Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Menezes, Susana Maria Peres de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/25042
Resumo: O presente trabalho pretende ser uma reflexão em torno das políticas públicas para a cultura, sobretudo, nas últimas décadas, quando novos conceitos são disseminados e amplamente incorporados, quer na agenda social, quer na agenda política dos territórios. Num curto espaço de tempo, os conceitos de cultura e criatividade, indústrias culturais e indústrias criativas, economia cultural e economia criativa, inovação e regeneração urbana, bairros culturais e cidades criativas, surgem plasmados nos mais diversos documentos oficiais fossem eles provenientes de organizações supranacionais ou nacionais, pressentindo-se, nestas novas formulações conceptuais, uma espécie de revolução social sem precedentes no que às políticas culturais dizia respeito. Em poucos anos, a cultura e a criatividade são colocadas no palco maior da política, de tal modo que, também em poucos anos, se passou de um investimento quase marginal e sem expressão nos orçamentos gerais das organizações públicas para mega-investimentos em infraestruturas e eventos culturais. Propondo-se, como o próprio título nos revela, uma viagem a muitos destes conceitos, partimos então de uma indagação primeira: o que significariam verdadeiramente todos estes novos conceitos e como havíamos nós chegado ao momento em que, numa única frase, poderíamos conjugar a ideia de mercado com a de cultura, a de indústrias com a de identidades, a de criatividade com a de regeneração urbana e, com que consequências para a cultura. É à luz desta indagação que nos colocamos duas perguntas-chave: de que falamos quando falamos de cultura? e de que falamos quando falamos de criatividade? As múltiplas respostas que estas duas perguntas nos fornecem constituem a base de toda a reflexão que desenvolvemos que visa ser, de certo modo, um olhar sobre o ‘estado da arte’ das políticas públicas, sobretudo, no espaço europeu, procurando entender de que modo e em que circunstâncias a cultura e a criatividade se tornaram, afinal, instrumentos políticos e económicos ao serviço do desenvolvimento dos territórios
id RCAP_2454b275ebe33cd731a0fd756ac3b3be
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/25042
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str
spelling Distopia ou utopia: cultura, criatividade e territórioCulturaCriatividadeTerritórioPolíticas públicasIndústrias culturaisIndústrias criativasBairros culturaisCidades criativasO presente trabalho pretende ser uma reflexão em torno das políticas públicas para a cultura, sobretudo, nas últimas décadas, quando novos conceitos são disseminados e amplamente incorporados, quer na agenda social, quer na agenda política dos territórios. Num curto espaço de tempo, os conceitos de cultura e criatividade, indústrias culturais e indústrias criativas, economia cultural e economia criativa, inovação e regeneração urbana, bairros culturais e cidades criativas, surgem plasmados nos mais diversos documentos oficiais fossem eles provenientes de organizações supranacionais ou nacionais, pressentindo-se, nestas novas formulações conceptuais, uma espécie de revolução social sem precedentes no que às políticas culturais dizia respeito. Em poucos anos, a cultura e a criatividade são colocadas no palco maior da política, de tal modo que, também em poucos anos, se passou de um investimento quase marginal e sem expressão nos orçamentos gerais das organizações públicas para mega-investimentos em infraestruturas e eventos culturais. Propondo-se, como o próprio título nos revela, uma viagem a muitos destes conceitos, partimos então de uma indagação primeira: o que significariam verdadeiramente todos estes novos conceitos e como havíamos nós chegado ao momento em que, numa única frase, poderíamos conjugar a ideia de mercado com a de cultura, a de indústrias com a de identidades, a de criatividade com a de regeneração urbana e, com que consequências para a cultura. É à luz desta indagação que nos colocamos duas perguntas-chave: de que falamos quando falamos de cultura? e de que falamos quando falamos de criatividade? As múltiplas respostas que estas duas perguntas nos fornecem constituem a base de toda a reflexão que desenvolvemos que visa ser, de certo modo, um olhar sobre o ‘estado da arte’ das políticas públicas, sobretudo, no espaço europeu, procurando entender de que modo e em que circunstâncias a cultura e a criatividade se tornaram, afinal, instrumentos políticos e económicos ao serviço do desenvolvimento dos territóriosThis work aims to be a reflection surrounding public policies in regards to culture, especially over the last few decades, when new concepts have been disseminated and widely incorporated, be it in the social or the political agenda of a territory. In a short period of time, concepts such as culture and creativity, cultural industries and creative industries, cultural economy and creative economy, urban innovation and regeneration, cultural districts and creative cities, are included in the widest variety of official documents, either from supranational or national