e implementação de um ambiente virtual de aprendizagem (protótipo de dispositivo na Internet, web site) destinado ao ensino universitário. Aborda, por inerência, o design de documento educacional para a web o qual engloba quer os Objectos de Aprendizagem, quer as bases de dados que os acolhem, quer as características de interface e de comunicação. Uma das finalidades do trabalho é compreender o processo global de design do ambiente e proceder à sua validação para desenvolvimentos futuros. Outra finalidade é discutir uma problemática de carácter pedagógico que se relaciona com questões como: Qual é a mais-valia, do ponto de vista pedagógico, da introdução das tecnologias web no ensino superior presencial universitário? A flexibilização permitida por estas tecnologias pode potenciar a autonomia dos estudantes e, consequentemente, permitir-lhes a aquisição de competências necessárias para aprender ao longo da vida? Que acontece quando se utiliza um sistema desta natureza? A estratégia adoptada é a concepção de um modelo capaz de presidir ao design de web sites para suportar as disciplinas universitárias, a elaboração de um protótipo de dispositivo, a sua implementação, testagem e avaliação. A disciplina que serve a modelização é a Tecnologia Educativa, na formação inicial de professores. O trabalho está organizado em três momentos. O primeiro momento — análise e avaliação da situação — apresenta uma discussão em torno de pressupostos teóricos que fundamentam uma problemática, assim como dois estudos preliminares julgados necessários: um questionamento do destinatário e um levantamento de versões online da disciplina de Tecnologia Educativa nas universidades públicas portuguesas. O primeiro estudo fornece-nos informações sobre a motivação dos estudantes para utilizar a tecnologia nos termos propostos assim como as preferências relativas a conteúdos, organização e interface. Com o segundo estudo, verificamos que aquele uso da tecnologia se revelou muito elementar e que o modelo pedagógico era um modelo centrado sobre o conhecimento e sobre o professor. O segundo momento descreve o processo de concepção do protótipo que oferece duas interfaces: a interface dos estudantes (ambiente partilhado por estudantes e professor) e a interface do administrador (professor) que actualiza a informação no site e faz a sua gestão. Trata-se, portanto, de uma base de dados dinâmica, interactiva e multimédia. A interface do administrador não exige competências informáticas avançadas (html ou editor web) repousando sobre os procedimentos exigidos para uso de e-mail. O protótipo é constituído por cinco secções: Home, Pessoas, Projectos, Recursos e Informação. O correio electrónico é acessível a partir das páginas pessoais e a Home constitui uma espécie de fórum muito simplificado que pode ser utilizado de modo síncrono. O protótipo está concebido de modo a permitir uma flexibilização espácio-temporal das aulas e funda-se num modelo pedagógico centrado na actividade auto-motivada e autónoma do estudante e, portanto, baseado no trabalho colaborativo por projectos com acento na partilha do conhecimento construído e nos processos metacognitivos, de onde a ideia de “comunidade de aprendizagem”. O terceiro momento constitui a implementação do protótipo e a sua avaliação. Depois de alojado e testado (usabilidade), procedeu-se à sua avaliação para a qual concebemos um estudo de caso em situação real. O dispositivo foi utilizado durante um semestre por 78 estudantes que frequentavam a disciplina de Tecnologia Educativa: 39 estudantes da área de humanidades e 39 estudantes da área de ciências, 63 raparigas e 15 rapazes, na faixa etária compreendida entre os 21 e os 25 anos. Os instrumentos de recolha de dados foram de três naturezas diferentes: a) observação directa e participante registada em documento do género Diário; b) levantamento dos elementos introduzidos no site pelos estudantes e das comunicações via correio electrónico com o professor; c) questionário de opiniões, construído de raíz segundo o método da referencialização, sobre a ergonomia, a interface visual, os conteúdos e o potencial pedagógico. No quadro desta investigação, encaramos a avaliação enquanto processo de análise, reflexivo e interpretativo, suportado por instrumentos baseados numa definição prévia de critérios de referência. A avaliação constitui, assim, um processo de metacognição e de auto-avaliação de uma prática de ensino concertada que pode permitir a compreensão das dinâmicas de apropriação do dispositivo tecnológico pelos estudantes e pelo próprio professor. Interessa-nos, sobretudo, a discussão que o processo de avaliação suscita junto dos estudantes e face ao dispositivo proposto. Estamos convictos de que apenas com um trabalho de facto colaborativo e participativo com os estudantes poderemos conseguir formular eventuais standards para o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem. O primeiro resultado é uma base de dados interactiva de utilidade evidente para uso imediato (após algumas