Espetroscopia (1H) por ressonância magnética do disco intervertebral lombar no adulto e sua aplicação na rotina imagiológica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maurício, J. Cruz
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Ribeiro, Margarida
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.21/4032
Resumo: Objetivos – Demonstrar o potencial da espetroscopia (1H) por ressonância magnética na doença degenerativa discal lombar e defender a integração desta técnica na rotina clínico‑imagiológica para a precisa classificação da involução vs degenerescência dos discos L4‑L5 e L5‑S1 em doentes com lombalgia não relacionável com causa mecânica. Material e métodos – O estudo incluiu 102 discos intervertebrais lombares de 123 doentes. Foram estudados 61 discos de L4‑L5, 41 discos de L5‑S1 e 34 discos de D12‑L1. Utilizou‑se um sistema de ressonância magnética de 1,5 T e técnica monovoxel. Obtiveram‑se os rácios [Lac/Nacetyl] e [Nacetyl/(Lac+Lípidos)] e aplicou‑se a ressonância de lípidos para avaliar a bioquímica do disco com o fim de conhecer o estado de involução vs degenerescência que o suscetibilizam para a instabilidade e sobrecarga. Avaliou‑se o comportamento dos rácios e do teor lipídico dos discos L4‑L5‑S1 e as diferenças apresentadas em relação a D12‑L1. Foi também realizada a comparação entre os discos L4‑L5, L5‑S1 e D12‑L1 na ponderação T2 (T2W), segundo a classificação ajustada (1‑4) de Pfirrmann. Resultados – Verificou‑se que os rácios e o valor dos lípidos dos discos L4‑L5‑S1 apresentaram diferenças estatisticamente significativas quando relacionados com os discos D12‑L1. O rácio [Lac/Nacetyl] em L4‑L5‑S1 mostrou‑se aumentado em relação a D12‑L1 (p=0,033 para os discos com grau de involução [1+2] e p=0,004 para os discos com grau [3+4]). Estes resultados sugerem que a involução vs degenerescência dos discos nos graus mais elevados condiciona um decréscimo do pico do Lactato. O rácio [Nacetyl/(Lac+Lip)] discrimina os graus de involução [1+2] do [3+4] no nível L4‑L5, apresentando os valores dos rácios (média 0,65 e 0,5 respetivamente com p=0,04). O rácio médio de [Nacetyl/(Lac+Lip)] dos discos L4‑L5 foi 1,8 vezes mais elevado do que em D12‑L1. O espetro lipídico em L4‑L5‑S1 nos graus mais elevados não mostrou ter uma prevalência constante quanto às frequências de ressonância. Conclusão – A espetroscopia (1H) dos discos intervertebrais poderá ter aplicação na discriminação dos graus de involução vs degenerescência e representar um contributo semiológico importante em suplemento à ponderação T2 convencional. As ressonâncias de lípidos dos discos L4‑L5 e L5‑S1, involuídos ou degenerados, devem ser avaliadas em relação a D12‑L1, utilizando este valor como referência, pois este último é o nível considerado estável e com baixa probabilidade de degenerescência.
