Molar-incisor hypomineralization and hypomineralized second primary molars

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silveira, Daniela Alexandra Arroz
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/61346
Resumo: Introdução: A Hipomineralização Incisivo-Molar (HIM) é definida como a hipomineralização de um a quatro primeiros molares permanentes, frequentemente associada a incisivos permanentes também afetados. O seu diagnóstico requer a existência de pelo menos um dos molares permanentes com uma das seguintes características: opacidade de esmalte demarcada (que varia em tamanho, forma e cor, desde branca a amarelo-acastanhada), fratura pós-eruptiva, restauração atípica ou exodontia devido a esta condição. A etiologia ainda não é clara, mas acredita-se ser multifatorial, incluindo fatores pré, peri e pós-natais. Pensa-se que fatores genéticos e ambientais também possam ter um papel importante. Uma revisão sistemática recente estima que a sua prevalência global seja de 13,5%. O termo Segundos Molares Decíduos Hipomineralizados indica a existência de opacidades demarcadas do mesmo tipo das que ocorrem na HIM em segundos molares decíduos. O desenvolvimento destes dentes inicia-se por volta da mesma altura que o desenvolvimento dos primeiros molares permanentes e incisivos permanentes, se ocorrer algum fator de risco durante esta janela temporal, tanto a dentição permanente como a decídua podem desenvolver hipomineralização. Por esta razão, a presença de segundos molares decíduos hipomineralizados pode ser um fator preditivo da HIM. Dentes permanentes com HIM apresentam algumas alterações típicas da suas propriedades estruturais, mecânicas e químicas, nomeadamente porosidade aumentada, densidade e conteúdo minerais diminuídos, prismas de esmalte desorganizados de tamanho variável e perda de limites distintos com espaços inter-prismáticos mais largos, estrutura prismática menos densa com perda parcial do padrão prismático, menores valores de dureza e módulo de elasticidade, conteúdo superior de proteína, carbono e carbonato e uma concentração mais baixa de cálcio e fósforo. Relativamente aos dentes decíduos hipomineralizados sabe-se que as opacidades de cor amarelo-acastanhada têm uma densidade mineral mais baixa, e que, no geral, apresentam um esmalte desorganizado com prismas de deficiente tamanho e espaços inter-prismáticos mais largos. A hipomineralização tem um impacto significativo no bem-estar psicossocial das crianças, assim como na sua saúde geral e qualidade de vida, particularmente durante períodos cruciais do seu desenvolvimento. Os dentes afetados apresentam frequentemente fratura pós-eruptiva, maior suscetibilidade para o desenvolvimento de cárie dentária com rápida progressão das lesões, hipersensibilidade e baixo prognóstico das restaurações. Existe ainda um impacto estético quando os incisivos permanentes se encontram afetados. A Microscopia Eletrónica de Varrimento tem sido utilizada para avaliar as características estruturais de esmalte hipomineralizado. Estudos recentes demonstraram também que a Espectroscopia de Raman é uma técnica adequada para avaliar a desmineralização e remineralização do esmalte, através do estudo do alongamento simétrico do grupo fosfato tetraédrico, que é representativo da fase mineral do esmalte, assim como outras variáveis como a razão carbonato/fosfato. São limitados os estudos que investiguem a hipomineralização em dentes decíduos e que a comparem com a hipomineralização em dentes permanentes, criando uma lacuna na compreensão de como esta condição afeta ambas as dentições. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar e comparar as alterações que ocorrem na morfologia e estrutura cristalina do esmalte superficial de dentes permanentes e de dentes decíduos hipomineralizados, recorrendo à Espectroscopia de Raman e à Microscopia Eletrónica de Varrimento. Materiais e Métodos: A amostra do estudo consiste em 3 molares decíduos (2 hipomineralizados e 1 são), e 4 molares permanentes (3 hipomineralizados e 1 são). Após exodontia e consentimento verbal do paciente ou responsável, os dentes foram lavados e armazenados em recipientes plásticos com solução salina (NaCl 0,9%) até preparação futura. Todos os dentes foram sujeitos a um protocolo profilático com escova de polimento e pasta de pedra-pomes com um instrumento de baixa rotação durante 60 segundos, lavados com água destilada durante o mesmo tempo e submetidos a um banho de ultrassons em etanol 100% também durante 60 segundos. Cada dente foi seccionado paralelamente à superfície oclusal para separar a raiz da coroa. Os dentes hipomineralizados foram ainda seccionados perpendicularmente à superfície oclusal para obter 6 opacidades de esmalte independentes de cada tipo de dente (decíduo e permanente). Os espécimes foram analisados recorrendo à Espectroscopia de Raman para