Avaliação bioguiada de extractos de Eragrostis viscosa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/1343 |
Resumo: | A Medicina Tradicional Angolana faz uso de diferentes plantas que nunca foram sujeitas a estudos de actividade biológica. Este trabalho consistiu no estudo dos extractos da planta Eragrostis viscosa. Avaliou-se a sua actividade antimicrobiana e citotóxica, seguida de um posterior fraccionamento do extracto com maior actividade biológica de modo a isolar os compostos activos da planta. Com os compostos isolados realizou-se um teste de genotoxicidade. Para determinar a actividade antimicrobiana foram realizados os ensaios de difusão em disco e microdiluição de modo a determinar a MIC e a MLC dos extractos. Para o Staphylococcus aureus e Bacillus cereus efectuaram-se ainda as curvas de morte para determinar qual o possível modo de acção desses extractos sobre essas estirpes. Realizou-se o teste do MTT, em fibroblastos humanos saudáveis, de modo a verificar se os extractos eram citotóxicos ou estimulavam a proliferação celular. Os primeiros resultados mostraram que o extracto de hexano tem a maior actividade biológica, sendo assim, o extracto foi fraccionado para seleccionar as fracções responsáveis por essa actividade. Quatro compostos foram isolados, nas fracções activas: o ácido 8,15-epoxilabdan-16-óico (5); 16-acetoxi-8,15-epoxilabdano (3); 8,15-epoxi-16-norlabdan-13-ona (4) e 8,15-epoxilabdan-16-ol (6), sendo o composto 5 o maioritário presente no extracto. Os compostos 3, 4 e 6 foram estudados quanto à sua genotoxicidade através do teste do micronúcleo com a citocinese bloqueada em células V79. Os resultados mostraram que nenhum dos compostos apresentaram genotoxicidade para células V79 com e sem activação metabólica. No que respeita aos extractos, eles não apresentaram actividade antifúngica, nem actividade antibacteriana para as bactérias gram-negativas. No entanto, demonstraram o seu potencial para inibir as bactérias gram-positivas. Além disso, as curvas de morte demonstraram que os extractos brutos de hexano e diclorometano apresentaram actividade bacteriostática para as estirpes de Staphylococcus aureus e Bacillus cereus. A citotoxicidade dos extractos brutos avaliada pelo teste MTT mostrou alguns resultados positivos na maior concentração utilizada nos ensaios, no entanto, são necessários estudos adicionais para dar mais detalhes sobre este tema. Em conclusão, os extractos estudados de Eragrotis viscosa não tem actividade antifúngica, inibem as bactérias gram-positivas e apresentam actividade bacteriostática para o Staphylococcus aureus e Bacillus cereus. No entanto, para obter conclusões mais relevantes neste trabalho, são necessários mais estudos antimicrobianos e de citotoxicidade com os compostos isolados da planta. |
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Avaliação bioguiada de extractos de Eragrostis viscosaPlantas medicinais - Eragrostis viscosaEragrostis viscosa - Actividade antimicrobianaEragrostis viscosa - Actividade antibacterianaEragrostis viscosa - CitotoxicidadeEragrostis viscosa - GenotoxicidadeDomínio/Área Cientifica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia QuímicaA Medicina Tradicional Angolana faz uso de diferentes plantas que nunca foram sujeitas a estudos de actividade biológica. Este trabalho consistiu no estudo dos extractos da planta Eragrostis viscosa. Avaliou-se a sua actividade antimicrobiana e citotóxica, seguida de um posterior fraccionamento do extracto com maior actividade biológica de modo a isolar os compostos activos da planta. Com os compostos isolados realizou-se um teste de genotoxicidade. Para determinar a actividade antimicrobiana foram realizados os ensaios de difusão em disco e microdiluição de modo a determinar a MIC e a MLC dos extractos. Para o Staphylococcus aureus e Bacillus cereus efectuaram-se ainda as curvas de morte para determinar qual o possível modo de acção desses extractos sobre essas estirpes. Realizou-se o teste do MTT, em fibroblastos humanos saudáveis, de modo a verificar se os extractos eram citotóxicos ou estimulavam a proliferação celular. Os primeiros resultados mostraram que o extracto de hexano tem a maior actividade biológica, sendo assim, o extracto foi fraccionado para seleccionar as fracções responsáveis por essa actividade. Quatro compostos foram isolados, nas fracções activas: o ácido 8,15-epoxilabdan-16-óico (5); 16-acetoxi-8,15-epoxilabdano (3); 8,15-epoxi-16-norlabdan-13-ona (4) e 8,15-epoxilabdan-16-ol (6), sendo o composto 5 o maioritário presente no extracto. Os compostos 3, 4 e 6 foram estudados quanto à sua genotoxicidade através do teste do micronúcleo com a citocinese bloqueada em células V79. Os resultados mostraram que nenhum dos compostos apresentaram genotoxicidade para células V79 com e sem activação metabólica. No que respeita aos extractos, eles não apresentaram actividade antifúngica, nem actividade antibacteriana para as bactérias gram-negativas. No entanto, demonstraram o seu