Consumo de estimulantes cerebrais nos estudantes de medicina da Universidade da Beira Interior

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Graça, Carina Susana Gouveia da
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1461
Resumo: Introdução: O ensino superior exige um certo nível de desenvolvimento das funções cognitivas, e no curso de medicina esse nível é particularmente elevado. Os estimulantes cerebrais são consumidos pelos estudantes com intuito de aumentar o desempenho académico. A presente investigação surgiu da necessidade de dar um contributo para a caracterização deste fenómeno em Portugal. O consumo de psicostimulantes é considerado um comportamento de risco, não só pelo seu potencial elevado de efeitos secundários adversos, como também por se associar ao consumo de outras substâncias psicoativas. Neste sentido definiu-se como principal objetivo deste estudo a determinação da prevalência do consumo de estimulantes cerebrais nos estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior e a análise dos principais fatores associados a esse consumo. Métodos: Estudo transversal descritivo, baseado na aplicação de um questionário online, a 423 alunos do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, matriculados no 2.º, 3.º, 4.º, 5.º e 6.º ano e finalistas (6.º ano) do ano letivo 2011/2012. Dos 423 alunos, 28% eram do sexo masculino e 72% do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos (média 22,3 ± 2,8 anos). A recolha de dados decorreu entre 21 de Setembro e 8 de Novembro de 2012. O tratamento estatístico dos dados foi efetuado com recurso aos programas Microsoft Excel 2010® e SPSS® versão 20.0 para Windows. Nas relações entre as variáveis qualitativas usou-se o teste do qui-quadrado. Foram também utilizados os testes t de Student, de Kolmogorov-Smirnov e de Levene, de modo a testar as diferenças entre o consumo das várias substâncias. Resultados: Relativamente à prevalência do consumo de estimulantes cerebrais, 80,9% (n=342) dos estudantes já consumiu algum tipo de estimulantes cerebrais durante a vida (MDMA, metilfenidato, modafinil, piracetam, suplementos alimentares ou bebidas energéticas). Quanto ao consumo de álcool e tabaco, 76,2% (n=322) e 19,6% (n=83) dos alunos reportam consumo atual, respetivamente. As fontes de informação mais referidas sobre os estimulantes foram os amigos (73,8%), a televisão (72,3%) e a internet (65%). A principal motivação referida para o consumo destas substâncias foi ‘Aumentar a capacidade cognitiva’, referida por 69,9% (n=239) dos alunos. Os efeitos positivos mais frequentemente apreciados foram a diminuição da fadiga/cansaço físico e mental (54,9%) e o aumento da concentração (50,6%). Discussão: A prevalência do consumo de psicostimulantes pelos estudantes de medicina da Universidade da Beira Interior é elevada, embora inferior à encontrada na literatura revista. A principal motivação para o consumo destas substâncias é aumentar a capacidade cognitiva. A prevalência do consumo atual de álcool é superior à da população portuguesa em geral, na faixa etária dos 15-34 anos. Além disso, encontrou-se relações estatisticamente significativas entre o consumo associado de bebidas energéticas e álcool. Estes achados, embora não representativos de todos os estudantes de medicina em Portugal, poderão ser um bom ponto de partida para estudos futuros e ainda um contributo essencial à implementação de estratégias de prevenção de comportamentos de risco associados ao consumo destas substâncias.