organizations, sensing in these new conceptual formulations a sort of unprecedented social revolution as far as cultural policies are concerned. In just a few years, culture and creativity have taken centre stage in politics, in such a way that, also in a few short years, we have gone from an almost marginal investment, irrelevant to the general budget of public organizations, to mega-investments in cultural infrastructures and events. Proposing, like the title itself suggests, a journey through many of these concepts, we start from a first query: what these concepts truly mean and how we got to a point when, in a single sentence, we can combine the ideas of market and culture, industries and identities, creativity and urban regeneration, and with what consequences for culture. It’s in light of this that we ask ourselves two key questions: what do we mean when we talk about culture? And what do we mean when we talk about creativity? The multiple answers to these two questions are the basis for the reflection we developed, which, in a way, intends to be a glance at the ‘state of art’ of public policies, mainly within Europe, striving to understand in what way and in which circumstances culture and creativity have become, after all, political and economic instruments at the service of the development of territories2019-01-10T14:34:55Z2018-05-30T00:00:00Z2018-05-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/25042TID:101422105porMenezes, Susana Maria Peres deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-17T03:58:49ZPortal AgregadorONG
dc.title.none.fl_str_mv Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território
title Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território
spellingShingle Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território
Menezes, Susana Maria Peres de
Cultura
Criatividade
Território
Políticas públicas
Indústrias culturais
Indústrias criativas
Bairros culturais
Cidades criativas
title_short Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território
title_full Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território
title_fullStr Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território
title_full_unstemmed Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território
title_sort Distopia ou utopia: cultura, criatividade e território
author Menezes, Susana Maria Peres de
author_facet Menezes, Susana Maria Peres de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Menezes, Susana Maria Peres de
dc.subject.por.fl_str_mv Cultura
Criatividade
Território
Políticas públicas
Indústrias culturais
Indústrias criativas
Bairros culturais
Cidades criativas
topic Cultura
Criatividade
Território
Políticas públicas
Indústrias culturais
Indústrias criativas
Bairros culturais
Cidades criativas
description O presente trabalho pretende ser uma reflexão em torno das políticas públicas para a cultura, sobretudo, nas últimas décadas, quando novos conceitos são disseminados e amplamente incorporados, quer na agenda social, quer na agenda política dos territórios. Num curto espaço de tempo, os conceitos de cultura e criatividade, indústrias culturais e indústrias criativas, economia cultural e economia criativa, inovação e regeneração urbana, bairros culturais e cidades criativas, surgem plasmados nos mais diversos documentos oficiais fossem eles provenientes de organizações supranacionais ou nacionais, pressentindo-se, nestas novas formulações conceptuais, uma espécie de revolução social sem precedentes no que às políticas culturais dizia respeito. Em poucos anos, a cultura e a criatividade são colocadas no palco maior da política, de tal modo que, também em poucos anos, se passou de um investimento quase marginal e sem expressão nos orçamentos gerais das organizações públicas para mega-investimentos em infraestruturas e eventos culturais. Propondo-se, como o próprio título nos revela, uma viagem a muitos destes conceitos, partimos então de uma indagação primeira: o que significariam verdadeiramente todos estes novos conceitos e como havíamos nós chegado ao momento em que, numa única frase, poderíamos conjugar a ideia de mercado com a de cultura, a de indústrias com a de identidades, a de criatividade com a de regeneração urbana e, com que consequências para a cultura. É à luz desta indagação que nos colocamos duas perguntas-chave: de que falamos quando falamos de cultura? e de que falamos quando falamos de criatividade? As múltiplas respostas que estas duas perguntas nos fornecem constituem a base de toda a reflexão que desenvolvemos que visa ser, de certo modo, um olhar sobre o ‘estado da arte’ das políticas públicas, sobretudo, no espaço europeu, procurando entender de que modo e em que circunstâncias a cultura e a criatividade se tornaram, afinal, instrumentos políticos e económicos ao serviço do desenvolvimento dos territórios
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-05-30T00:00:00Z
2018-05-30
2019-01-10T14:34:55Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/25042
TID:101422105
url http://hdl.handle.net/10773/25042
identifier_str_mv TID:101422105
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1777303546987806720