Ecologia do envelhecimento: o caso particular do meio rural de Évora

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Casas-Novas, Maria Vitória Glórias Almeida
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/15058
Resumo: Introdução - Nunca como hoje, a velhice, última etapa da vida do homem foi alvo de tão grande visibilidade. As alusões aos idosos sucedem-se quer a nível das organizações políticas nacionais e internacionais, quer a nível da sociedade em geral. A questão constitui actualmente matéria amplamente estudada, debatida e reflectida sobre diversas perspectivas e formas. O Envelhecimento, é depois da reprodução o mais universal de todos os fenómenos biológicos, um processo normal de alterações relacionadas com o decorrer do tempo. Não será demagógico afirmar que é um processo que resulta de modificações que se iniciam desde a concepção até à morte, ocorrendo neste longo percurso numerosas alterações, tanto ao nível biológico como psicossocial, que variam de indivíduo para indivíduo. Assim, a velhice é um aspecto normal do desenvolvimento humano e é também a fase final do ciclo de vida, pelo que a forma como as pessoas envelhecem depende não só das experiências vividas no próprio passado mas porque a velhice é uma parte integrante da vida e as vivências individuais afectam o processo de envelhecimento, assim como os moldes em que projectam o seu futuro e encaram a sua própria condição. Envelhecer não é algo que só acontece aos outros, mas sim uma experiência impar e altamente pessoal que afecta os que vivem por um tempo suficiente. Citando ROBERTO (1996:57), ..."ser idoso é sobretudo a resultante de toda a existência, vivida no quotidiano e condicionada por factores extrínsecos e intrínsecos". Envelhecer é então um processo natural e global inerente à condição humana. Neste contexto elegemos como área temática do nosso trabalho "A Ecologia do Envelhecimento". Do ponto de vista estritamente biológico o envelhecimento é definido como um processo global / diferencial, expresso por uma hipovitalidade e hipervulnerabilidade do organismo (Idem, Ibidem). A emergência do fenómeno, envelhecimento demográfico, surge na segunda metade do séc. XX como problema social, caracterizado pelo aumento da proporção das pessoas idosas em detrimento da população jovem e excepcionalmente em detrimento da população em idade activa. Enquanto fenómeno na perspectiva demográfica, o envelhecimento é entendido como a resultante do aumento da proporção de pessoas com mais de 60 ou 65 anos de idade e pelo alongamento das suas vidas para além do período de actividade e da diminuição da proporção de pessoas com menos de 15 ou 19 anos de idade (FERNANDES,1997). As alterações da composição demográfica das sociedades, subsequentes ao fenómeno do envelhecimento demográfico, transformaram as estruturas populacionais, as formas e os padrões de interacção social. Pelo que, não tendo sido identificadas alterações intrínsecas e relevantes inerentes ao processo de envelhecer, os problemas relativos ao envelhecimento biológico irão permanecer. Contudo, parece ser no contexto das profundas alterações sociais, que se definem as situações problemáticas as desfavoráveis aos idosos (ROBERT0, 1996:58). É pois, com base no cenário desenhado num determinado horizonte de tempo pelos estudos prospectivos das estruturas da população portuguesa, que os mesmos apontam para a irreversibilidade do fenómeno envelhecimento demográfico, e para a sua manutenção durante as próximas décadas, (figurando o Alentejo como uma das regiões mais envelhecidas do país) que fundamentamos a importância do nosso estudo sobre – "A Ecologia do Envelhecimento - O caso particular do meio rural de Évora ". Também os conhecidos e variados contributos teóricos resultantes da análise de diferentes disciplinas, realçam, na perspectiva de ILHEU (1993) para uma visão negativa da velhice, marginalizando a perspectiva positiva e impedindo que se estudem novas formas e novos modelos de resposta, ao desafio do envelhecimento individual e das populações, reforçam a pertinência do estudo em questão. Pela complexidade deste fenómeno social e porque o envelhecimento é um processo multifacetado, julgamos saber que a sua abordagem se inscreve no âmbito da Ecologia Humana, permitindo esta ter em conta uma atitude ecológica global, integrada, interdisciplinar e multissectorial (NAZARETH,1996).
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Assim, a velhice é um aspecto normal do desenvolvimento humano e é também a fase final do ciclo de vida, pelo que a forma como as pessoas envelhecem depende não só das experiências vividas no próprio passado mas porque a velhice é uma parte integrante da vida e as vivências individuais afectam o processo de envelhecimento, assim como os moldes em que projectam o seu futuro e encaram a sua própria condição. Envelhecer não é algo que só acontece aos outros, mas sim uma experiência impar e altamente pessoal que afecta os que vivem por um tempo suficiente. Citando ROBERTO (1996:57), ..."ser idoso é sobretudo a resultante de toda a existência, vivida no quotidiano e condicionada por factores extrínsecos e intrínsecos". Envelhecer é então um processo natural e global inerente à condição humana. Neste contexto elegemos como área temática do nosso trabalho "A Ecologia do Envelhecimento". 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Pelo que, não tendo sido identificadas alterações intrínsecas e relevantes inerentes ao processo de envelhecer, os problemas relativos ao envelhecimento biológico irão permanecer. Contudo, parece ser no contexto das profundas alterações sociais, que se definem as situações problemáticas as desfavoráveis aos idosos (ROBERT0, 1996:58). É pois, com base no cenário desenhado num determinado horizonte de tempo pelos estudos prospectivos das estruturas da população portuguesa, que os mesmos apontam para a irreversibilidade do fenómeno envelhecimento demográfico, e para a sua manutenção durante as próximas décadas, (figurando o Alentejo como uma das regiões mais envelhecidas do país) que fundamentamos a importância do nosso estudo sobre – "A Ecologia do Envelhecimento - O caso particular do meio rural de Évora ". Também os conhecidos e variados contributos teóricos resultantes da análise de diferentes disciplinas, realçam, na perspectiva de ILHEU (1993) para uma visão negativa da velhice, marginalizando a perspectiva positiva e impedindo que se estudem novas formas e novos modelos de resposta, ao desafio do envelhecimento individual e das populações, reforçam a pertinência do estudo em questão. Pela complexidade deste fenómeno social e porque o envelhecimento é um processo multifacetado, julgamos saber que a sua abordagem se inscreve no âmbito da Ecologia Humana, permitindo esta ter em conta uma atitude ecológica global, integrada, interdisciplinar e multissectorial (NAZARETH,1996).Universidade de Évora2015-08-31T16:12:04Z2015-08-312001-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10174/15058http://hdl.handle.net/10174/15058pordep C.S.mvcn@uevora.pt687Casas-Novas, Maria Vitória Glórias Almeidainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T19:00:15Zoai:dspace.uevora.pt:10174/15058Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:07:28.634367Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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