Impacto Psicossocial da Pandemia COVID-19 nos Técnicos de Análises Clínicas e de Saúde Pública

• Autor(a) principal: Campinho, Vera Constança Figueiredo
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11110/2491
• topic: Técnicos de análises clínicas e de saúde pública; Pandemia COVID-19; riscos psicossociais; fatores de riscos psicossociais

A pandemia COVID-19 tem tido um enorme impacto na sociedade, em particular nos profissionais de saúde, não só a nível físico, mas também psicossocial. Tem sido recorrente o relato de aumento dos sintomas psicossomáticos de ansiedade e depressão, da perda da qualidade do sono e outros sintomas associados ao receio de infeção e transmissão do vírus. Os técnicos de análises clínicas e de saúde pública representam um grupo de profissionais de saúde particularmente exposto, quer pelo número de potenciais infetados com os quais um só técnico lida diariamente nas colheitas de amostras biológicas, quer pelo elevado número de técnicos envolvidos na análise das mesmas no laboratório. Este projeto visou a caracterização dos fatores de risco psicossocial devido à pandemia COVID-19 neste grupo de profissionais de saúde em Portugal, a sua quantificação e a avaliação da sua correlação com variáveis sociodemográficas e socioprofissionais. Consistiu num estudo de caso exploratório incluindo recolha de dados e a análise estatística dos mesmos. A recolha de dados foi de acordo com o questionário Copenhagen Psychosocial Questionnaire - COPSOQ II, na versão média, adaptado e validado para a população portuguesa. A classe profissional alvo deste estudo trabalha em laboratórios do setor privado e público de todo o país, de forma a abranger o maior de número de profissionais possível. Em termos de resultados, verificou-se que os sintomas negativos estão mais presentes nos técnicos com mais idade, nos que têm mais anos de trabalho, nos casados, nos que têm dependentes, e, por sua vez, nos que têm um maior nível de escolaridade. Por conseguinte, o grupo com maior nível de exposição são as mulheres, pois estas têm maior preocupação em relação à possível perda do emprego no futuro. Assim, os riscos psicossociais assumem uma relevância acrescida, quer pela dimensão que a COVID-19 assumiu, quer pela sua longevidade.