determinar a razão de despolarização e a razão carbonato/fosfato. Após metalização, utilizando um Microscópio Eletrónico de Varrimento, obtiveram-se microfotografias de áreas representativas com diferentes ampliações. A análise estatística dos resultados da Espectroscopia de Raman foi realizada recorrendo ao SPSS e incluiu a descrição dos valores médios, desvio padrão, mínimos, máximos, mediana e amplitude interquartil para as duas variáveis estudadas, razão de despolarização e razão carbonato/fosfato, do esmalte de ambas as dentições. Para as comparações realizadas foram utilizados os testes U de Mann-Withney e de Wilcoxon. O nível de significância utilizado em toda a análise foi de 0.05. Resultados: Ao comparar as duas variáveis estudadas entre o esmalte hipomineralizado de dentes decíduos e permanentes não foram observadas diferenças estatisticamente significativas. Tanto os dentes permanentes hipomineralizados como os dentes decíduos hipomineralizados apresentam uma razão de despolarização bastante mais elevada em comparação aos seus respetivos espécimes íntegros. Ambas as diferenças foram estatisticamente significativas. A razão carbonato/fosfato demonstrou-se inferior tanto nos dentes permanentes hipomineralizados como nos dentes decíduos hipomineralizados, em comparação com seus respetivos espécimes íntegros, sendo esta diferença superior nos dentes decíduos e a única estatisticamente significativa. As microfotografias obtidas na análise do esmalte hipomineralizado através de Microscopia Eletrónica de Varrimento revelam uma superfície porosa e irregular com fissuras ocasionais e perda de substância, expondo uma estrutura prismática desorganizada, o que se verificou mais evidente nos dentes permanentes do que nos dentes decíduos. Estes resultados estão de acordo com os resultados da Espectroscopia de Raman, que demonstram um valor mais elevado da razão de despolarização para o esmalte de dentes permanentes hipomineralizados. Discussão: A literatura indica que se verifica um aumento da razão de despolarização na presença de esmalte com um arranjo desorganizado da estrutura cristalina de hidroxiapatite, uma característica observada no esmalte hipomineralizado. Este achado é suportado pelos resultados deste estudo. Não era expectável que a razão carbonato/fosfato fosse inferior nos dentes hipomineralizados, uma vez que é conhecido que estes dentes apresentam propriedades mecânicas inferiores, existindo estudos que demonstram que um maior teor de carbonato afeta negativamente a cristalinidade da hidroxiapatite, prejudicando as propriedades mecânicas do esmalte, além de relatarem uma maior quantidade de carbonato no esmalte hipomineralizado. Estudos anteriores reportaram igualmente diferenças significativas entre microfotografias de esmalte são e esmalte hipomineralizado, tais como, uma estrutura prismática desorganizada com espaços inter-prismáticos mais largos, porosidade aumentada e fissuras. O facto de alterações estruturais semelhantes terem sido observadas através da Microscopia Eletrónica de Varrimento e valores alterados de forma semelhante terem sido obtidos através da Espectroscopia Raman, no esmalte hipomineralizado de dentes permanentes e de dentes decíduos, reforça a hipótese de que as alterações que ocorrem no esmalte de dentes hipomineralizados em ambas as dentições são idênticas, e que abordagens terapêuticas desenvolvidas para o esmalte hipomineralizado na dentição permanente podem ser alternativas válidas na abordagem da hipomineralização na dentição decídua. Os achados deste estudo podem também sugerir uma etiologia comum para ambas as condições, podendo a hipomineralização de segundos molares decíduos ser usada como fator preditivo da HIM, permitindo um diagnóstico e intervenção precoces. Em estudos futuros propomos a aplicação de um protocolo de remoção de detritos, garantindo uma superfície de esmalte livre de detritos, mas intacta. Idealmente, seria favorável o estudo de uma amostra mais representativa. Seria ainda interessante estudar as características da dentina em dentes com esmalte hipomineralizado, o conteúdo proteico do esmalte e da dentina e fazer uma distinção das diferentes severidades de ambas as condições. Conclusão: A hipomineralização de segundos molares decíduos e a HIM partilham características microestruturais comuns observadas em microfotografias obtidas através de Microscopia Eletrónica de Varrimento e apresentam resultados semelhantes na Espectroscopia de Raman. Estes resultados sugerem uma etiologia comum às duas condições, reforçando a teoria de que a hipomineralização de segundos molares decíduos pode ser preditiva da HIM. Estas informações são essenciais para o desenvolvimento de estratégias de diagnóstico e prevenção assim como abordagens terapêuticas mais eficazes tanto para a hipomineralização de segundos molares decíduos como para a HIM.
