Uso de Inibidores da tirosina cinase no tratamento de adenocarcinoma das glândulas apócrinas dos sacos anais em cães: estudo clínico e prognóstico

• Autor(a) principal: Oliveira, Catarina Pelayo
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/8819
• topic: Adenocarcinoma das glândulas apócrinas dos sacos anais; Inibidores das tirosinas cinases; Fosfato de toceranib

O adenocarcinoma das glândulas apócrinas dos sacos anais (AGASACA) nos cães é um tumor pouco comum. Devido à sua elevada agressividade (elevada capacidade de metastização e taxa de recorrência) e à fraca resposta à quimioterapia convencional e/ou radioterapia, a procura de novos tratamentos é um tema que assume relevância atual nestas neoplasias. No conjunto dos novos tratamentos disponíveis, destaca-se o uso do fosfato de toceranib, que é um inibidor das tirosinas cinases. Neste estudo retrospetivo, realizado com dados recolhidos do VRCC no Reino Unido, são avaliados 22 cães diagnosticados com AGASACA, todos em estádio clínico avançado e tratados com fosfato de toceranib a título paliativo. Todos os animais foram sujeitos a dois momentos de estadiamento clínico, o 1º estadiamento aquando do diagnóstico e o 2º estadiamento aquando do início do tratamento com fosfato de toceranib. Os objetivos deste estudo consistiram na determinação do tempo médio em tratamento e na análise da associação entre algumas variáveis clinicas com a resposta do tumor ao tratamento. Foi ainda determinada a análise de sobrevida com cálculo do tempo de sobrevida total e do tempo de sobrevida pósfosfato de toceranib assim como, a associação dos tempos de sobrevida com os diferentes parâmetros clínico-patológicos em estudo. O protocolo de tratamento com fosfato de toceranib consistiu na administração de 2,75 mg/kg, por via oral, dia sim, dia não, pausando durante o fim-de-semana. Os nossos resultados revelaram que o tempo médio em tratamento com fosfato de toceranib foi de 177,09 dias. Relativamente ao tempo de sobrevida total e ao tempo de sobrevida pós-fosfato de toceranib, os valores médios obtidos foram 536 e 311 dias, respetivamente. A presença de metástases à distância (p=0,042), o 2º estadiamento clínico (p=0,040) e a realização de tratamento prévio (p=0,007) foram as variáveis que revelaram associação estatística significativa com a sobrevida total. Quanto ao tempo de sobrevida pósfosfato de toceranib, a presença de metástases nos linfonodos (p=0,014), o 2º estadiamento (p=0,045) e o tratamento prévio (p o tempo de sobrevida pós-fosfato de toceranib (p (p<0,001 e p<0,001), respetivamente, sendo que às 2 e às 6 semanas de tratamento se verifica uma estabilização da doença neoplásica. Em conclusão, ainda que o fosfato de toceranib não seja o tratamento de eleição numa fase inicial, em que ainda existe a possibilidade de um tratamento curativo, nomeadamente cirúrgico, numa fase posterior, a titulo paliativo, o seu uso garante a estabilização da neoplasia durante um período de tempo considerável com boa qualidade de vida do animal.