Relações não monogâmicas consensuais: emergência, repercussões, e significados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Braga, Rita Ribeiro
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/11614
Resumo: As relações não monogâmicas consensuais (RNMC) compreendem relações emocionais e/ou sexuais entre várias pessoas sempre numa condição de consensualidade. Ou seja, haverá uma certa liberdade em seguir o desejo de envolvimento em várias relações de compromisso após acordo entre todos/as os/as envolvidos tendo em consideração o tipo de não monogamia consensual para que estarão mais orientados/as. Em Portugal, as RNMC mais conhecidas e com maior expressão são o poliamor, o swing, e as relações abertas apesar de existirem outras formas não tão conhecidas e exploradas. O presente estudo explora os discursos de pessoas envolvidas em RNMC contextualizando a emergência, as repercussões, e os significados das suas relações. Foram realizadas entrevistas online, semi-estruturadas, a 5 pessoas com idades compreendidas entre os 27 e os 45 anos de idade que se apresentaram como não monogâmicos consensuais. Os discursos dos/as participantes foram organizados de acordo com a análise temática, tendo sido identificados três temas: i) emergência; ii) repercussões; e iii) significados. Os resultados obtidos sugerem, tendo em consideração o tipo de não monogamia consensual com que os/as participantes se identificaram, que a emergência surgiu, de uma forma geral, de maneira natural, pela curiosidade e disposição para explorar tanto a sexualidade bem como pela liberdade e individualidade que a não monogamia consensual acarreta. Sugerem ainda a existência de grande dinamismo e fluidez ao longo da evolução das relações, especialmente nas regras que são estabelecidas numa fase inicial. Além disso, é possível perceber a existência de um romper da normatividade e das normas sociais aprendidas apesar do estigma ainda estar presente. A maioria dos/as participantes falam abertamente das suas RNMC nas redes sociais, estando também envolvidos/as em movimentos ativistas que permitem dar voz a uma forma alternativa de relacionamentos de compromisso.
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