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spelling Molar-incisor hypomineralization and hypomineralized second primary molarscomparative studyTeses de mestrado - 2023Saúde OralMedicina DentáriaIntrodução: A Hipomineralização Incisivo-Molar (HIM) é definida como a hipomineralização de um a quatro primeiros molares permanentes, frequentemente associada a incisivos permanentes também afetados. O seu diagnóstico requer a existência de pelo menos um dos molares permanentes com uma das seguintes características: opacidade de esmalte demarcada (que varia em tamanho, forma e cor, desde branca a amarelo-acastanhada), fratura pós-eruptiva, restauração atípica ou exodontia devido a esta condição. A etiologia ainda não é clara, mas acredita-se ser multifatorial, incluindo fatores pré, peri e pós-natais. Pensa-se que fatores genéticos e ambientais também possam ter um papel importante. Uma revisão sistemática recente estima que a sua prevalência global seja de 13,5%. O termo Segundos Molares Decíduos Hipomineralizados indica a existência de opacidades demarcadas do mesmo tipo das que ocorrem na HIM em segundos molares decíduos. O desenvolvimento destes dentes inicia-se por volta da mesma altura que o desenvolvimento dos primeiros molares permanentes e incisivos permanentes, se ocorrer algum fator de risco durante esta janela temporal, tanto a dentição permanente como a decídua podem desenvolver hipomineralização. Por esta razão, a presença de segundos molares decíduos hipomineralizados pode ser um fator preditivo da HIM. Dentes permanentes com HIM apresentam algumas alterações típicas da suas propriedades estruturais, mecânicas e químicas, nomeadamente porosidade aumentada, densidade e conteúdo minerais diminuídos, prismas de esmalte desorganizados de tamanho variável e perda de limites distintos com espaços inter-prismáticos mais largos, estrutura prismática menos densa com perda parcial do padrão prismático, menores valores de dureza e módulo de elasticidade, conteúdo superior de proteína, carbono e carbonato e uma concentração mais baixa de cálcio e fósforo. Relativamente aos dentes decíduos hipomineralizados sabe-se que as opacidades de cor amarelo-acastanhada têm uma densidade mineral mais baixa, e que, no geral, apresentam um esmalte desorganizado com prismas de deficiente tamanho e espaços inter-prismáticos mais largos. A hipomineralização tem um impacto significativo no bem-estar psicossocial das crianças, assim como na sua saúde geral e qualidade de vida, particularmente durante períodos cruciais do seu desenvolvimento. Os dentes afetados apresentam frequentemente fratura pós-eruptiva, maior suscetibilidade para o desenvolvimento de cárie dentária com rápida progressão das lesões, hipersensibilidade e baixo prognóstico das restaurações. Existe ainda um impacto estético quando os incisivos permanentes se encontram afetados. A Microscopia Eletrónica de Varrimento tem sido utilizada para avaliar as características estruturais de esmalte hipomineralizado. Estudos recentes demonstraram também que a Espectroscopia de Raman é uma técnica adequada para avaliar a desmineralização e remineralização do esmalte, através do estudo do alongamento simétrico do grupo fosfato tetraédrico, que é representativo da fase mineral do esmalte, assim como outras variáveis como a razão carbonato/fosfato. São limitados os estudos que investiguem a hipomineralização em dentes decíduos e que a comparem com a hipomineralização em dentes permanentes, criando uma lacuna na compreensão de como esta condição afeta ambas as dentições. