Estudo da interacção do fungo saprófita Hypholoma fasciculare com microrganismos filamentosos e seu efeito no crescimento de plantas de castanheiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10198/5899 |
Resumo: | Hypholoma fasciculare é um fungo saprófita-lenhícola muito comum nos povoamentos de Castanea sativa na região do nordeste transmontano. Nos últimos anos, esta espécie tem sido explorada como agente de controlo biológico, por ser muito combativa contra espécies patogénicas. O presente trabalho tem como objectivo geral avaliar o potencial do H. fasciculare como agente de controlo biológico; e o efeito da sua aplicação nos fungos ectomicorrízicos bem como nas plantas de castanheiro e no processo de micorrização pelo Pisolithus tinctorius. A avaliação do potencial do H. fasciculare como agente de controlo biológico, foi efectuada em condições in vitro pelo método da cultura dupla. O fungo H. fasciculare inibiu significativamente o crescimento dos patogéneos Armillaria mellea e Phytophthora cambivora, e dos fungos micorrízicos Suillus luteus e Pisolithus tinctorius. Os mecanismos adoptados pelo H. fasciculare foram “antagonismo e agonismo à distância”, respectivamente para as espécies patogénicas e micorrízicas. Neste processo parecem intervir enzimas líticas, como a amilase, celulase, lacase e lipase, produzidas pelo H. fasciculare. Observaram-se ainda alterações morfológicas no H. fasciculare possivelmente com o intuito de se tornar mais resistente à invasão da espécie interactuante e/ou mais invasivo. Pelo contrário, nas co-culturas com Amanita gemmata e Colletotrichum acutatum o crescimento de H. fasciculare foi inibido; e com P. cinnamomi e S. bovinus não se observaram diferenças de crescimento para as espécies interactuantes. O efeito da aplicação de H. fasciculare nas plantas de castanheiro e no processo de micorrização pelo P. tinctorius foi avaliada em condições de estufa. As plantas inoculadas com P. tinctorius apresentavam um maior crescimento e níveis foliares de azoto, fósforo, clorofilas (a, b e total) e carotenóides face às plantas não inoculadas. O efeito positivo da micorrização foi contudo suprimido pelo fungo H. fasciculare quando aplicado simultaneamente com P. tinctorius. Este resultado poderá estar relacionado com a inibição da micorrização das raízes pelo H. fasciculare e/ou pela competição entre o P. tinctorius e o H. fasciculare por nutrientes, nomeadamente azoto. O efeito deletério de H. fasciculare não se verificou quando aplicado nas plantas isoladamente ou 30 dias depois da inoculação com P. tinctorius. Os resultados obtidos evidenciam xiv uma interacção antagónica entre fungos ectomicorrízicos e saprófitas com repercussões ao nível do crescimento e fisiologia da planta. |
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Estudo da interacção do fungo saprófita Hypholoma fasciculare com microrganismos filamentosos e seu efeito no crescimento de plantas de castanheiroHypholoma fasciculareInteracção micelialEnzimas líticasCastanea sativaInteracção planta-fungoPisolithus tinctoriusHypholoma fasciculare é um fungo saprófita-lenhícola muito comum nos povoamentos de Castanea sativa na região do nordeste transmontano. Nos últimos anos, esta espécie tem sido explorada como agente de controlo biológico, por ser muito combativa contra espécies patogénicas. O presente trabalho tem como objectivo geral avaliar o potencial do H. fasciculare como agente de controlo biológico; e o efeito da sua aplicação nos fungos ectomicorrízicos bem como nas plantas de castanheiro e no processo de micorrização pelo Pisolithus tinctorius. A avaliação do potencial do H. fasciculare como agente de controlo biológico, foi efectuada em condições in vitro pelo método da cultura dupla. O fungo H. fasciculare inibiu significativamente o crescimento dos patogéneos Armillaria mellea e Phytophthora cambivora, e dos fungos micorrízicos Suillus luteus e Pisolithus tinctorius. Os mecanismos adoptados pelo H. fasciculare foram “antagonismo e agonismo à distância”, respectivamente para as espécies patogénicas e micorrízicas. Neste processo parecem intervir enzimas líticas, como a amilase, celulase, lacase e lipase, produzidas pelo H. fasciculare. Observaram-se ainda alterações morfológicas no H. fasciculare possivelmente com o intuito de se tornar mais resistente à invasão da espécie interactuante e/ou mais invasivo. Pelo contrário, nas co-culturas com Amanita gemmata e Colletotrichum acutatum o crescimento de H. fasciculare foi inibido; e com P. cinnamomi e S. bovinus não se observaram diferenças de crescimento para as espécies interactuantes. O efeito da aplicação de H. fasciculare nas plantas de castanheiro e no processo de micorrização pelo P. tinctorius foi avaliada em condições de estufa. As plantas inoculadas com P. tinctorius apresentavam um maior crescimento e níveis foliares de azoto, fósforo, clorofilas (a, b e total) e carotenóides face às plantas não inoculadas. O efeito positivo da micorrização foi contudo suprimido pelo fungo H. fasciculare quando aplicado simultaneamente com P. tinctorius. Este resultado poderá estar relacionado com a inibição da micorrização das raízes pelo H. fasciculare e/ou pela competição entre o P. tinctorius e o H. fasciculare por nutrientes, nomeadamente azoto. O efeito deletério de H. fasciculare não se verificou quando aplicado nas plantas isoladamente ou 30 dias depois da inoculação com P. tinctorius. Os resultados obtidos evidenciam xiv uma interacção antagónica entre fungos ectomicorrízicos e saprófitas com repercussões ao nível do crescimento e fisiologia da planta.Hypholoma fasciculare is a saprophyte-legnicolous fungus very common in communities of Castanea sativa in the northeast region of Portugal. In the last