Avalia??o da Vergonha Externa e Interna em Adolescentes: adapta??o e qualidades psicom?tricas da Escala de Vergonha Externa e Interna

• Autor(a) principal: Silva, Patr?cia da
• Data de Publicação: 2019
• Outros Autores: Cunha, Marina (Orientadora)
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://repositorio.ismt.pt/jspui/handle/123456789/978
• topic: Vergonha - Shame; Vergonha externa - External shame; Vergonha interna - Internal shame; Adolesc?ncia - Adolescence; An?lise fatorial confirmat?ria - Confirmatory factor analysis; Propriedades psicom?tricas - Psychometric properties

Introdu??o: A vergonha pode surgir tanto de pensamentos e sentimentos acerca do eu e de como existimos na mente dos outros, associado a perce??es e expectativas de que os outros ir?o julgar o eu (vergonha externa), como tamb?m pode surgir de autoavalia??es e autocr?ticas em que o eu ? percecionado de forma negativa (vergonha interna) (Gilbert, 1998, 2002). De notar que esta perce??o de si mesmo determina o comportamento humano em contextos sociais, influenciando, assim, a constru??o da identidade, o sentimento de aprova??o/aceita??o e desejabilidade social (Pinto-Gouveia & Matos, 2010). Esta emo??o complexa tem sido associada a estados emocionais negativos e a diversas dificuldades psicol?gicas, tornando-se importante a sua avalia??o e investiga??o. Neste sentido, Ferreira, Moura-Ramos, Matos e Galhardo (2019) desenvolveram uma escala que avalia em simult?neo os dois tipos de vergonha (externa e interna), designada por Escala de Vergonha Externa e Interna (EVEI) que revelou boas qualidades psicom?tricas. Dada a relev?ncia dos sentimentos de vergonha na fase desenvolvimental da adolesc?ncia, assim como a escassez de estudos nesta faixa et?ria, considera-se pertinente alargar a investiga??o para esta popula??o espec?fica. Objetivos: Adaptar e validar a EVEI para a popula??o de adolescentes, passando a ser designada por EVEI-A. Pretende-se analisar a sua estrutura fatorial e propriedades psicom?tricas. M?todo: Os estudos de natureza transversal e longitudinal (com intervalo de 1 m?s) foram realizados numa amostra de 297 adolescentes portugueses (145 rapazes e 152 raparigas), com idades entre os 12 e os 19 anos de idade e numa subamostra, respetivamente. Para o estudo de validade da EVEI-A, os participantes preencheram a Escala das Formas do Autocriticismo e de Autotranquiliza??o para adolescentes (EFAAA), a Escala de Ansiedade, Depress?o e Stresse (EADS-21), a Escala Breve de Vergonha Externa para adolescentes (OASB-A) e a Escala de Compara??o Social (ECS). Resultados: Atrav?s da an?lise fatorial confirmat?ria da EVEI-A, verific?mos que esta replicou o modelo de dois fatores: (1) vergonha externa, (2) vergonha interna, revelando os seguintes ?ndices de ajustamento: ?2 (19) = 41,89; p = 0,002, CFI = 0,97, TLI = 0,96 e RMSEA =0,06. Foram encontradas diferen?as de g?nero, manifestando as raparigas valores mais elevados de vergonha em ambas as dimens?es. A idade e a escolaridade mostraram uma associa??o positiva fraca com o total EVEI-A e suas dimens?es. A EVEIA mostrou uma boa consist?ncia interna para o total da escala (? = 0,85), e uma consist?ncia interna adequada para as subescalas de vergonha externa (? = 0,75) e de vergonha interna (? = 0,79). A EVEI-A apresentou correla??es positivas e altas com a escala de vergonha externa (OASB-A) e com a subescala de autocr?tica. Com as escalas de depress?o, ansiedade e de stresse apresentou uma correla??o positiva moderada. Apresentou, ainda uma correla??o negativa moderada com a subescala eu tranquilizador e com a escala de compara??o social. Conclus?o: Este estudo permitiu a disponibiliza??o de um instrumento de autorresposta fidedigno e ?til para avaliar a vergonha externa e interna em adolescentes, podendo ser utilizado em contextos cl?nicos e de investiga??o. / Introduction: Shame can arise from both thoughts and feelings about the self as well as how we exist in the minds of others, associated with perceptions and expectations that others will judge the self (external shame), in conjunction with self-assessments and selfcriticisms in which the self is negatively perceived (internal shame) (Gilbert, 1998, 2002). It should be noted that this self-perception determines human behaviour in social contexts, thus influencing the construction of identity, the sense of approval/acceptance and social desirability (Pinto-Gouveia & Matos, 2010). This complex emotion has been associated with negative emotional states and various psychological difficulties, making its evaluation and investigation important. In this sense, Ferreira, Moura-Ramos, Matos and Galhardo (2019) developed a scale that simultaneously evaluates the two types of shame (external and internal), called the External and Internal Shame Scale (EVEI) that revealed good psychometric qualities. Due to the significance of the feelings of shame in the developmental phase of adolescence, as well as the scarcity of studies in this age group, it is considered pertinent to extend the research to this specific population. Objectives: Adapt and validate the EVEI for the adolescent population, to be called EVEI-A. The intent is to analyse its factorial structure and psychometric properties. Method: The cross-sectional and longitudinal studies (with 1 month intervals) were performed in a sample of 297 Portuguese adolescents, (145 boys and 152 girls), with ages between 12 and 19 years old and in a sub-sample, respectively. To study the validity of EVEI-A, the participants completed the Forms of Self-Criticism and Self-Reassurance (FSCSR) for adolescents, the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21), The ?Other as Shamer? - brief version for adolescents(OASB-A) and the Social Comparison Scale (ECS). Results: Through the EVEI-A?s confirmatory factor analysis, we found that it replicated the two factor model: (1) external shame, (2) internal shame, revealing the following adjustment indices: ?2 (19) = 41,89; p = 0,002, CFI = 0,97, TLI = 0,96 e RMSEA =0,06. Gender differences were found, with girls indicating higher values of shame in both dimensions. The age and year of schooling showed a weak positive association with the total EVEI-A scale and its dimensions. The EVEI-A showed a good internal consistency for the total of the scale (? = 0,85), and an adequate internal consistency for the external shame (? = 0,75) and internal shame subscales (? = 0,79). The EVEI-A presented positive and high correlations with the external shame scale (OASB-A) and the self-critical subscale. The depression, anxiety and stress scales showed a moderate positive correlation. Moreover, it presented a moderate negative correlation with the subscale of self-reassurance and the social comparison scale. Conclusion: This study allowed the availability of a reliable and useful self-response instrument for the evaluation of external and internal shame in adolescents, and could be used in clinical and research contexts.