Estudo imunohistoquímico de tumores de pele em equinos

• Autor(a) principal: Reppen, Ana Catarina Santos
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11082
• topic: Imunohistoquímica; tumores

As neoplasias cutâneas são uma condição importante em equinos, representando em alguns estudos 50 a 80% de todos os tumores encontrados na espécie. Dentro das neoplasias cutâneas em equinos, as mais comuns, de acordo com a literatura são os sarcóides, os carcinomas de células escamosas e os tumores melanocíticos. Devido à semelhança no aspeto clínico de muitas dermopatias, o diagnóstico final destas constitui um desafio ao clínico. Para um tratamento adequado e prognóstico preciso das mesmas, é necessário o diagnóstico específico, que é alcançado por biópsia e avaliação histológica, no entanto, a evolução das técnicas de imunohistoquímica também têm sido importantes para o avanço do maneio das neoplasias de pele. A COX-2 é uma enzima que se encontra expressa em processos patológicos, como nas reações inflamatórias e na oncogénese. A sua sobreexpressão foi descrita no carcinoma de células escamosas (em humanos, cães e equinos) e melanomas (em humanos e equinos) previamente. Assim sendo, a associação entre células inflamatórias e a expressão de COX-2 pelas células da epiderme abrem uma nova linha de pesquisa sobre o papel da COX-2 na oncogénese. O c-Kit é um proto-oncogene com funções importantes na normal proliferação, desenvolvimento e diferenciação dos melanoblastos embrionários, estando expresso nos melanócitos e tumores associados. A ativação de alterações KIT demonstraram ser fundamentais para a oncogénese e estudos em humanos revelaram que a transformação maligna dos melanócitos está associada a alterações na expressão do recetor c-Kit. O presente trabalho pretendeu avaliar, em equinos, por imunohistoquímica, a expressão de COX-2 e c-Kit em 54 amostras, das quais foram identificados os seguintes tipos de neoplasias cutâneas (38 melanomas, 6 melanocitomas, 5 sarcóides, 4 CCE e 1 fibroma). A avaliação clínica baseou-se na idade (valor mínimo de 2,5 anos e máximo de 26 anos com média de 14,3 anos), género (48% ocorreram em fêmeas e 46% em machos) e raça (sobretudo Lusitano/PSL e Cruzado Lusitano, 76%). Para o marcador COX-2, observou-se uma elevada expressão em 52,8% das amostras (19 de 36) e 73,7% destas corresponderam a melanomas. Para o marcador c-Kit a marcação foi positiva em 61% das amostras, sendo que todas estas correspondem a tumores melanocíticos (melanomas e melanocitomas). A correlação entre a expressão de ambos os marcadores nos tumores de pele em equinos foi avaliada e nenhuma correlação estatisticamente significativa foi obtida. Os resultados obtidos sugerem uma expressão de COX-2 mais elevada em melanomas comparativamente aos outros tipos de neoplasias estudadas. Todos as amostras (melanomas) com presença de êmbolos, demonstraram uma elevada expressão de COX-2, sendo que a presença de êmbolos nos melanomas é classificada como um indicador de malignidade, especulamos uma associação da expressão de COX-2 ao grau de malignidade dos tumores melanocíticos. Apesar do reduzido número de amostras em estudo, este é o primeiro estudo da expressão de COX-2 e c-Kit em neoplasias cutâneas de equinos, sugerindo a COX-2 como um possível biomarcador de prognóstico em tumores melanocíticos.