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Neste sentido definiu-se como principal objetivo deste estudo a determinação da prevalência do consumo de estimulantes cerebrais nos estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior e a análise dos principais fatores associados a esse consumo. Métodos: Estudo transversal descritivo, baseado na aplicação de um questionário online, a 423 alunos do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, matriculados no 2.º, 3.º, 4.º, 5.º e 6.º ano e finalistas (6.º ano) do ano letivo 2011/2012. Dos 423 alunos, 28% eram do sexo masculino e 72% do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos (média 22,3 ± 2,8 anos). A recolha de dados decorreu entre 21 de Setembro e 8 de Novembro de 2012. O tratamento estatístico dos dados foi efetuado com recurso aos programas Microsoft Excel 2010® e SPSS® versão 20.0 para Windows. Nas relações entre as variáveis qualitativas usou-se o teste do qui-quadrado. Foram também utilizados os testes t de Student, de Kolmogorov-Smirnov e de Levene, de modo a testar as diferenças entre o consumo das várias substâncias. Resultados: Relativamente à prevalência do consumo de estimulantes cerebrais, 80,9% (n=342) dos estudantes já consumiu algum tipo de estimulantes cerebrais durante a vida (MDMA, metilfenidato, modafinil, piracetam, suplementos alimentares ou bebidas energéticas). Quanto ao consumo de álcool e tabaco, 76,2% (n=322) e 19,6% (n=83) dos alunos reportam consumo atual, respetivamente. As fontes de informação mais referidas sobre os estimulantes foram os amigos (73,8%), a televisão (72,3%) e a internet (65%). A principal motivação referida para o consumo destas substâncias foi ‘Aumentar a capacidade cognitiva’, referida por 69,9% (n=239) dos alunos. Os efeitos positivos mais frequentemente apreciados foram a diminuição da fadiga/cansaço físico e mental (54,9%) e o aumento da concentração (50,6%). Discussão: A prevalência do consumo de psicostimulantes pelos estudantes de medicina da Universidade da Beira Interior é elevada, embora inferior à encontrada na literatura revista. A principal motivação para o consumo destas substâncias é aumentar a capacidade cognitiva. A prevalência do consumo atual de álcool é superior à da população portuguesa em geral, na faixa etária dos 15-34 anos. Além disso, encontrou-se relações estatisticamente significativas entre o consumo associado de bebidas energéticas e álcool. Estes achados, embora não representativos de todos os estudantes de medicina em Portugal, poderão ser um bom ponto de partida para estudos futuros e ainda um contributo essencial à implementação de estratégias de prevenção de comportamentos de risco associados ao consumo destas substâncias.Introduction: College education requires a certain level of cognitive development and in a medical degree this level is particularly high. Students take cerebral stimulants with the intention of getting a better academic performance. This study aims to characterize this phenomenon in Portugal. The consumption of psychostimulants is considered risk behaviour, not only due to its high potential for side effects but also for associating with the consumption of other psycho-active substances. The main objective of this study is to determine the prevalence of the consumption of brain stimulants by medical students of the Universidade da Beira Interior and analysis of the main characteristics associated with this consumption. Methods: Descriptive cross-sectional study based on an online survey of 423 students of Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior enrolled in the 2nd, 3rd, 4th, 5th , 6 th year and seniors of the 2011/2012 school year. Of the 423 students, 28% were male and 72% female, with ages ranging between 18 and 50 years (average 22.3 ± 2,8 years). The data collection took place between the 21st of September and the 8th of November 2012. Microsoft Excel 2010® and SPSS®, 20.0 version for Windows was used for the statistical analysis. For the relations between qualitative variables the chi-square test was used. The Student t test, Kolmogorov-Smirnov and Levene, were also used in order to test the differences between the consumption of the various substances. Results: Regarding the prevalence of the consumption of brain stimulants, 80,9% (n=342) of the students have taken some type of brain stimulant at some point of their life (MDMA, metilfenidato, modafinil, piracetam, food supplements or energy drinks). Regarding the consumption of alcohol and tobacco 76,2% (n=322) and 19,6% (n=83) of the students confirm that they still consume these products, respectively. The sources of information on these stimulants were friends (73,8%), television (72,3%) and the internet (65%). The main reason cited for the use of these substances was 'Increasing cognitive ability', reported by 69,9% (n=239) of the students. The positive effects were assessed more often to decreased fatigue / physical and mental fatigue (54,9%) and increasing concentration (50,6%). Discussion: The prevalence of the consumption of psychostimulants by medical students from Universidade da Beira Interior is high, although is lower than that found in the literature reviewed. The main reason cited for the use of these substances is increasing cognitive performance. The current alcohol consumption is higher than that of the general Portuguese population with ages ranging between 15 and 34 years. Furthermore a statistically significant relationship was found between the associated consumption of energy drinks and alcohol. These findings, although not representative of all medical students in Portugal, may be a good starting point for future studies and also an essential contribution to the implementation of strategies for the prevention of risk behaviours associated with these substance use.Universidade da Beira InteriorVitória, Paulo dos Santos DuarteuBibliorumGraça, Carina Susana Gouveia da2013-11-01T16:17:51Z2013-052013-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1461porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:37:01Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1461Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:16.484477Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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