A Ascensão e Queda da Pressão Venosa Central como Parâmetro de Monitorização: Uma Análise Fisiológica dos Fatores Implicados
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25751/rspa.7114 |
Resumo: | Introdução: A pressão venosa central (PVC) é utilizada há décadas para guiar a fluidoterapia em pacientes graves. Contudo, há muito que se vêm acumulando estudos e meta-análises que cada vez mais colocam em causa a sua real utilidade. No presente artigo procurámos verificar a validade dos postulados fisiológicos que levaram à sua implementação clínica. Material e Métodos: Foi feita uma revisão (não sistemática) da literatura para definir o verdadeiro significado fisiológico da PVC. Para tal efectuámos uma pesquisa na PubMed utilizando as expressões ”central venous pressure” e ”fluid therapy”, seguindo-se a utilização de uma estratégia em árvore para incluir algumas das referências presentes nos artigos mais relevantes. Resultados: Diferentes artigos e meta-análises demonstram que a PVC não é um bom marcador de pré-carga, não conseguindo prever a resposta do indivíduo a um bólus de fluidos. Os pressupostos fisiológicos em que assenta não têm em linha de conta alterações cardiovasculares dinâmicas que ocorrem no organismo como um todo. Discussão e Conclusão: A evidência acumulada na literatura mostra não só que não devemos confiar na PVC como guia para fluidoterapia, mas também que a sua utilização parte de pressupostos fisiológicos que não se encontram totalmente correctos. Contudo, verificamos que esta ainda é recomendada nalgumas guidelines internacionais, sendo previsível que só se consigam mudar hábitos instituídos quando estiverem devidamente difundidas alternativas a este método que sejam válidas, baratas e globalmente disponíveis, nomeadamente as dependentes da utilização de índices dinâmicos de pré-carga. |
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A Ascensão e Queda da Pressão Venosa Central como Parâmetro de Monitorização: Uma Análise Fisiológica dos Fatores ImplicadosA Ascensão e Queda da Pressão Venosa Central como Parâmetro de Monitorização: Uma Análise Fisiológica dos Fatores ImplicadosArtigo de Revisão NarrativaIntrodução: A pressão venosa central (PVC) é utilizada há décadas para guiar a fluidoterapia em pacientes graves. Contudo, há muito que se vêm acumulando estudos e meta-análises que cada vez mais colocam em causa a sua real utilidade. No presente artigo procurámos verificar a validade dos postulados fisiológicos que levaram à sua implementação clínica. Material e Métodos: Foi feita uma revisão (não sistemática) da literatura para definir o verdadeiro significado fisiológico da PVC. Para tal efectuámos uma pesquisa na PubMed utilizando as expressões ”central venous pressure” e ”fluid therapy”, seguindo-se a utilização de uma estratégia em árvore para incluir algumas das referências presentes nos artigos mais relevantes. Resultados: Diferentes artigos e meta-análises demonstram que a PVC não é um bom marcador de pré-carga, não conseguindo prever a resposta do indivíduo a um bólus de fluidos. Os pressupostos fisiológicos em que assenta não têm em linha de conta alterações cardiovasculares dinâmicas que ocorrem no organismo como um todo. Discussão e Conclusão: A evidência acumulada na literatura mostra não só que não devemos confiar na PVC como guia para fluidoterapia, mas também que a sua utilização parte de pressupostos fisiológicos que não se encontram totalmente correctos. Contudo, verificamos que esta ainda é recomendada nalgumas guidelines internacionais, sendo previsível que só se consigam mudar hábitos instituídos quando estiverem devidamente difundidas alternativas a este método que sejam válidas, baratas e globalmente disponíveis, nomeadamente as dependentes da utilização de índices dinâmicos de pré-carga.Introduction: Central venous pressure (CVP) monitoring has been in use for decades to guide fluid therapy in unstable patients. However, a growing number of studies and meta-analysis have questioned its use. We sought to ascertain the validity of the physiologic principles leading to its adoption into clinical practice. Materials and Methods: We performed a non-systematic literature review to evaluate the real physiologic meaning of CVP. A PubMed search was made for the expressions “central venous pressure” and “fluid herapy”, and some of the most relevant references from the obtained articles were also included in our analysis. Results: Different articles and meta-analysis demonstrate that CVP is not a reliable marker of preload nor does it predict the response to a fluid challenge. The physiologic principles underlying its use do not take into account dynamic cardiovascular changes occurring in the organism as a whole. Discussion and Conclusion: The accumulated evidence shows not only that we must not rely on CVP as a guide for fluid therapy, but also that its use draws on physiologic principles that are not totally correct, focusing on only part of the global picture. However, we realize CVP monitoring is still recommended by some international guidelines, a situation that is bound to change when more valid, accessible and widespread alternatives to this method are available. Technologies relying on dynamic preload indices are one such example.Sociedade Portuguesa de Anestesiologia2017-01-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25751/rspa.7114por0871-6099Rodrigues Alves, DanielSilva, RonaldCarvalho, CláudiaPais Martins, Antónioinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T15:34:39Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/7114Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:08.914161Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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