The 2016 Euro Cup final memory footprint : a test-retest study of flashbulb memory, event memory and national team fandom
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/58439 |
Resumo: | Dissertação de Mestrado Interuniversitário, Neuropsicologia Clínica e Experimental, 2021, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia |
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The 2016 Euro Cup final memory footprint : a test-retest study of flashbulb memory, event memory and national team fandomMemóriasEmoçãoFutebolFãsDissertações de mestrado - 2021Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaDissertação de Mestrado Interuniversitário, Neuropsicologia Clínica e Experimental, 2021, Universidade de Lisboa, Faculdade de PsicologiaFor the very first time, Portugal won the UEFA European Championship in 2016, an unexpected, emotional, and important victory for several people in the country. This type of international sport competitions promotes social unity by reinforcing national identity and giving citizens the chance to be part of a group that embraces it, notably, one of national team fandom. A total of 47 participants completed both an initial online questionnaire (two years after the match) and a follow-up questionnaire (four years after the match). The surveys assessed participants’ flashbulb memories (FBMs), event memories (EMs), and their possible determinants such as emotional intensity, importance, surprise, rehearsal, prior knowledge and interest in football. Besides contrasting FBMs and EMs longitudinally, asserting valence’s role on EM maintenance through two sub-events, one negative, Ronaldo’s injury, and one positive, Éder’s goal, and the role national team fandom plays on both types of memory were also aims of the present study. National team fandom was not associated with FBM’s attributes but was found to predict EM’s accuracy and confidence. Two years after the 1st survey, EMs were more detailed for the negative sub-event and less accurate, while EMs for the positive sub-event, even if less detailed, remained equally accurate. This finding underscores the existence of a positivity bias in EM. Lastly, FBMs were found to still yield high confidence and vividness levels and be more consistent and detailed than EMs, further validating their status as a special kind of memory.A Teoria da Identidade Social (Tajfel, 1978; Tajfel & Turner, 1979) defende que a identidade do indivíduo compreende duas componentes: pessoal e social. Esta última pode ser definida como a parte da identidade que é determinada por categorias sociais (e.g., nacionalidades, afiliações políticas, género, crenças religiosas, fãs de equipas desportivas), juntamente com a importância e o impacto emocional associados a pertencer a essas mesmas categorias (Tajfel, 1982). Neste sentido, existem dois conceitos inerentes à identidade social que merecem ser distinguidos, nomeadamente, pertença grupal (i.e., fazer parte ou não do grupo) e identificação grupal (i.e., até que ponto fazer parte do grupo é relevante para a identidade) (Merck, 2020). Cada identidade é composta por uma variedade de identidades sociais capazes de influenciar a cognição humana quando ativadas pelo contexto (Chiao et al., 2006; Spencer et al., 1999). Essa ativação está dependente de outro conceito importante na Teoria da Identidade Social (Tajfel, 1978; Tajfel & Turner, 1979), nomeadamente, saliência. A saliência da identidade é uma pré-condição para a ativação e uma consequência de pista contextuais que determinam se a identidade social modificará ou não o comportamento do indivíduo (Trepte & Loy, 2017; Turner, 1999). Por exemplo, competições desportivas internacionais podem atuar como uma pista contextual que salienta não apenas a identidade de fã, mas também a identidade nacional (i.e., pertencer à nação) (Meier et al., 2019). Retomando a ideia de que a identidade social pode afetar a cognição, alguns estudos têmse dedicado a estudar o efeito da identidade social na memória (e.g., Yang & Huang, 2008). A memória pode ser alterada pela identidade social de várias formas, sendo uma delas a existência de um viés de positividade relativamente a informações sobre grupos sociais a que se pertence. Este processo pode envolver uma memorização/evocação preferencial de informações positivas, esquecer detalhes negativos ou até mesmo recordá-los de uma forma mais positiva (Carlson et al., 2020; Sedikides & Skowronski, 2020). Um dos tipos de memória que está sujeito a este viés é a memória autobiográfica (AM) (Conway et al., 2004; Pillemer 1998; Rubin & Kozin, 1984). No contexto da AM, o termo memória flashbulb (FBM) foi introduzido pela primeira vez por Brown e Kulik (1977) como a memória vívida, duradoura e detalhada das circunstâncias nas quais a pessoa soube de um evento público surpreendente, relevante e emocional. Inicialmente, pensava-se que as FBMs eram dotadas de uma elevada consistência, sendo hipotetizada a necessidade de um mecanismo especial para a sua formação e manutenção (Bohannon & Symons, 1992; Brown & Kulik, 1977; Conway et al., 1994). No entanto, estudos mais recentes argumentam que estas memória são tão vulneráveis ao esquecimento quanto outras AMs para eventos quotidianos (Talarico & Rubin, 2003; 2007). Esses mesmos estudos mostram também que a elevada vividez e confiança na veracidade são as caraterísticas que efetivamente distinguem as FBMs. Em contraste com a FBM, a memória do evento (EM) contém detalhes factuais acerca do próprio evento, o que significa que, enquanto a FBM varia de pessoa para pessoa, a EM pode ser idêntica para um grupo de pessoas (Tinti et al., 2014). Alguns estudos mostraram que a FBM e a EM apresentam o mesmo padrão de esquecimento (Hirst et al., 2009; 2015) enquanto outros revelaram