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar e comparar as alterações que ocorrem na morfologia e estrutura cristalina do esmalte superficial de dentes permanentes e de dentes decíduos hipomineralizados, recorrendo à Espectroscopia de Raman e à Microscopia Eletrónica de Varrimento. Materiais e Métodos: A amostra do estudo consiste em 3 molares decíduos (2 hipomineralizados e 1 são), e 4 molares permanentes (3 hipomineralizados e 1 são). Após exodontia e consentimento verbal do paciente ou responsável, os dentes foram lavados e armazenados em recipientes plásticos com solução salina (NaCl 0,9%) até preparação futura. Todos os dentes foram sujeitos a um protocolo profilático com escova de polimento e pasta de pedra-pomes com um instrumento de baixa rotação durante 60 segundos, lavados com água destilada durante o mesmo tempo e submetidos a um banho de ultrassons em etanol 100% também durante 60 segundos. Cada dente foi seccionado paralelamente à superfície oclusal para separar a raiz da coroa. Os dentes hipomineralizados foram ainda seccionados perpendicularmente à superfície oclusal para obter 6 opacidades de esmalte independentes de cada tipo de dente (decíduo e permanente). Os espécimes foram analisados recorrendo à Espectroscopia de Raman para determinar a razão de despolarização e a razão carbonato/fosfato. Após metalização, utilizando um Microscópio Eletrónico de Varrimento, obtiveram-se microfotografias de áreas representativas com diferentes ampliações. A análise estatística dos resultados da Espectroscopia de Raman foi realizada recorrendo ao SPSS e incluiu a descrição dos valores médios, desvio padrão, mínimos, máximos, mediana e amplitude interquartil para as duas variáveis estudadas, razão de despolarização e razão carbonato/fosfato, do esmalte de ambas as dentições. Para as comparações realizadas foram utilizados os testes U de Mann-Withney e de Wilcoxon. O nível de significância utilizado em toda a análise foi de 0.05. Resultados: Ao comparar as duas variáveis estudadas entre o esmalte hipomineralizado de dentes decíduos e permanentes não foram observadas diferenças estatisticamente significativas. Tanto os dentes permanentes hipomineralizados como os dentes decíduos hipomineralizados apresentam uma razão de despolarização bastante mais elevada em comparação aos seus respetivos espécimes íntegros. Ambas as diferenças foram estatisticamente significativas. A razão carbonato/fosfato demonstrou-se inferior tanto nos dentes permanentes hipomineralizados como nos dentes decíduos hipomineralizados, em comparação com seus respetivos espécimes íntegros, sendo esta diferença superior nos dentes decíduos e a única estatisticamente significativa. As microfotografias obtidas na análise do esmalte hipomineralizado através de Microscopia Eletrónica de Varrimento revelam uma superfície porosa e irregular com fissuras ocasionais e perda de substância, expondo uma estrutura prismática desorganizada, o que se verificou mais evidente nos dentes permanentes do que nos dentes decíduos. Estes resultados estão de acordo com os resultados da Espectroscopia de Raman, que demonstram um valor mais elevado da razão de despolarização para o esmalte de dentes permanentes hipomineralizados. Discussão: A literatura indica que se verifica um aumento da razão de despolarização na presença de esmalte com um arranjo desorganizado da estrutura cristalina de hidroxiapatite, uma característica observada no esmalte hipomineralizado. Este achado é suportado pelos resultados deste estudo. Não era expectável que a razão carbonato/fosfato fosse inferior nos dentes hipomineralizados, uma vez que é conhecido que estes dentes apresentam propriedades mecânicas inferiores, existindo estudos que demonstram que um maior teor de carbonato afeta negativamente a cristalinidade da hidroxiapatite, prejudicando as propriedades mecânicas do esmalte, além de relatarem uma maior quantidade de carbonato no esmalte hipomineralizado. Estudos anteriores reportaram igualmente diferenças significativas entre microfotografias de esmalte são e esmalte hipomineralizado, tais como, uma estrutura prismática desorganizada com espaços inter-prismáticos mais largos, porosidade aumentada e fissuras. O facto de alterações estruturais semelhantes terem sido observadas através da Microscopia Eletrónica de Varrimento e valores alterados de forma semelhante terem sido obtidos através da Espectroscopia Raman, no esmalte hipomineralizado de dentes permanentes e de dentes decíduos, reforça a hipótese de que as alterações que ocorrem no esmalte de dentes hipomineralizados em ambas as dentições são idênticas, e que abordagens terapêuticas desenvolvidas para o esmalte hipomineralizado na dentição permanente podem ser alternativas válidas na abordagem da hipomineralização na