Enquadramento médico-legal da traumatologia da articulação temporomandibular no Centro Hospitalar Lisboa Norte, em consulta no Serviço de Estomatologia do Hospital de Santa Maria

• Autor(a) principal: Matos, Sofia Alexandra Mileu de
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/61593
• topic: Teses de mestrado - 2023; Saúde Oral; Medicina Dentária

Introdução: A avaliação do dano corporal é feita com base numa análise médico-legal da vítima, nomeadamente à sua integridade psicofísica, com consulta à Tabela Nacional de Incapacidades. A traumatologia da articulação temporomandibular resulta em níveis variáveis de incapacidade, havendo necessidade de avaliar as suas etiologias, tipos de lesões e sequelas, com enquadramento médico-legal no âmbito do Direito Civil, Penal e do Trabalho. Objetivos: Caracterizar as lesões resultantes de episódios de traumatismo da articulação temporomandibular mais frequentes, com distribuição por sexo, idade, etiologia e dor experienciada. Realizar um enquadramento médico-legal das lesões e das suas sequelas. Material e métodos: Realizou-se um estudo epidemiológico, observacional, longitudinal e retrospetivo, em indivíduos com idade superior a 16 anos, através da recolha de dados de fichas clínicas relacionadas com traumatismos da articulação temporomandibular, ocorridos entre 2016 e 2022. Os dados foram, posteriormente, analisados e tratados estatisticamente. Resultados e Discussão: O sexo masculino foi o mais afetado (57,6%), e etiologia mais frequente a queda (44,1%). Os anos com maior ocorrência de traumatismo da articulação temporomandibular foram 2017 e 2022, sendo que a amostra sofreu principalmente lesões do foro articular (88,14%), considerando como mais comum a limitação de abertura. As lesões associadas ocorreram maioritariamente na face e membro superior. Indivíduos do sexo masculino registaram valor máximo da escala da dor. A maior parte dos indivíduos procurou cuidados no dia do evento traumático, e a duração de tratamento foi, em média, de 3,07 dias, sendo que, de forma geral, não houve internamento. Os resultados obtidos no estudo epidemiológico são, na sua maioria, concordantes com a literatura. Várias lesões e respetivas sequelas não são contempladas nas Tabelas Nacionais de Incapacidades. Conclusões: Foi possível estabelecer uma relação entre lesões traumáticas por queda e indivíduos mais velhos do sexo feminino, enquanto indivíduos mais jovens e do sexo masculino sofrem um maior número de lesões traumáticas por agressão.