alterações, já efectuadas). Da avaliação realizada concluimos que o dispositivo é simples, fácil de usar (por estudantes e professores) e rápido, apresentando a interface gráfica níveis de qualidade satisfatórios, bem como a navegação e a arquitectura da informação. Das opiniões manifestadas pelos estudantes, salientamos a importância acordada aos factores referidos por permitirem uma experiência de uso do sistema gratificante e significativa. Salientamos ainda a adesão ao modo de comunicação por correio electrónico e a necessidade de valorização do indivíduo no seio da comunidade. Identificamos, também, uma necessidade de implementação de dinâmicas colaborativas e uma urgência de repensar os modelos de avaliação das aprendizagens dos estudantes. A grande vantagem do sistema, no enquadramento em causa, afigura-se ser a flexibilização do acesso aos materiais de estudo (aos recursos para a aprendizagem) o que representa uma vantagem ao nível da distribuição. A outra grande vantagem constatada são as possibilidades de comunicação, síncrona e assíncrona. As maiores limitações ao uso do sistema relacionam-se com os custos associados à aquisição de equipamentos e à manutenção das comunicações, custos esses que transitam para o estudante. Do ponto de vista da concepção destes sistemas é urgente a constituição de equipas multidisciplinares e que integrem elementos do destinatário. Concluímos que estes trabalhos encontram uma justificação actual no quadro da “Iniciativa eLearning: pensar o futuro da educação” e que encontram aplicação no domínio dos Campi Virtuais. |
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Uma das finalidades do trabalho é compreender o processo global de design do ambiente e proceder à sua validação para desenvolvimentos futuros. Outra finalidade é discutir uma problemática de carácter pedagógico que se relaciona com questões como: Qual é a mais-valia, do ponto de vista pedagógico, da introdução das tecnologias web no ensino superior presencial universitário? A flexibilização permitida por estas tecnologias pode potenciar a autonomia dos estudantes e, consequentemente, permitir-lhes a aquisição de competências necessárias para aprender ao longo da vida? Que acontece quando se utiliza um sistema desta natureza? A estratégia adoptada é a concepção de um modelo capaz de presidir ao design de web sites para suportar as disciplinas universitárias, a elaboração de um protótipo de dispositivo, a sua implementação, testagem e avaliação. A disciplina que serve a modelização é a Tecnologia Educativa, na formação inicial de professores. O trabalho está organizado em três momentos. O primeiro momento — análise e avaliação da situação — apresenta uma discussão em torno de pressupostos teóricos que fundamentam uma problemática, assim como dois estudos preliminares julgados necessários: um questionamento do destinatário e um levantamento de versões online da disciplina de Tecnologia Educativa nas universidades públicas portuguesas. O primeiro estudo fornece-nos informações sobre a motivação dos estudantes para utilizar a tecnologia nos termos propostos assim como as preferências relativas a conteúdos, organização e interface. Com o segundo estudo, verificamos que aquele uso da tecnologia se revelou muito elementar e que o modelo pedagógico era um modelo centrado sobre o conhecimento e sobre o professor. O segundo momento descreve o processo de concepção do protótipo que oferece duas interfaces: a interface dos estudantes (ambiente partilhado por estudantes e professor) e a interface do administrador (professor) que actualiza a informação no site e faz a sua gestão. Trata-se, portanto, de uma base de dados dinâmica, interactiva e multimédia. A interface do administrador não exige competências informáticas avançadas (html ou editor web) repousando sobre os procedimentos exigidos para uso de e-mail. O protótipo é constituído por cinco secções: Home, Pessoas, Projectos, Recursos e Informação. O correio electrónico é acessível a partir das páginas pessoais e a Home constitui uma espécie de fórum muito simplificado que pode ser utilizado de modo síncrono. O protótipo está concebido de modo a permitir uma flexibilização espácio-temporal das aulas e funda-se num modelo pedagógico centrado na actividade auto-motivada e autónoma do estudante e, portanto, baseado no trabalho colaborativo por projectos com acento na partilha do conhecimento construído e nos processos metacognitivos, de onde a ideia de “comunidade de aprendizagem”. O terceiro momento constitui a implementação do protótipo e a sua avaliação. Depois de alojado e testado (usabilidade), procedeu-se à sua avaliação para a qual concebemos um estudo de caso em situação real. O dispositivo foi utilizado durante um semestre por 78 estudantes que frequentavam a disciplina de Tecnologia Educativa: 39 estudantes da área de humanidades e 39 estudantes da área de ciências, 63 raparigas e 15 rapazes, na faixa etária compreendida entre os 21 e os 25 anos. Os instrumentos de recolha de dados foram de