dentição decídua. Os achados deste estudo podem também sugerir uma etiologia comum para ambas as condições, podendo a hipomineralização de segundos molares decíduos ser usada como fator preditivo da HIM, permitindo um diagnóstico e intervenção precoces. Em estudos futuros propomos a aplicação de um protocolo de remoção de detritos, garantindo uma superfície de esmalte livre de detritos, mas intacta. Idealmente, seria favorável o estudo de uma amostra mais representativa. Seria ainda interessante estudar as características da dentina em dentes com esmalte hipomineralizado, o conteúdo proteico do esmalte e da dentina e fazer uma distinção das diferentes severidades de ambas as condições. Conclusão: A hipomineralização de segundos molares decíduos e a HIM partilham características microestruturais comuns observadas em microfotografias obtidas através de Microscopia Eletrónica de Varrimento e apresentam resultados semelhantes na Espectroscopia de Raman. Estes resultados sugerem uma etiologia comum às duas condições, reforçando a teoria de que a hipomineralização de segundos molares decíduos pode ser preditiva da HIM. Estas informações são essenciais para o desenvolvimento de estratégias de diagnóstico e prevenção assim como abordagens terapêuticas mais eficazes tanto para a hipomineralização de segundos molares decíduos como para a HIM.Purpose: The purpose of this study is to evaluate and compare the changes that occur in the morphology and crystalline structure of the superficial enamel of hypomineralized permanent and deciduous teeth. Materials and methods: 3 primary molars (1 healthy and 2 hypomineralized) and 4 permanent molars (1 healthy and 3 hypomineralized) went through a prophylactic cleansing followed by the sectioning of each tooth parallel to the occlusal surface to split the root from the crown. The hypomineralized teeth were also sectioned perpendicular to the occlusal surface to obtain 6 enamel independent opacities. The depolarization ratio of the phosphate band and the carbonate/phosphate ratio were determined using Raman Spectroscopy and the samples were examined using a Scanning Electron Microscope. Results: The depolarization ratio is higher in both deciduous and permanent hypomineralized teeth, when compared to their respective healthy specimens, with a statistically significant difference (p<0.05). The carbonate/phosphate ratio is lower in both deciduous and permanent hypomineralized teeth compared to their respective healthy specimens, with a greater difference in deciduous teeth and the only one statistically significant. No statistically significant differences were found regarding all the studied variables between both groups of hypomineralized teeth. The microphotographs of the hypomineralized enamel revealed a porous and irregular surface, with occasional cracks and loss of substance, exposing a disorganised rod structure, defects appearing to be more evident in permanent teeth than in deciduous teeth. Conclusions: HSPM and MIH share common microstructural defect characteristics observed in microphotographs and presented similar results in Raman spectroscopy. These findings support a common aetiology for both conditions, reinforcing the theory that HSPM might be predictive for MIH, and suggesting that therapeutic measures used on MIH can serve as valid alternatives for approaching HSPM.Marques, Paula FariaRepositório da Universidade de LisboaSilveira, Daniela Alexandra Arroz2023-12-14T15:40:34Z2023-09-272023-09-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/vnd.openxmlformats-officedocument.wordprocessingml.documenthttp://hdl.handle.net/10451/61346TID:203377133enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-18T01:22:20Zoai:repositorio.ul.pt:10451/61346Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:54:58.066020Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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O desenvolvimento destes dentes inicia-se por volta da mesma altura que o desenvolvimento dos primeiros molares permanentes e incisivos permanentes, se ocorrer algum fator de risco durante esta janela temporal, tanto a dentição permanente como a decídua podem