Tracejar vidas «normais». estudo qualitativo sobre a integração dos ciganos em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Magano, Olga
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.2/14833
Resumo: Este livro constitui uma proposta de análise sob o ponto de vista da integração social na sociedade portuguesa de indivíduos de origem cigana, apostando-se num distanciamento de perspetivas centradas na pobreza e na exclusão social. Integração e identidade social constituem os principais pilares teóricos de análise, defendendo-se que o modo como os indivíduos se incorporam na sociedade depende diretamente de formas de identificação individual e social feita pela aprendizagem social desde a infância, mas também por todas as aprendizagens secundárias que se fazem ao longo da vida, tratando-se de um processo cumulativo de interiorização de novas aprendizagens. Propõe-se a abertura para uma reflexão ampla sobre as várias dimensões da vida social e para a importância que assume o processo de socialização, as várias interações sociais ao longo da vida e a experiência social que, conjugadas, proporcionam diferentes opções de vida e percursos. Para isso, fomos estudar percursos de vida de pessoas de origem cigana, nomeadamente no que se refere à forma como é vivida a experiência de integração social pelos próprios indivíduos e pelas suas famílias e também como se integram novos elementos culturais e sociais na reconfiguração da identidade cigana. A perspetivação de pluralidade de percursos, trajetos de vida e experiências diversificadas, permite pressupor que a identidade social se produz pela história e na história dos indivíduos, mas eles também são, ao mesmo tempo, produtores da sua história. Há assim conciliação entre o que se recebe do passado através da socialização familiar, mas, pela experiência de vida, com todas as socializações externas à família, cada indivíduo organiza e combina aspetos do passado e do quotidiano, podendo não alterar o sentimento de ser cigano que, em muitos casos está, apesar das diferenças, profundamente enraizado, havendo mesmo um sentimento profundo de ancoragem ao sentimento de ser cigano, ou seja, é possível ser cigano e ser integrado. Através da análise das narrativas de homens e mulheres ciganos, pela análise das várias etapas de socialização, dos seus trajetos sociais e de como interiorizam valores e formas de estar, são identificados percursos, os contextos em que ocorrem, as principais instituições sociais envolvidas, os modelos sociais de referência e a importância das relações familiares e sociais que permitem efetuar esses modos de vida que se diferenciam dos ditos tradicionais ciganos.
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