Influência da hipoacúsia ligeira na aprendizagem da leitura
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/31511 |
Resumo: | Introdução: O saber ler implica uma aprendizagem consciente de como descodificar e compreender o que está impresso. A criança deve adquirir a capacidade de detectar os diferentes fonemas que constituem a palavra e adquirir o conhecimento das correspondências grafema-fonema que permitem a ligação entre a ortografia e o léxico auditivo presente na sua memória. A nitidez com que as crianças ouvem vai ser primordial para a qualidade das representações fonológicas adquiridas durante a aprendizagem da leitura. Esta nitidez vai depender da audição da criança e das condições acústicas da sala de aula. Objetivo: A presente investigação teve como objetivo verificar em dois grupos de crianças - normo-ouvintes e com hipoacusia ligeira - a qualidade das suas representações fonológicas e o seu impacto em habilidades envolvidas na fase inicial da aprendizagem da leitura. Metodologia: Realizou-se um estudo longitudinal. A amostra foi constituída por dois grupos de 24 crianças: o grupo de crianças com hipoacusia ligeira, cuja média dos limiares auditivos a 500, 1000, 2000 e 4000 Hz se situava entre 16 e 40 dB, e o grupo de crianças normo-ouvintes, cujos limiares auditivos a 500, 1000, 2000 e 4000 Hz estavam compreendidos entre -10 e 15 dB. As crianças de cada grupo foram emparelhadas, na turma a que pertenciam, em relação à idade, ao sexo, à inteligência não verbal, à língua materna e, sempre que possível, em relação a outras questões do questionário realizado aos pais. As crianças foram avaliadas entre a pré-primária e o 2º ano de escolaridade, em diferentes preditores da leitura, na descodificação de palavras e pseudopalavras e na compreensão na leitura. Resultados: Os resultados obtidos indicam que existe um pior desempenho das crianças com hipoacusia ligeira em relação aos seus pares normo-ouvintes especialmente nas tarefas que recrutam representações ou conhecimentos fonológicos sem suporte de informação lexical. Conclusão: A hipoacusia ligeira influencia a aprendizagem da leitura na sua fase inicial. As crianças com esse défice adquirem capacidades relacionadas com a leitura de um modo mais lento do que as crianças normo-ouvintes, nomeadamente as capacidades que de algum modo assentam na dimensão fonológica da língua. A audição não se vê, mas é uma das pedras basilares do início da aprendizagem da leitura. |
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