desenvolver hipomineralização. Por esta razão, a presença de segundos molares decíduos hipomineralizados pode ser um fator preditivo da HIM. Dentes permanentes com HIM apresentam algumas alterações típicas da suas propriedades estruturais, mecânicas e químicas, nomeadamente porosidade aumentada, densidade e conteúdo minerais diminuídos, prismas de esmalte desorganizados de tamanho variável e perda de limites distintos com espaços inter-prismáticos mais largos, estrutura prismática menos densa com perda parcial do padrão prismático, menores valores de dureza e módulo de elasticidade, conteúdo superior de proteína, carbono e carbonato e uma concentração mais baixa de cálcio e fósforo. Relativamente aos dentes decíduos hipomineralizados sabe-se que as opacidades de cor amarelo-acastanhada têm uma densidade mineral mais baixa, e que, no geral, apresentam um esmalte desorganizado com prismas de deficiente tamanho e espaços inter-prismáticos mais largos. A hipomineralização tem um impacto significativo no bem-estar psicossocial das crianças, assim como na sua saúde geral e qualidade de vida, particularmente durante períodos cruciais do seu desenvolvimento. Os dentes afetados apresentam frequentemente fratura pós-eruptiva, maior suscetibilidade para o desenvolvimento de cárie dentária com rápida progressão das lesões, hipersensibilidade e baixo prognóstico das restaurações. Existe ainda um impacto estético quando os incisivos permanentes se encontram afetados. A Microscopia Eletrónica de Varrimento tem sido utilizada para avaliar as características estruturais de esmalte hipomineralizado. Estudos recentes demonstraram também que a Espectroscopia de Raman é uma técnica adequada para avaliar a desmineralização e remineralização do esmalte, através do estudo do alongamento simétrico do grupo fosfato tetraédrico, que é representativo da fase mineral do esmalte, assim como outras variáveis como a razão carbonato/fosfato. São limitados os estudos que investiguem a hipomineralização em dentes decíduos e que a comparem com a hipomineralização em dentes permanentes, criando uma lacuna na compreensão de como esta condição afeta ambas as dentições. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar e comparar as alterações que ocorrem na morfologia e estrutura cristalina do esmalte superficial de dentes permanentes e de dentes decíduos hipomineralizados, recorrendo à Espectroscopia de Raman e à Microscopia Eletrónica de Varrimento. Materiais e Métodos: A amostra do estudo consiste em 3 molares decíduos (2 hipomineralizados e 1 são), e 4 molares permanentes (3 hipomineralizados e 1 são). Após exodontia e consentimento verbal do paciente ou responsável, os dentes foram lavados e armazenados em recipientes plásticos com solução salina (NaCl 0,9%) até preparação futura. Todos os dentes foram sujeitos a um protocolo profilático com escova de polimento e pasta de pedra-pomes com um instrumento de baixa rotação durante 60 segundos, lavados com água destilada durante o mesmo tempo e submetidos a um banho de ultrassons em etanol 100% também durante 60 segundos. Cada dente foi seccionado paralelamente à superfície oclusal para separar a raiz da coroa. Os dentes hipomineralizados foram ainda seccionados perpendicularmente à superfície oclusal para obter 6 opacidades de esmalte independentes de cada tipo de dente (decíduo e permanente). Os espécimes foram analisados recorrendo à Espectroscopia de Raman para determinar a razão de despolarização e a razão carbonato/fosfato. Após metalização, utilizando um Microscópio Eletrónico de Varrimento, obtiveram-se microfotografias de áreas representativas com diferentes ampliações. A análise estatística dos resultados da Espectroscopia de Raman foi realizada recorrendo ao SPSS e incluiu a descrição dos valores médios, desvio padrão, mínimos, máximos, mediana e amplitude interquartil para as duas variáveis estudadas, razão de despolarização e razão carbonato/fosfato, do esmalte de ambas as dentições. Para as comparações realizadas foram utilizados os testes U de Mann-Withney e de Wilcoxon. O nível de significância utilizado em toda a análise foi de 0.05. Resultados: Ao comparar as duas variáveis