Aquisição dos pronomes clíticos não reflexos por falantes chineses de português europeu L3 : questões de seleção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tian, Yiyan
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/62416
Resumo: Este trabalho procura responder a uma questão que não tem sido tratada pelos investigadores, isto é, a ordem de aquisição dos clíticos não reflexos por falantes chineses de PLE. Ou seja, que clíticos são adquiridos em primeiro lugar, os acusativos (com a função sintática de objeto direto - OD) ou os dativos (com a função de objeto indireto - OI)? O foco do presente trabalho vai ser colocado nos falantes chineses de PE L3 que têm o inglês como L2, levando em conta o facto de que muitos aprendentes em contexto formal já tinham recebido uma formação de língua inglesa durante muito tempo antes da aprendizagem de PE e que tanto o mandarim (L1) como o inglês (L2) fazem parte das línguas que não têm pronomes clíticos, o que difere do PE e poderá criar, consequentemente, dificuldades para a sua aquisição. Prevê-se que os falantes chineses de PE L3 tenham mais dificuldade em adquirir/aprender clíticos dativos (OI), porque, por um lado, o traço de animacidade pode interferir na aquisição destes pronomes pelo facto de os de 3ª pessoa do mandarim raramente se referirem a animais e a entidades [-animadas] (cf. Li & Thompson (1989)). Por outro lado, existe um conjunto de verbos portugueses, como resistir, obedecer e suceder, que selecionam OI em PE mas OD em mandarim (L1) e inglês (L2), ou seja, o conhecimento prévio da estrutura argumental destes verbos nas L1 e L2 pode estar na base da dificuldade de aquisição dos clíticos dativos em PE L3. Assim, esta pesquisa tem como objetivos: (i) verificar se os falantes chineses têm mais dificuldade em adquirir/aprender clíticos dativos (OI) do que clíticos acusativos (OD) e se as dificuldades residem na animacidade e nas propriedades de regência verbal; (ii) averiguar a correlação entre a proficiência do português e a aquisição dos pronomes clíticos. Depois de ter aplicado dois testes experimentais a falantes nativos chineses com diferentes níveis de proficiência em PE, os resultados mostram que os clíticos dativos são efetivamente mais difíceis de adquirir/aprender, apesar de as duas potenciais razões não terem sido totalmente confirmadas, e que não existe correlação entre a proficiência e a aquisição.
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Prevê-se que os falantes chineses de PE L3 tenham mais dificuldade em adquirir/aprender clíticos dativos (OI), porque, por um lado, o traço de animacidade pode interferir na aquisição destes pronomes pelo facto de os de 3ª pessoa do mandarim raramente se referirem a animais e a entidades [-animadas] (cf. Li & Thompson (1989)). Por outro lado, existe um conjunto de verbos portugueses, como resistir, obedecer e suceder, que selecionam OI em PE mas OD em mandarim (L1) e inglês (L2), ou seja, o conhecimento prévio da estrutura argumental destes verbos nas L1 e L2 pode estar na base da dificuldade de aquisição dos clíticos dativos em PE L3. Assim, esta pesquisa tem como objetivos: (i) verificar se os falantes chineses têm mais dificuldade em adquirir/aprender clíticos dativos (OI) do que clíticos acusativos (OD) e se as dificuldades residem na animacidade e nas propriedades de regência verbal; (ii) averiguar a correlação entre a proficiência do português e a aquisição dos pronomes clíticos. Depois de ter aplicado dois testes experimentais a falantes nativos chineses com diferentes níveis de proficiência em PE, os resultados mostram que os clíticos dativos são efetivamente mais difíceis de adquirir/aprender, apesar de as duas potenciais razões não terem sido totalmente confirmadas, e que não existe correlação entre a proficiência e a aquisição.This paper seeks to answer a question that has not been addressed by researchers, namely, the order of acquisition of non-reflexive clitics by Chinese Leaners of European Portuguese (EP). In other words, which clitic pronouns are acquired first, the accusative clitics (with syntactic function of direct object - DO) or the dative clitics (with syntactic function of indirect object - IO)? The focus of the present paper will be placed on Chinese speakers of L3 EP who have English as their L2, taking into account the fact that many learners in formal contexts had already received English language training for a long time before learning EP and that both Mandarin (L1) and English (L2) are among the languages without clitic pronouns, which differs from EP and may consequently create difficulties for their acquisition. It is predicted that Chinese speakers of L3 EP have more difficulty in acquiring/learning dative clitics (IO) because, on the one hand, the animacy feature may interfere with the acquisition of dative clitics due to the fact that Chinese 3rd person pronouns rarely refer to animals and [-animated] entities (cf. Li & Thompson (1989)). On the other hand, there are a number of Portuguese verbs, such as resistir ‘resist’, obedecer ‘obey’ and suceder ‘succeed’, that select dative clitics (IO) in EP but accusative clitics (DO) in Mandarin (L1) and English (L2), that is to say, speakers' previous knowledge of the argument structure of these verbs in the L1 and L2 may underlie the difficulty in acquiring the dative clitics in EP L3. Thus, this research aims: (i) to confirm whether Chinese speakers have more difficulty in acquiring/learning dative clitics (IO) than accusative clitics (DO) and whether the difficulties lie in animacy and verb regency properties; (ii) to find out the correlation between Portuguese proficiency and the acquisition of clitic pronouns. After applying two experimental tests to native Chinese speakers with different levels of PE proficiency, the results show that dative clitics are more difficulty to acquire/learn than accusatives, although the two potential reasons for it have not been fully confirmed, and that there is no such correlation between proficiency and acquisition.Alexandre, Nélia Maria PedroRepositório da Universidade de LisboaTian, Yiyan2024-02-01T16:48:57Z2022-07-152022-05-302022-07-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/62416TID:203199340porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-05T01:23:52Zoai:repositorio.ul.pt:10451/62416Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:08:31.160864Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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