Factores Edafo-Ambientais Associados ao Declínio de Quercus suber em Portugal: Tentativa de Identificação e Dificuldades Encontradas
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Data de Publicação: | 2006 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-63522006000200003 |
Resumo: | O declínio de Quercus suber é um problema grave que afecta vastas áreas de montado e sobreiral do país, tendo sido objecto de vários estudos no sentido de se procurar identificar quais os factores mais directamente relacionados com esta enfermidade para orientar a aplicação de práticas de gestão que conduzam ao seu controlo. Muitos dos trabalhos desenvolvidos associam a enfermidade a propriedades do solo responsáveis por dificuldades de vegetação das árvores potenciando a agressividade dos patogénicos considerados responsáveis, entre eles os fungos Phytophthora cambivora e Phytophthora cinnamomi. No presente trabalho efectuou-se a quantificação de um conjunto de variáveis edafo-ambientais em 10 parcelas seleccionadas no Norte e no Sul do país, com áreas entre 975 e 3150 m² e procuraram-se relações com a severidade da doença, quantificada pelo grau de desfoliação. Seleccionaram-se como variáveis: exposição, declive, altitude, distância à linha de festo, precipitação média anual, temperatura média anual, densidade e porte da vegetação arbustiva, espessura efectiva do solo, compacidade, concentrações em terra fina, lotes granulométricos, MO, N, P, K, bases de troca e acidez de troca. A selecção destas variáveis seguiu um critério que reúne um amplo consenso, ainda que seja reconhecida a dificuldade de quantificar algumas delas. A informação recolhida no terreno e o tratamento dos resultados com recurso à análise de regressão múltipla permitiu salientar as seguintes conclusões: (i) A opinião recolhida a partir das informações de campo, destaca a compacidade do solo e a densidade e porte do coberto arbustivo, como factores muito associados à severidade da doença, no caso das parcelas Sul do país, o que corrobora conclusões de estudos anteriores; (ii) Porém, na análise de regressão múltipla, a explicação conseguida para a severidade da doença, com as 18 variáveis independentes seleccionadas, é sempre muito baixa - 17%, 25% e 21%, respectivamente para o conjunto das parcelas e, em separado, para as parcelas Norte e Sul do país; (iii) O tratamento em conjunto das parcelas Norte e Sul mostra relações entre a variável dependente e as variáveis independentes, que são de difícil explicação, enquanto o tratamento em separado das parcelas Norte e Sul do país, mostra algumas relações que fazem sentido, como o caso da altitude para as parcelas Norte e da compacidade do solo nas parcelas Sul, enquanto outras relações são de explicação difícil; (iv) A análise estatística dos resultados não permite pois destacar de forma clara quais os factores mais directamente responsáveis pela severidade da doença e conduziu a resultados pouco explicáveis à luz das relações solo-planta, conclusão a que outros autores haviam também chegado, e que se atribui à interacção entre propriedades e à dificuldade de quantificação de algumas delas. |
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