que as FBMs são menos suscetíveis a distorção e esquecimento do que as EMs (Bohannon & Symons, 1992; Conway, 1995; Curci & Luminet, 2006), favorecendo a ideia de que estes tipos de memória representam dois sistemas diferentes (Pezdek, 2003; Smith et al., 2003). Habitualmente, as caraterísticas das FBMs, principalmente, consistência e especificidade (i.e., número de detalhes) surgem associadas a uma série de fatores preditivos, como a precisão das EMs (e.g., Talarico & Moore, 2012; Tinti, et al., 2009), surpresa (e.g., Brown & Kulik, 1977; Finkenauer et al., 1998), recapitulação (e.g., Breslin & Safer, 2011; Koppel et al., 2013), intensidade emocional (e.g., Berntsen & Thomsen, 2005; Tekcan, 2001), importância (e.g., Brown & Kulik, 1977; Conway et al., 1994), conhecimento prévio e interesse pelo tema (e.g., Conway et al., 1994: Tinti et al., 2014). Adicionalmente, a influência da valência do evento nas FBMs e EMs também é por vezes abordada (e.g., Levine & Bluck, 2004; Talarico & Moore, 2012). Utilizando estes preditores, vários modelos da formação de FBMs foram propostos, contudo, nenhum está completamente de acordo. Luminet e Curci (2009) testaram vários modelos de FBM para os ataques terroristas de 11 de setembro em participantes norte-americanos e não norte-americanos, acabando por concluir que a pertença grupal (a ativação da identidade social) definia o caminho pelo qual FBMs são formadas e mantidas. Concomitantemente, apenas dois modelos incorporam fatores representativos de identidade social, nomeadamente, o de Day e Ross (2014) e outro de Berntsen (2009; 2018). Este último argumenta que a ativação da identidade social, definida como a importância para o grupo social, é o primeiro requisito para a formação de FBMs. Esta ativação dá origem a uma maior intensidade emocional, que pode levar, por sua vez, a um aumento da recapitulação. Contudo, esse aumento pode advir apenas da ativação da identidade social. Finalmente, a identidade social atua como um preditor indireto de FBMs consistentes, vívidas e dotadas de altos níveis de confiança através da ação conjunta e separada da intensidade emocional e da recapitulação. O presente estudo foca como evento a final do Campeonato Europeu de Futebol de 2016, um jogo que ficará para sempre marcado na história do povo português como a primeira vez que a seleção nacional ganhou o título de campeã da Europa. Este tipo de competições internacionais leva à exaltação da identidade nacional e permite aos cidadãos assumir uma identidade que personifica esse entusiasmo e elevação nacional, nomeadamente, a de fãs da seleção. Tratando-se de um estudo longitudinal, com uma fase de teste e outra de re-teste, esta investigação teve como objetivo comparar as características das FBMs e EMs, como especificidade, consistência, precisão e confiança ao longo do tempo. Adicionalmente, examinaram-se os preditores principais e como estes se relacionam com as características dos dois tipos de memória, incluindo se a precisão das EMs prediz a consistência das FBMs. Outro propósito da presente investigação foi comparar as EMs acerca de dois sub-eventos, um negativo, a lesão de Cristiano Ronaldo, e outro positivo, o golo de Éder, por forma a estudar o efeito da valência na memória. Por último, foi também um objetivo construir uma medida contínua de identificação grupal, nomeadamente, de fã da seleção nacional, e investigar como esta se relaciona com FBM e EM tendo por base o modelo de Berntsen (2009, 2018). Um total de 47 participantes completaram um questionário online dois anos após o jogo e uma segunda vez, quatro anos depois. Este questionário avaliou as FBMs, as EMs tanto para o evento principal como para os sub-eventos, e possíveis determinantes das mesmas como intensidade emocional, recapitulação, surpresa, importância do evento, interesse, conhecimento prévio sobre futebol e o grau de fã da seleção nacional. Além de comparações entre as FBMs e as EMs com recurso a testes-t e ANOVAs, conduziram-se análises de mediação para estabelecer a relação entre as variáveis de interesse e as características das memórias. Os resultados confirmaram o estatuto da FBM como um tipo especial de memória dotado de altos níveis de confiança e vividez, extremamente detalhado e mais consistente e preciso do que a EM. Além disso, as EMs para o sub-evento negativo permaneceram mais detalhadas e tornaram-se menos precisas, enquanto as EMs para o sub-evento positivo, ainda que menos detalhadas, mantiveram-se igualmente precisas. Este resultado sugere a existência de um viés de positividade na memória dos portugueses. Ser fã da seleção nacional não se correlacionou com as caracteristicas das FBMs, mas explicou a precisão e a confiança das EMs. Para além disto, o presente estudo retrata ser fã da seleção nacional como um preditor da confiança e precisão das EMs, sendo esta última relação mediada pelo nível de recapitulação. De forma complementar, excluindo a vividez e confiança, as restantes características da FBM não estão associadas a nenhum preditor, enquanto todos os atributos da EM acerca da vitória de Portugal mostraram estar consistentemente associados ao conhecimento prévio, intensidade emocional e recapitulação, apoiando a ideia de que diferentes mecanismos de manutenção são responsáveis pelos dois tipos de memória.Raposo, Ana Luísa Nunes, 1978-Repositório da Universidade de LisboaMarques, Maria Margarida Simões2023-07-05T12:54:56Z20212021-06-282021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/58439TID:202969991enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:07:21Zoai:repositorio.ul.pt:10451/58439Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:08:44.288366Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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