Atenção e memória de trabalho em idosos: a influência de distratores
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/9894 |
Resumo: | O presente trabalho teve como principal objetivo estudar, na população idosa, o efeito de ambientes distrativos em tarefas atencionais e em tarefas de memória de trabalho. Para tal, trinta idosos foram sujeitos à aplicação de duas tarefas atencionais (tarefa de tempo de reação simples e tarefa go/no-go) e a três tarefas de memória de trabalho (aritmética, memória de dígitos e sequência de letras e números). Cada participante realizou as tarefas em ambiente distrativo e em ambiente não distrativo, com um intervalo de 14 a 21 dias entre sessões. A aplicação das tarefas em ambiente distrativo/não distrativo, assim como a ordem de realização das próprias tarefas, foi contrabalanceada entre participantes. Foram também aplicados um questionário sociodemográfico e dois instrumentos de avaliação: um de avaliação objetiva do funcionamento cognitivo (MoCA) e outro de avaliação subjetiva dos lapsos de memória (QLM). Os resultados do estudo indicaram que, relativamente às tarefas atencionais, os participantes tiveram melhor desempenho no ambiente não distrativo do que no ambiente distrativo; contudo, os tempos de reação na tarefa de tempo de reação simples e os tempos de reação nos falsos alarmes da tarefa go/no-go, revelaram-se estatisticamente não significativos. No que toca às tarefas de memória de trabalho, os resultados indicaram que o ambiente influenciou de forma significativa o desempenho dos participantes apenas na tarefa de dígitos na ordem direta. Constataram-se algumas correlações significativas entre os desempenhos nas tarefas utilizadas e os domínios do instrumento MoCA, com particular destaque para as três tarefas de memória de trabalho que se relacionaram fortemente com os resultados do dito instrumento. No que toca à relação entre a avaliação objetiva do funcionamento cognitivo e a avaliação subjetiva dos lapsos de memória, verifica-se uma correlação no sentido esperado: os idosos que têm piores desempenhos nas tarefas de memória de trabalho, percecionaram o seu funcionamento mnésico como pior; contudo, estas correlações não foram significativas. Estes resultados são discutidos à luz das teorias existentes sobre as alterações cognitivas comummente observadas na velhice. São ainda apresentadas possíveis implicações práticas que este tipo de estudo e resultados poderão ter, assim como sugestões para estudos futuros. |
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Foram também aplicados um questionário sociodemográfico e dois instrumentos de avaliação: um de avaliação objetiva do funcionamento cognitivo (MoCA) e outro de avaliação subjetiva dos lapsos de memória (QLM). Os resultados do estudo indicaram que, relativamente às tarefas atencionais, os participantes tiveram melhor desempenho no ambiente não distrativo do que no ambiente distrativo; contudo, os tempos de reação na tarefa de tempo de reação simples e os tempos de reação nos falsos alarmes da tarefa go/no-go, revelaram-se estatisticamente não significativos. No que toca às tarefas de memória de trabalho, os resultados indicaram que o ambiente influenciou de forma significativa o desempenho dos participantes apenas na tarefa de dígitos na ordem direta. Constataram-se algumas correlações significativas entre os desempenhos nas tarefas utilizadas e os domínios do instrumento MoCA, com particular destaque para as três tarefas de memória de trabalho que se relacionaram fortemente com os resultados do dito instrumento. No que toca à relação entre a avaliação objetiva do funcionamento cognitivo e a avaliação subjetiva dos lapsos de memória, verifica-se uma correlação no sentido esperado: os idosos que têm piores desempenhos nas tarefas de memória de trabalho, percecionaram o seu funcionamento mnésico como pior; contudo, estas correlações não foram significativas. Estes resultados são discutidos à luz das teorias existentes sobre as alterações cognitivas comummente observadas na velhice. São ainda apresentadas possíveis implicações práticas que este tipo de estudo e resultados poderão ter, assim como sugestões para estudos futuros.The present work aimed to study the effect of distracting environments in attention tasks and working memory tasks in elderly. To this end, thirty elderly performed two attention tasks (simple reaction time task and go/no-go task), and three working memory tasks (arithmetic, memory for digits and sequence of letters and numbers). Each participant performed the tasks in the distracting and a non-distracting environment, with an interval of 14 to 21 days between sessions. The implementation of the tasks in the distracting environment/non-distracting environment, as well as the order of the tasks, was counterbalanced among participants. A sociodemographic questionnaire and two assessment instruments were also used: an objective assessment of cognitive functioning (MoCA) and a subjective evaluation of memory lapses (QLM). The results indicated that for the attention tasks, participants performed better in the non-distracting environment than in the distracting environment. However, the simple reaction times and the reaction times for the false alarms in the go/no-go task did were not significantly affected by the nature of the environment. As for the working memory tasks, the results indicated that the environment significantly influenced participants' performance only in the memory for digits tasks in direct order. Significant correlations were found between the results obtained in several domains of the instrument MoCA, with particular emphasis for the three working memory tasks that relate strongly with the results various domains of MoCA. Regarding the relation between the objective assessment of the cognitive functioning and the subjective evaluation of memory lapses, there is a correlation in the expected direction: people with worse performance on working memory tasks, perceived their memory capacity as worse; however, these correlations are not significant. These results are discussed in light of existing theories about the cognitive changes usually observed in the elderly. Practical implications of these results and of the type of study conducted are presented, as well as suggestions for future studies.Universidade de Aveiro2013-03-13T15:58:26Z2012-01-01T00:00:00Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/9894porRodrigues, Pedro Filipe da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:17:10Zoai:ria.ua.pt:10773/9894Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:46:37.470777Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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