estudadas entre o esmalte hipomineralizado de dentes decíduos e permanentes não foram observadas diferenças estatisticamente significativas. Tanto os dentes permanentes hipomineralizados como os dentes decíduos hipomineralizados apresentam uma razão de despolarização bastante mais elevada em comparação aos seus respetivos espécimes íntegros. Ambas as diferenças foram estatisticamente significativas. A razão carbonato/fosfato demonstrou-se inferior tanto nos dentes permanentes hipomineralizados como nos dentes decíduos hipomineralizados, em comparação com seus respetivos espécimes íntegros, sendo esta diferença superior nos dentes decíduos e a única estatisticamente significativa. As microfotografias obtidas na análise do esmalte hipomineralizado através de Microscopia Eletrónica de Varrimento revelam uma superfície porosa e irregular com fissuras ocasionais e perda de substância, expondo uma estrutura prismática desorganizada, o que se verificou mais evidente nos dentes permanentes do que nos dentes decíduos. Estes resultados estão de acordo com os resultados da Espectroscopia de Raman, que demonstram um valor mais elevado da razão de despolarização para o esmalte de dentes permanentes hipomineralizados. Discussão: A literatura indica que se verifica um aumento da razão de despolarização na presença de esmalte com um arranjo desorganizado da estrutura cristalina de hidroxiapatite, uma característica observada no esmalte hipomineralizado. Este achado é suportado pelos resultados deste estudo. Não era expectável que a razão carbonato/fosfato fosse inferior nos dentes hipomineralizados, uma vez que é conhecido que estes dentes apresentam propriedades mecânicas inferiores, existindo estudos que demonstram que um maior teor de carbonato afeta negativamente a cristalinidade da hidroxiapatite, prejudicando as propriedades mecânicas do esmalte, além de relatarem uma maior quantidade de carbonato no esmalte hipomineralizado. Estudos anteriores reportaram igualmente diferenças significativas entre microfotografias de esmalte são e esmalte hipomineralizado, tais como, uma estrutura prismática desorganizada com espaços inter-prismáticos mais largos, porosidade aumentada e fissuras. O facto de alterações estruturais semelhantes terem sido observadas através da Microscopia Eletrónica de Varrimento e valores alterados de forma semelhante terem sido obtidos através da Espectroscopia Raman, no esmalte hipomineralizado de dentes permanentes e de dentes decíduos, reforça a hipótese de que as alterações que ocorrem no esmalte de dentes hipomineralizados em ambas as dentições são idênticas, e que abordagens terapêuticas desenvolvidas para o esmalte hipomineralizado na dentição permanente podem ser alternativas válidas na abordagem da hipomineralização na dentição decídua. Os achados deste estudo podem também sugerir uma etiologia comum para ambas as condições, podendo a hipomineralização de segundos molares decíduos ser usada como fator preditivo da HIM, permitindo um diagnóstico e intervenção precoces. Em estudos futuros propomos a aplicação de um protocolo de remoção de detritos, garantindo uma superfície de esmalte livre de detritos, mas intacta. Idealmente, seria favorável o estudo de uma amostra mais representativa. Seria ainda interessante estudar as características da dentina em dentes com esmalte hipomineralizado, o conteúdo proteico do esmalte e da dentina e fazer uma distinção das diferentes severidades de ambas as condições. Conclusão: A hipomineralização de segundos molares decíduos e a HIM partilham características microestruturais comuns observadas em microfotografias obtidas através de Microscopia Eletrónica de Varrimento e apresentam resultados semelhantes na Espectroscopia de Raman. Estes resultados sugerem uma etiologia comum às duas condições, reforçando a teoria de que a hipomineralização de segundos molares decíduos pode ser preditiva da HIM. Estas informações são essenciais para o desenvolvimento de estratégias de diagnóstico e prevenção assim como abordagens terapêuticas mais eficazes tanto para a hipomineralização de segundos molares decíduos como para a HIM.
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