Adaptação e validação de um instrumento de capital psicológico positivo numa amostra de trabalhadores portugueses

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Viseu, João
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Encarnação, Tiago, Conceição, Andreia, Borralho, Liberata, Jesus, Saúl Neves
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/35949
Resumo: Introdução: As organizações modernas enfrentam inúmeros desafios, especialmente devido à deterioração das condições psicossociais de trabalho e ao surgimento de novas formas de trabalhar. Logo, uma organização que deseje criar vantagens competitivas e distintivas deve apostar no desenvolvimento dos recursos psicológicos, e.g., capital psicológico positivo (PsyCap), dos seus membros. Objetivos: Este estudo procurou contribuir para a adaptação e validação de uma medida de PsyCap, o questionário Optimismo, Resiliencia, Esperaranza y Autoeficacia (OREA), para uma amostra de trabalhadores portugueses, dado que as medidas existentes para avaliar este constructo apresentam limitações psicométricas (e.g., ao nível da fiabilidade). Método: Foi recolhida uma amostra de 983 trabalhadores, que foi dividida em duas subamostras, uma com 476 respondentes (73.3% do sexo feminino e com uma idade média de aproximadamente 42 anos) e outra com 507 participantes (68.9% do sexo feminino e com uma idade média de aproximadamente 40 anos). Os dados obtidos possibilitaram a realização de uma análise fatorial confirmatória, bem como serviram para testar a validade (fatorial, convergente, discriminante e de critério) e a fiabilidade do OREA. Resultados: Os resultados obtidos demonstraram que o PsyCap é melhor conceptualizado através de uma estrutura unifatorial. Registou-se a existência de validade fatorial (cargas fatoriais padronizadas dos itens superiores a .50 e estatisticamente significativas) e discriminante (valor de Average Variance Extracted superior aos valores do coeficiente de correlação ao quadrado). No entanto, o valor obtido para a validade convergente foi marginalmente inferior ao valor de corte definido pela literatura. Ao nível da fiabilidade, registaram-se valores superiores a .70 para os coeficientes alfa de Cronbach e Composite Reliability (CR). Por último, observou-se que o PsyCap se correlacionou de forma positiva com o job crafting, o engagement no trabalho, a satisfação no trabalho e a performance laboral, e de modo negativo com as exigências emocionais, a telepressão no trabalho e a exaustão emocional. Discussão/Conclusão: O OREA surge como um instrumento adequado para aferir o PsyCap em trabalhadores portugueses, sendo uma ferramenta útil para o desenvolvimento dos recursos psicológicos positivos. Além disso, à semelhança do que é referido na literatura, este conceito associou-se de forma positiva com as atitudes e os comportamentos laborais desejáveis (e.g., satisfação no trabalho, job crafting e engagement no trabalho), bem como com a performance laboral, e de forma negativa com as atitudes e os comportamentos laborais indesejáveis (e.g., exigências emocionais, telepressão no trabalho e exaustão emocional). Estudos futuros devem debruçar-se sobre a validade convergente desta medida.
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