Medo da compaixão : estudo das propriedades psicométricas da Fears of Compassion Scales (FCS) e da sua relação com medidas de vergonha, compaixão e psicopatologia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/23280 |
Resumo: | Dissertação de mestrado em Psicologia Clínica e de Saúde (Intervenções Cognitivo-Comportamentais nas Perturbações Psicológicas e de Saúde) apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra |
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Medo da compaixão : estudo das propriedades psicométricas da Fears of Compassion Scales (FCS) e da sua relação com medidas de vergonha, compaixão e psicopatologiaAuto-compaixãoVergonhaDissertação de mestrado em Psicologia Clínica e de Saúde (Intervenções Cognitivo-Comportamentais nas Perturbações Psicológicas e de Saúde) apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de CoimbraA Compaixão tem sido cada vez mais alvo de interesse, tendo associada a si um vasto conjunto de investigações sobre as suas manifestações, em diversas populações. O treino de competências e atributos compassivos tem revelado um impacto significativo na redução de sintomatologia psicopatológica e na promoção do bem-estar psicológico. Contudo, tem-se verificado em contexto terapêutico que para alguns sujeitos o desenvolvimento de sentimentos e capacidades auto-compassivas ou a recepção destas por parte de outros, se torna extremamente difícil, sendo que muitas vezes se sentem receosos, tentando mesmo evitá-los. Estas reacções são evidentes em sujeitos com elevados níveis de vergonha e autocriticismo. Neste sentido, surge a Fears of Compassion Scales (FCS), um conjunto de três escalas que visam medir o medo de desenvolver sentimentos de compaixão pelos outros, o medo de desenvolver sentimentos de compaixão pelo Eu e ainda, o medo de receber este tipo de sentimentos por parte dos outros. Estas escalas pretendem contribuir para uma melhor compreensão dos medos da compaixão, possibilitando, deste modo, entender a melhor forma de os abordar em contexto terapêutico. O presente estudo teve como objectivo primordial estudar as propriedades psicométricas da versão portuguesa da FCS numa amostra constituída por 302 participantes da população geral não-estudante. De seguida, pretendeu-se averiguar a existência de associações entre este instrumento e medidas de vergonha, compaixão e ainda de sintomatologia psicopatológica, nomeadamente depressão, ansiedade, stress e ideação paranóide, tendo-se efectuado estas análises por géneros. O instrumento revelou boas propriedades psicométricas, provando ser uma medida válida e fidedigna na avaliação dos medos da compaixão, confirmando a existência de bons indicadores de consistência interna e uma estrutura unifactorial robusta à semelhança do que foi encontrado pelos autores da versão original (Gilbert, McEwan, Rivis & Matos, 2010). De uma forma global, os resultados permitiram concluir que para ambos os géneros, as experiências de vergonha na infância, o impacto traumático e centralidade das experiências de vergonha, a vergonha interna e vergonha externa e as facetas negativas da auto-compaixão se encontram associadas de forma positiva tanto ao medo de desenvolver sentimentos de compaixão pelo Eu, como ao medo de receber este tipo de sentimentos por parte dos outros. A única associação encontrada entre o medo de desenvolver compaixão pelo Eu e as facetas positivas da auto-compaixão, verificou-se no género feminino. Neste seguimento, as memórias de calor/afecto e segurança encontram-se associadas de forma negativa com estes dois medos. Apurou-se que estes se encontram associados positivamente à sintomatologia psicopatológica. Contudo, de uma forma global apenas se verificaram associações entre o medo de desenvolver sentimentos de compaixão pelos outros e as restantes variáveis em estudo, no que concerne ao género feminino. Os resultados das regressões permitiram concluir que é a centralidade das experiências de vergonha que melhor explica o medo de desenvolver compaixão pelo Eu e medo de receber compaixão por parte dos outros. Por sua vez, estes dois medos são os que melhor explicam a vergonha interna e a vergonha externa, tal como as facetas negativas da auto-compaixão e a sintomatologia psicopatológica, em ambos os géneros.Compassion has increasingly been the target of interest, with a vast array of research being conducted on its manifestations in diverse populations. The training of compassionate skills and attributes appears to have a significant impact on the reduction of psychopathological symptoms and the promotion of psychological well-being. However, there has been notice that in therapeutic context some people find extremely difficult to develop feelings and self-compassionate capabilities or to receive them from others. This is because they often feel afraid and even try to avoid them. These reactions are evident in subjects with high levels of shame and selfcriticism. In this context, Fears of Compassion Scales (FCS) appears, as a set of three scales designed to measure the fear of developing feelings of compassion for others, the fear of developing feelings of compassion for the self and also the fear of receiving these types of feelings from others. These scales are intended to contribute to a better understanding of the fears of compassion, thus enabling us to understand how best to address them in a therapeutic context. The primary objective of this study was to examine the psychometric properties of the Portuguese version of FCS with a sample of 302 participants from the general non-student population. Also, it sought to investigate the associations between this instrument and measures of shame, compassion and of psychopathological symptoms, including depression, anxiety, stress and paranoid ideation. It performed these analyzes according to gender. This instrument had revealed good psychometric properties, and proved to be a valid measure in the evaluation of the fears of compassion. It noted an unifactorial structure with good values of internal consistence, as the autors of the original study had found (Gilbert, McEwan, Rivis & Matos, 2010). Holistically, the results showed that for both genders, the experiences of shame in childhood, the impact of traumatic and the centrality of shame experiences, both internal and external shame and the negative facets of selfcompassion are positively associated to both the fear of developing feelings of compassion for the self as well as the fear of receiving this type of feelings from others. The only association found between fear of developing compassion for the self and the positive aspects of self-compassion was found in females. Following this, the memories of warmth, affection and safeness are negatively associated with these two fears. It was also found that these two fears are positively associated with psychopathological symptoms. However, on a global basis, it were only found associations between fear of developing feelings of compassion for others and the other study variables, regarding the female gender. The results of the regressions showed that, in general, it is the centrality of the experience of shame that best explains the fear of developing self-compassion and the fear of receiving compassion from others. These two fears are also those that best explain both internal and external shame, such as the negative facets of selfcompassion and psychopathological symptoms in both genders.2012-09-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/23280http://hdl.handle.net/10316/23280porSimões, Diana Silva Castroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:49Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/23280Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:49:16.719073Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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