few years this species has been explored as a biological control agent due to its ability to combat pathogenic species. The objective of this study is to evaluate the potential of H. fasciculare to act as a biological control agent and the effects of its application on ectomycorrhizal funguses, chestnut plants as well as in the process of mycorrhization by Pisolithus tinctorius. The evaluation of the potential of H. fasciculare as a biological control agent was made in in vitro conditions and by the double culture method. The H. fasciculare fungus inhibited significantly the growth of the pathogens Armillaria mellea and Phytophthora cambivora and the micorrizic Suillus luteus and Pisolithus tinctorius. The mechanisms adopted by H. fasciculare to act on pathogenic species and micorrizic species were respectively “antagonism and agonism at a distance”. In this process it is observed the intervention of litic enzymes such as amylase, cellulase, lacase and lipase, all produced by H. fasciculare. It is also observed morphological alterations of H. fasciculare possibly with the intent of becoming more resistant to the possible invasion of the interacting and/or more invasive species. On the other hand, in the co-cultures with Amanita gemmata and Colletotrichum acutatum, the growth of H. fasciculare was inhibited. With P. cinnamomi and S. bovinus no differences of growth was observed by the interacting species. The effects of the application of H. fasciculare in the chestnut plants and in the process of micorrization by Pisolithus tinctorius was evaluated in greenhouse conditions. The plants inoculated with P. tinctorius showed a greater growth, at a foliar level, of nitrogen, phosphorous, chlorophylls (a, b and total) and caratanoids relatively to the non-inoculated plants. The positive effect of the micorrization was however suppressed by the H. fasciculare fungus when applied simultaneously with P. tinctorius. This result may be related to the inhibition of the micorrization of the roots by H. fasciculare and/or by the competition between P. tinctorius and H. fasciculare for nutrients, namely nitrogen. The deleterian effect of H. fasciculare was not observed when applied to plants in isolation neither after 30 days of inoculation by P. tinctorius. xvi The results obtained show an antagonic interaction between ectomicorrizic and saprophyte funguses with repercussions in the growth and the physiology of the plant.Instituto Politécnico de Bragança, Escola Superior AgráriaBaptista, PaulaNeto, Maria Teresa LinoBiblioteca Digital do IPBPereira, Eric Carvalho2011-07-18T16:38:17Z20102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/5899TID:201448912porPereira, Eric Carvalho (2010). Estudo da interacção do fungo saprófita Hypholoma fasciculare com microrganismos filamentosos e seu efeito no crescimento de plantas de castanheiro. Bragança: ESA. Dissertação de Mestrado em Biotecnologiainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T10:15:17Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/5899Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:58:08.936230Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Hypholoma fasciculare é um fungo saprófita-lenhícola muito comum nos povoamentos de Castanea sativa na região do nordeste transmontano. Nos últimos anos, esta espécie tem sido explorada como agente de controlo biológico, por ser muito combativa contra espécies patogénicas. O presente trabalho tem como objectivo geral avaliar o potencial do H. fasciculare como agente de controlo biológico; e o efeito da sua aplicação nos fungos ectomicorrízicos bem como nas plantas de castanheiro e no processo de micorrização pelo Pisolithus tinctorius. A avaliação do potencial do H. fasciculare como agente de controlo biológico, foi efectuada em condições in vitro pelo método da cultura dupla. O fungo H. fasciculare inibiu significativamente o crescimento dos patogéneos Armillaria mellea e Phytophthora cambivora, e dos fungos micorrízicos Suillus luteus e Pisolithus tinctorius. Os mecanismos adoptados pelo H. fasciculare foram “antagonismo e agonismo à distância”, respectivamente para as espécies patogénicas e micorrízicas. Neste processo parecem intervir enzimas líticas, como a amilase, celulase, lacase e lipase, produzidas pelo H. fasciculare. Observaram-se ainda alterações morfológicas no H. fasciculare possivelmente com o intuito de se tornar mais resistente à invasão da espécie interactuante e/ou mais invasivo. Pelo contrário, nas co-culturas com Amanita gemmata e Colletotrichum acutatum o crescimento de H. fasciculare foi inibido; e com P. cinnamomi e S. bovinus não se observaram diferenças de crescimento para as espécies interactuantes. O efeito da aplicação de H. fasciculare nas plantas de castanheiro e no processo de micorrização pelo P. tinctorius foi avaliada em condições de estufa. As plantas inoculadas com P. tinctorius apresentavam um maior crescimento e níveis foliares de azoto, fósforo, clorofilas (a, b e total) e carotenóides face às plantas não inoculadas. O efeito positivo da micorrização foi contudo suprimido pelo fungo H. fasciculare quando aplicado simultaneamente com P. tinctorius. Este resultado poderá estar relacionado com a inibição da micorrização das raízes pelo H. fasciculare e/ou pela competição entre o P. tinctorius e o H. fasciculare por nutrientes, nomeadamente azoto. O efeito deletério de H. fasciculare não se verificou quando aplicado nas plantas isoladamente ou 30 dias depois da inoculação com P. tinctorius. Os resultados obtidos evidenciam xiv uma interacção antagónica entre fungos ectomicorrízicos e saprófitas com repercussões ao nível do crescimento e fisiologia da planta. |
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