três naturezas diferentes: a) observação directa e participante registada em documento do género Diário; b) levantamento dos elementos introduzidos no site pelos estudantes e das comunicações via correio electrónico com o professor; c) questionário de opiniões, construído de raíz segundo o método da referencialização, sobre a ergonomia, a interface visual, os conteúdos e o potencial pedagógico. No quadro desta investigação, encaramos a avaliação enquanto processo de análise, reflexivo e interpretativo, suportado por instrumentos baseados numa definição prévia de critérios de referência. A avaliação constitui, assim, um processo de metacognição e de auto-avaliação de uma prática de ensino concertada que pode permitir a compreensão das dinâmicas de apropriação do dispositivo tecnológico pelos estudantes e pelo próprio professor. Interessa-nos, sobretudo, a discussão que o processo de avaliação suscita junto dos estudantes e face ao dispositivo proposto. Estamos convictos de que apenas com um trabalho de facto colaborativo e participativo com os estudantes poderemos conseguir formular eventuais standards para o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem. O primeiro resultado é uma base de dados interactiva de utilidade evidente para uso imediato (após algumas alterações, já efectuadas). Da avaliação realizada concluimos que o dispositivo é simples, fácil de usar (por estudantes e professores) e rápido, apresentando a interface gráfica níveis de qualidade satisfatórios, bem como a navegação e a arquitectura da informação. Das opiniões manifestadas pelos estudantes, salientamos a importância acordada aos factores referidos por permitirem uma experiência de uso do sistema gratificante e significativa. Salientamos ainda a adesão ao modo de comunicação por correio electrónico e a necessidade de valorização do indivíduo no seio da comunidade. Identificamos, também, uma necessidade de implementação de dinâmicas colaborativas e uma urgência de repensar os modelos de avaliação das aprendizagens dos estudantes. A grande vantagem do sistema, no enquadramento em causa, afigura-se ser a flexibilização do acesso aos materiais de estudo (aos recursos para a aprendizagem) o que representa uma vantagem ao nível da distribuição. A outra grande vantagem constatada são as possibilidades de comunicação, síncrona e assíncrona. As maiores limitações ao uso do sistema relacionam-se com os custos associados à aquisição de equipamentos e à manutenção das comunicações, custos esses que transitam para o estudante. Do ponto de vista da concepção destes sistemas é urgente a constituição de equipas multidisciplinares e que integrem elementos do destinatário. Concluímos que estes trabalhos encontram uma justificação actual no quadro da “Iniciativa eLearning: pensar o futuro da educação” e que encontram aplicação no domínio dos Campi Virtuais.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)Universidade do Minho. Centro de Investigação em Educação (CIEd)Universidade do MinhoOliveira, Lia Raquel20042004-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/7672porOLIVEIRA, Lia Raquel Moreira - “A comunicação educativa em ambientes virtuais : um modelo de design de dispositivos para o ensino-aprendizagem na Universidade". Braga : Centro de Investigação em Educação. D.L. 2004. ISBN 972-8746-25-3.972-8746-25-3info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:23:40Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/7672Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:17:28.872306Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Outra finalidade é discutir uma problemática de carácter pedagógico que se relaciona com questões como: Qual é a mais-valia, do ponto de vista pedagógico, da introdução das tecnologias web no ensino superior presencial universitário? A flexibilização permitida por estas tecnologias pode potenciar a autonomia dos estudantes e, consequentemente, permitir-lhes a aquisição de competências necessárias para aprender ao longo da vida? Que acontece quando se utiliza um sistema desta natureza? A estratégia adoptada é a concepção de um modelo capaz de presidir ao design de web sites para suportar as disciplinas universitárias, a elaboração de um protótipo de dispositivo, a sua implementação, testagem e avaliação. A disciplina que serve a modelização é a Tecnologia Educativa, na formação inicial de professores. O trabalho está organizado em três momentos. O primeiro momento — análise e avaliação da situação — apresenta uma discussão em torno de pressupostos teóricos que fundamentam uma problemática, assim como dois estudos preliminares julgados necessários: um questionamento do destinatário e um levantamento de versões online da disciplina de Tecnologia Educativa nas universidades públicas portuguesas. O primeiro estudo fornece-nos informações sobre a motivação dos estudantes para utilizar a tecnologia nos termos propostos assim como as preferências relativas a conteúdos, organização e interface. Com o segundo estudo, verificamos que