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Utilizou‑se um sistema de ressonância magnética de 1,5 T e técnica monovoxel. Obtiveram‑se os rácios [Lac/Nacetyl] e [Nacetyl/(Lac+Lípidos)] e aplicou‑se a ressonância de lípidos para avaliar a bioquímica do disco com o fim de conhecer o estado de involução vs degenerescência que o suscetibilizam para a instabilidade e sobrecarga. Avaliou‑se o comportamento dos rácios e do teor lipídico dos discos L4‑L5‑S1 e as diferenças apresentadas em relação a D12‑L1. Foi também realizada a comparação entre os discos L4‑L5, L5‑S1 e D12‑L1 na ponderação T2 (T2W), segundo a classificação ajustada (1‑4) de Pfirrmann. Resultados – Verificou‑se que os rácios e o valor dos lípidos dos discos L4‑L5‑S1 apresentaram diferenças estatisticamente significativas quando relacionados com os discos D12‑L1. O rácio [Lac/Nacetyl] em L4‑L5‑S1 mostrou‑se aumentado em relação a D12‑L1 (p=0,033 para os discos com grau de involução [1+2] e p=0,004 para os discos com grau [3+4]). Estes resultados sugerem que a involução vs degenerescência dos discos nos graus mais elevados condiciona um decréscimo do pico do Lactato. O rácio [Nacetyl/(Lac+Lip)] discrimina os graus de involução [1+2] do [3+4] no nível L4‑L5, apresentando os valores dos rácios (média 0,65 e 0,5 respetivamente com p=0,04). O rácio médio de [Nacetyl/(Lac+Lip)] dos discos L4‑L5 foi 1,8 vezes mais elevado do que em D12‑L1. O espetro lipídico em L4‑L5‑S1 nos graus mais elevados não mostrou ter uma prevalência constante quanto às frequências de ressonância. Conclusão – A espetroscopia (1H) dos discos intervertebrais poderá ter aplicação na discriminação dos graus de involução vs degenerescência e representar um contributo semiológico importante em suplemento à ponderação T2 convencional. As ressonâncias de lípidos dos discos L4‑L5 e L5‑S1, involuídos ou degenerados, devem ser avaliadas em relação a D12‑L1, utilizando este valor como referência, pois este último é o nível considerado estável e com baixa probabilidade de degenerescência.ABSTRACT - Aims – To assess the potential of magnetic resonance spectroscopy (1H‑MRS) in the diagnostic of degenerative disease of the lumbar disc and to advocate the adding of this technique in the classification of the invertebral disc involution vs degeneration (L4‑L5 and L5‑S1) in the clinical routine of lumbar pain status, not related with mechanic causes. Material and method – We studied 102 out of 123 lumbar intervertebral discs. The distribution among spaces was 61 discs at L4‑L5, 41 at L5‑S1 level and 34 at D12‑L1 level. The magnetic resonance studies were performed using a 1.5 T scanner. A single‑voxel Point Resolved Spectra Selection (PRESS) technique was used. The ratios [Lac/Nacetyl], [Nacetyl/(Lac+Lip)] and additionally the resonance of lipids were applied to evaluate the biochemistry of the discs, its involution, disc disruption and eventual susceptibility to initiate degeneration process. The ratios and the lipidic value of L4‑L5‑S1 discs were ascertained with the different behavior of D12‑L1. Furthermore, the comparison between L4‑L5, L5‑S1 and D12‑L1 discs was performed according with rating in T2 weighted (adjusted scale 1‑4 from Pfirrmann criteria). Results – Related to D12‑L1, the ratios and the lipids of L4‑L5‑S1 discs are statistically different. When used as a complementary of conventional T2 weighted, they have a good discrimination in the all degrees of disc involution vs degeneration. The ratio [Lac/Nacetyl] at L4‑L5‑S1 level was increased when compared to D12‑L1 (p=0.033 for disks with [1+2] score of involution and p=0.004 for disks with score [3+4]). These results suggest that disc degeneration vs involution in higher degrees defines a decrease in the lactate’s peak. The ratio [Nacetyl/(Lac+Lip)] provides a good discrimination of involution between scores [1+2] and [3+4] at L4‑L5 level, presenting the values of the ratios (mean 0.65 and 0.5 with p=0.04). The mean ratio of [Nacetyl/(Lac+Lip)] in the L4‑L5 disc was 1.8 times higher than that of L1‑D12. The lipid spectrum at L4‑L5‑S1 in the higher scores showed no constant prevalence in the resonance frequencies. Conclusion – The (1H) spectroscopy of intervertebral discs may contribute with a supplementary semiology to the conventional MRI. The resonances of L4‑L5 and L5‑S1 discs, involuted or degenerated, must be related with D12‑L1, which are more stable and have lower likelihood of disc degeneration.Escola Superior de Tecnologia da Saúde de LisboaRCIPLMaurício, J. CruzRibeiro, Margarida2014-12-10T10:50:40Z2014-112014-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.21/4032porMaurício JC, Ribeiro M. Espetroscopia (1H) por ressonância magnética do disco intervertebral lombar no adulto e sua aplicação na rotina imagiológica. Saúde & Tecnologia. 2014;(12):24-32.1646-9704info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T09:45:29Zoai:repositorio.ipl.pt:10400.21/4032Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:13:32.545732Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Degenerescência discal
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