“A Gestão do Regime Terapêutico por Pessoas com Doença Mental, na Perspectiva do Cuidador Principal”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Maria de Fátima
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Rodrigues, Maria do Céu
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/6304
Resumo: “A Gestão do Regime Terapêutico por Pessoas com Doença Mental, na Perspectiva do Cuidador Principal” Este trabalho resulta de um diagnóstico de situação, que surgiu da reflexão sobre os vários fatores que levam ao reinternamento de utentes em Unidades de Psiquiatria. De entre eles emerge frequentemente o cumprimento inadequado da prescrição acompanhado por vezes da adoção de hábitos prejudiciais à sua saúde física e mental. A pertinência da gestão do regime terapêutico, assenta no facto de que se a pessoa tiver capacidade, ferramentas e autonomia para a fazer, estará a ser promovida a adesão terapêutica, diminuindo assim o impacto negativo da doença na sua qualidade de vida. Optámos por conhecer a perspetiva dos cuidadores principais, uma vez que os doentes apresentam frequentemente falta de crítica e não-aceitação da sua doença mental e o diagnóstico de situação decorreu num período de crise que levou ao internamento. Objetivos: - Conhecer a perspetiva do cuidador principal, relativamente à forma como o seu familiar com doença mental faz a gestão do regime terapêutico no domicílio; -Contribuir para a definição de estratégias direcionadas aos utentes e cuidadores principais, para a melhoria da Gestão do Regime Terapêutico. Para a realização do trabalho definimos dois critérios de pertença, nomeadamente, os cuidadores serem cuidadores principais de um utente com doença mental com um ou mais internamentos anteriores em Unidade de Psiquiatria e com regime terapêutico instituído no domicílio, e os cuidadores aceitarem participar voluntariamente no trabalho. O recrutamento dos cuidadores principais foi feito pessoalmente, na Unidade de Internamento do DPSM do HESE E.P.E. onde o familiar estava internado, ou por contacto telefónico. A recolha da informação foi feita através de entrevista estruturada aos cuidadores principais, com recurso à gravação áudio, tendo em conta os procedimentos éticos. Foram realizadas sete entrevistas, tendo-se posteriormente procedido à análise de conteúdo. Da análise dos dados fornecidos pelos cuidadores principais, o denominador comum é a incapacidade dos familiares doentes para gerirem o seu regime terapêutico no domicílio. A principal razão que para isso concorre, é o facto de não existir perceção e aceitação da verdade de terem uma perturbação psiquiátrica, motivo pelo qual não encontram justificação, para a necessidade de seguirem e aderirem a um regime terapêutico. Devido a isso, são os cuidadores que assumem de forma mais ou menos ativa, essa função. Ao tentar fazê-lo, alguns sentem maior dificuldade devido à falta de conhecimentos em relação à problemática de saúde do seu familiar. Emerge daqui a necessidade de implementar estratégias psicoterapêuticas e psicoeducativas, direccionadas quer aos cuidadores principais quer aos seus familiares doentes. Para uma efetiva gestão do tratamento, é necessário que a díade, pessoa/ cuidador, possua ferramentas que os ajudem no seu dia-a-dia e no seu contexto, a adequar esse tratamento às suas necessidades, não se limitando apenas ao papel passivo de cumpridores da medicação. Necessitam de compreender o regime terapêutico, interpretá-lo e ter capacidade para o manusear de acordo com as suas necessidades e a sua realidade. Essas ferramentas e a possibilidade de participar na construção do seu regime terapêutico, deverão ser-lhe facilitadas e promovidas pelos profissionais de saúde.
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