aquele uso da tecnologia se revelou muito elementar e que o modelo pedagógico era um modelo centrado sobre o conhecimento e sobre o professor. O segundo momento descreve o processo de concepção do protótipo que oferece duas interfaces: a interface dos estudantes (ambiente partilhado por estudantes e professor) e a interface do administrador (professor) que actualiza a informação no site e faz a sua gestão. Trata-se, portanto, de uma base de dados dinâmica, interactiva e multimédia. A interface do administrador não exige competências informáticas avançadas (html ou editor web) repousando sobre os procedimentos exigidos para uso de e-mail. O protótipo é constituído por cinco secções: Home, Pessoas, Projectos, Recursos e Informação. O correio electrónico é acessível a partir das páginas pessoais e a Home constitui uma espécie de fórum muito simplificado que pode ser utilizado de modo síncrono. O protótipo está concebido de modo a permitir uma flexibilização espácio-temporal das aulas e funda-se num modelo pedagógico centrado na actividade auto-motivada e autónoma do estudante e, portanto, baseado no trabalho colaborativo por projectos com acento na partilha do conhecimento construído e nos processos metacognitivos, de onde a ideia de “comunidade de aprendizagem”. O terceiro momento constitui a implementação do protótipo e a sua avaliação. Depois de alojado e testado (usabilidade), procedeu-se à sua avaliação para a qual concebemos um estudo de caso em situação real. O dispositivo foi utilizado durante um semestre por 78 estudantes que frequentavam a disciplina de Tecnologia Educativa: 39 estudantes da área de humanidades e 39 estudantes da área de ciências, 63 raparigas e 15 rapazes, na faixa etária compreendida entre os 21 e os 25 anos. Os instrumentos de recolha de dados foram de três naturezas diferentes: a) observação directa e participante registada em documento do género Diário; b) levantamento dos elementos introduzidos no site pelos estudantes e das comunicações via correio electrónico com o professor; c) questionário de opiniões, construído de raíz segundo o método da referencialização, sobre a ergonomia, a interface visual, os conteúdos e o potencial pedagógico. No quadro desta investigação, encaramos a avaliação enquanto processo de análise, reflexivo e interpretativo, suportado por instrumentos baseados numa definição prévia de critérios de referência. A avaliação constitui, assim, um processo de metacognição e de auto-avaliação de uma prática de ensino concertada que pode permitir a compreensão das dinâmicas de apropriação do dispositivo tecnológico pelos estudantes e pelo próprio professor. Interessa-nos, sobretudo, a discussão que o processo de avaliação suscita junto dos estudantes e face ao dispositivo proposto. Estamos convictos de que apenas com um trabalho de facto colaborativo e participativo com os estudantes poderemos conseguir formular eventuais standards para o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem. O primeiro resultado é uma base de dados interactiva de utilidade evidente para uso imediato (após algumas alterações, já efectuadas). Da avaliação realizada concluimos que o dispositivo é simples, fácil de usar (por estudantes e professores) e rápido, apresentando a interface gráfica níveis de qualidade satisfatórios, bem como a navegação e a arquitectura da informação. Das opiniões manifestadas pelos estudantes, salientamos a importância acordada aos factores referidos por permitirem uma experiência de uso do sistema gratificante e significativa. Salientamos ainda a adesão ao modo de comunicação por correio electrónico e a necessidade de valorização do indivíduo no seio da comunidade. Identificamos, também, uma necessidade de implementação de dinâmicas colaborativas e uma urgência de repensar os modelos de avaliação das aprendizagens dos estudantes. A grande vantagem do sistema, no enquadramento em causa, afigura-se ser a flexibilização do acesso aos materiais de estudo (aos recursos para a aprendizagem) o que representa uma vantagem ao nível da distribuição. A outra grande vantagem constatada são as possibilidades de comunicação, síncrona e assíncrona. As maiores limitações ao uso do sistema relacionam-se com os custos associados à aquisição de equipamentos e à manutenção das comunicações, custos esses que transitam para o estudante. Do ponto de vista da concepção destes sistemas é urgente a constituição de equipas multidisciplinares e que integrem elementos do destinatário. Concluímos que estes trabalhos encontram uma justificação actual no quadro da “Iniciativa eLearning: pensar o futuro da educação” e que encontram aplicação no domínio dos Campi Virtuais. |
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OLIVEIRA, Lia Raquel Moreira - “A comunicação educativa em ambientes virtuais : um modelo de design de dispositivos para o ensino-aprendizagem na Universidade". Braga : Centro de Investigação em Educação. D.L. 2004. ISBN 972-8746-25-3. 972-8746-25-3 |
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