Manutenção do potencial dador de órgãos: Intervenção de enfermagem num serviço de urgência

• Autor(a) principal: Lucas, André João Melo
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=EhOCGkeN
• topic: Potencial dador de órgãos; Enfermagem; Serviço de Urgência.

A transplantação de órgãos com dadores em morte cerebral assumiu um grande crescimento nos últimos dez anos, cujo sucesso do transplante está diretamente associado à qualidade dos órgãos que, por sua vez, depende da assistência aos potenciais dadores, o que implica a excelência do exercício profissional dos enfermeiros. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral analisar a perceção que os enfermeiros têm da prestação de cuidados de enfermagem, na manutenção do potencial dador de órgãos num serviço de urgência polivalente de um Centro Hospitalar. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com uma abordagem qualitativa, cujos dados foram recolhidos através de uma entrevista semiestruturada, tendo como participantes sete enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúgica do Serviço de Urgência dos CHUC, Polo A de um Hospital Central. Dos resultados emergiram quatro categorias: i) importância que os enfermeiros atribuem à prestação de cuidados ao potencial dador de órgãos, fazendo parte da mesma quatro subcategorias, vigilância, manutenção da viabilidade dos órgãos, dignidade da pessoa; ii) dificuldades percecionadas pelos enfermeiros na prestação de cuidados ao potencial dador de órgãos, da qual emergiram quatro subcategorias, designadamente: dotação de enfermagem insuficiente, permanência do potencial dador na sala de emergência, exigência na prestação de cuidados, défice de conhecimento; iii) estratégias propostas para uma eficaz prestação de cuidados ao potencial dador de órgãos, fazendo parte da mesma dez subcategorias: formação em serviço, dotação segura, uniformização de procedimentos, criação de protocolos de atuação, envolvimento dos enfermeiros especialistas, criação de uma unidade cuidados específica, articulação dos vários serviços intervenientes no processo, sensibilização das pessoas para o processo de doação, envolvimento da família, trabalho de equipa e presença física do médico; iv) sugestões para a elaboração de um protocolo, cujos elementos a considerar resultaram em seis subcategorias, critérios de morte cerebral, articulação com outros serviços, monitorização da administração de drogas, família e registos de enfermagem. Concluiu-se que o enfermeiro especialista em Enfermagem Médico-Cirúgica desempenha um importante papel no processo de doação de órgãos, com especial destaque para a manutenção do potencial dador de órgãos sendo as responsabilidades deste profissional variadas, embora ainda existiam dificuldades, o que corrobora a viabilidade da elaboração de um protocolo, bem como a necessidade de formação para o desenvolvimento de competências profissionais no processo de doação de órgãos.