Biopolíticas da Luz nas Cidades Modernas e Contemporâneas: Do Olhar-Luz Disciplinar às Luzes Operacionais de Controle

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: d’Artemare,Antoine Nicolas Gonod
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-04582021000100017
Resumo: Resumo Neste artigo, buscaremos explicitar algumas das relações entre luz e biopolítica na ci- dade moderna e na contemporânea. Consideramos a luz como uma estimulação externa ca- paz não apenas de atingir e sensibilizar os corpos como também de agir, de diversas formas e em diferentes graus, sobre eles. A partir dessa premissa, nos perguntaremos de que maneira, na modernidade e na contemporaneidade, as materialidades e práticas luminosas do espaço urbano teriam a capacidade de influenciar, determinar, capturar, vigiar, disciplinar e controlar as opiniões, discursos e práticas dos indivíduos. Com o intuito de esboçar alguns elementos parciais de resposta a essa abrangente problemática, buscaremos demonstrar, em um primeiro momento, de que maneira a iluminação pública da Paris moderna poderia ser encarada como uma tecnologia disciplinar. Em seguida, nos perguntaremos de que modo a luz poderia, ain- da na contemporaneidade, participar de diversas estratégias de poder. A partir de Paul Virilio (2002), argumentaremos que houve um deslocamento nas estratégias de controle por meio da luz em relação a épocas anteriores. Retomando uma distinção proposta pelo autor, queremos delinear dois regimes: o primeiro, oriundo da modernidade, que se caracterizaria pelo emprego de “luz direta”; ao qual se acrescentaria hoje um segundo regime de “luz indireta”, próprio às sociedades de controle. Desse modo, procuraremos desnaturalizar nossa relação com a luz, no contexto da cultura ocidental, e reconhecer seu protagonismo ao serviço de foto-políticas, termo que propomos para designar algumas das instrumentalizações (bio)políticas da luz. Por fim, analisando obras e práticas luminosas insurgentes da contemporaneidade, buscaremos refletir sobre possíveis estratégias através das quais poderiam ser erguidas contraluzes.
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