Efeito da minociclina em Mus Musculus infectados com Trypanosoma brucei brucei

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: GONÇALVES, Daniel José Dias
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/11418
Resumo: As patologias provocadas tanto em humanos como em outros mamíferos, pelo parasita hemoflagelado Trypanosoma brucei são um verdadeiro flagelo em África, ma-tando milhares de pessoas e cabeças de gado todos os anos. No caso da terapêutica hu-mana, todas as drogas foram implementadas em meados do século XX, sem novas pa-tentes desde 1981. Urge portanto a descoberta de novas moléculas, que em esquema monoterapêutico ou em associação, possam de alguma forma intervir no controlo do parasita ou contra a inflamação provocada pelas sucessivas ondas de parasitémia. Em estudos anteriores a minociclina, tetraciclina de 2ª geração, provou ser eficaz na protecção do sistema nervoso central (SNC) de ratos infectados com Trypanosoma brucei brucei (T.b.brucei), diminuindo a passagem pela barreira hemato-encefálica (BHE) de leucócitos e parasitas. No presente estudo, o efeito dessa droga parece estar relacionado com uma maior resistência à perda de vários componentes hematológicos como eritrócitos, leucócitos ou granulócitos em amostras de animais com vinte dias (20 DPI) de progressão de infecção com o parasita. Também as parasitémias são substanci-almente mais baixas (cerca de dez vezes menores) nos animais tratados em 20 DPI. Em termos das citocinas interleucina 4 (IL-4), interferão gama (IFN-γ) e óxido nítrico (NO), parece existir um padrão de secreção diferente nos animais tratados e não tratados. A IL-4 parece neste caso estar associada a um perfil anti-inflamatório; o NO, importante no controlo do parasita, existe em maiores quantidades nos animais tratados, ao contrá-rio do IFN-γ com quantidades mais elevadas nos animais controlos. Esta última citocina está escrita na literatura como factor de crescimento parasitário. A expressão de metaloproteinases é aparentemente superior no baço quando comparada com tecido hepático, contudo sem aparentes diferenças entre os dois grupos persisitindo um sistema de dupla banda compreendidas entre r de 30 e 40 kDa, valores de massa molecular, na maioria dos animais dos dois grupos. As metaloproteinases po-dem se endógenas do hospedeiro, mas com elevada possibilidade de serem secretadas pelo parasita no seu processo de invasão tecidular.
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Em estudos anteriores a minociclina, tetraciclina de 2ª geração, provou ser eficaz na protecção do sistema nervoso central (SNC) de ratos infectados com Trypanosoma brucei brucei (T.b.brucei), diminuindo a passagem pela barreira hemato-encefálica (BHE) de leucócitos e parasitas. No presente estudo, o efeito dessa droga parece estar relacionado com uma maior resistência à perda de vários componentes hematológicos como eritrócitos, leucócitos ou granulócitos em amostras de animais com vinte dias (20 DPI) de progressão de infecção com o parasita. Também as parasitémias são substanci-almente mais baixas (cerca de dez vezes menores) nos animais tratados em 20 DPI. Em termos das citocinas interleucina 4 (IL-4), interferão gama (IFN-γ) e óxido nítrico (NO), parece existir um padrão de secreção diferente nos animais tratados e não tratados. A IL-4 parece neste caso estar associada a um perfil anti-inflamatório; o NO, importante no controlo do parasita, existe em maiores quantidades nos animais tratados, ao contrá-rio do IFN-γ com quantidades mais elevadas nos animais controlos. Esta última citocina está escrita na literatura como factor de crescimento parasitário. A expressão de metaloproteinases é aparentemente superior no baço quando comparada com tecido hepático, contudo sem aparentes diferenças entre os dois grupos persisitindo um sistema de dupla banda compreendidas entre r de 30 e 40 kDa, valores de massa molecular, na maioria dos animais dos dois grupos. As metaloproteinases po-dem se endógenas do hospedeiro, mas com elevada possibilidade de serem secretadas pelo parasita no seu processo de invasão tecidular.The pathologies of humans and other mammals caused by the haemoflagelate parasite Trypanosoma brucei are a true burden in Africa, killing thousands of people and cattle every year. In the case of human therapeutics, every drug was implemented in the mid-twentieth century, with no new patents being registered since 1981. It is urgent, therefore, to discover new molecules which in a monotherapeutical scheme or in associ-ation with other drugs can somehow intervene in the control of the parasite or the in-flammation caused by successive waves of parasitaemia. In previous studies, minocycline, which is a second generation tetracycline, has proven effective in the protection of the central nervous system (CNS) of infected mice, impeding the passage of the blood-brain barrier (BBB) for both leukocytes and para-sites. In the present study, the effect of this drug seems to correlate with a greater re-sistance to the loss of several haematological components like erythrocytes, leukocytes or granulocytes in samples from animals with 20 days of progression of T. brucei infec-tion. Also, the parasitaemias seem to be substantially lower (10 fold) in treated animals for the same time of infection and for the cytokine pattern, interleukine 4 (IL-4), inter-feron gamma (IFN-γ) and nitric oxid (NO), for which there seems to be a different se-cretion pattern when comparing treated and untreated animals. IL-4, which has a dubi-ous role in the infection by trypanosomes, seems to be related with an anti-inflammatory profile, and NO, essential to control the parasite, exists in greater quanti-ties in treated animals, unlike IFN-γ which displays higher levels in control animals. The latter is described in the literature as a parasite growth factor. The proteinase expression is greater in the spleen, however there are no obvious differences between the two groups, while there is a persistence of a system of two pro-teinases with molecular masses comprised between 30 and 40 kDa in almost all of the samples, which can be endogenous. Yet, there is a strong possibility that this metallo-proteinases can be secreted also by parasites, helping their tissue invasion.Instituto de Higiene e Medicina TropicalSILVA, Marcelo SousaATOUGUIA, JorgeRUNGONÇALVES, Daniel José Dias2014-02-17T12:25:28Z20112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/11418porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-22T17:15:21Zoai:run.unl.pt:10362/11418Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-22T17:15:21Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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