potencial para inibir as bactérias gram-positivas. Além disso, as curvas de morte demonstraram que os extractos brutos de hexano e diclorometano apresentaram actividade bacteriostática para as estirpes de Staphylococcus aureus e Bacillus cereus. A citotoxicidade dos extractos brutos avaliada pelo teste MTT mostrou alguns resultados positivos na maior concentração utilizada nos ensaios, no entanto, são necessários estudos adicionais para dar mais detalhes sobre este tema. Em conclusão, os extractos estudados de Eragrotis viscosa não tem actividade antifúngica, inibem as bactérias gram-positivas e apresentam actividade bacteriostática para o Staphylococcus aureus e Bacillus cereus. No entanto, para obter conclusões mais relevantes neste trabalho, são necessários mais estudos antimicrobianos e de citotoxicidade com os compostos isolados da planta.Angolan traditional medicine makes use of several plants that have never been tested for its biological activity. The present work intended the study of extracts of the grass Eragrostis viscosa. Antimicrobial and cytotoxic activity of Eragrostis viscosa was evaluated, followed by a subsequent fractionation of the extract with the highest biological activity, in order to isolate the active compounds of the grass. Moreover, the isolated compounds were tested for genotoxicity. To determine the antibiotic activity, assays of disk diffusion and microdilution were performed to resolve the MIC and MLC in the extracts. Additionally, the time-kill curves for Staphylococcus aureus and Bacillus cereus were carried out to examine the behaviour of the extract in the present of these strains. The MTT test was also performed with the grass extracts using healthy human fibroblasts to ascertain whether the extracts were cytotoxic or encouraged cell proliferation. The first results revealed that the hexane extract has the highest biological activity, thus this extract was fractionated to select the fractions responsible for that activity. Four compounds were isolated, namely 8,15-epoxy-labdan-16-oic acid (5), 16- acetoxy-8,15-epoxylabdane (3), 8,15-epoxy-16-norlabdan-13-one (4) and 8,15-epoxylabdan-16-ol (6). Compound 5 was the major compound in the extract. The compounds 3, 4 and 6 were studied for their genotoxicity by micronucleus assay with V79 cells blocked at cytokinesis. The results showed that none of the compounds had genotoxicity towards V79 cells with and without metabolic activation. In concern to the crude extracts, they showed no antibacterial or antifungal activity with gram-negative strains. However, they demonstrate their potential to inhibit gram-positive strains, and in less extend to strains of Staphylococcus aureus resistant to methicillin (MRSA). Furthermore, the time kill curves demonstrated that the crude extracts of hexane and dichloromethane had a bacteriostatic activity against the strains of Staphylococcus aureus and Bacillus cereus. The cytotoxicity of the crude extracts evaluated by the MTT test and showed some positive results in higher concentrations, however, further analysis are needed to give more details about this topic. In conclusion, the extracts studied of Eragrostis viscosa has no antifungic activity, inhibit gram–positive bacteria and presents bacteriostactic activity against Staphylococcus aureus and Bacillus cereus. However, to obtain more relevant conclusion in this work, further investigation is needed, such as more antimicrobial and cytotoxicity assays with compounds isolated from the grass.Universidade da Beira InteriorDomingues, Fernanda da ConceiçãoGranadeiro, Luiza Augusta Tereza Gil BreitenfeldMendonça, Dina Isabel Malheiros Dinis deuBibliorumVieira, Liliana Isabel de Oliveira20102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1343porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-31T02:31:37Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1343Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:12.311444Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A Medicina Tradicional Angolana faz uso de diferentes plantas que nunca foram sujeitas a estudos de actividade biológica. Este trabalho consistiu no estudo dos extractos da planta Eragrostis viscosa. Avaliou-se a sua actividade antimicrobiana e citotóxica, seguida de um posterior fraccionamento do extracto com maior actividade biológica de modo a isolar os compostos activos da planta. Com os compostos isolados realizou-se um teste de genotoxicidade. Para determinar a actividade antimicrobiana foram realizados os ensaios de difusão em disco e microdiluição de modo a determinar a MIC e a MLC dos extractos. Para o Staphylococcus aureus e Bacillus cereus efectuaram-se ainda as curvas de morte para determinar qual o possível modo de acção desses extractos sobre essas estirpes. Realizou-se o teste do MTT, em fibroblastos humanos saudáveis, de modo a verificar se os extractos eram citotóxicos ou estimulavam a proliferação celular. Os primeiros resultados mostraram que o extracto de hexano tem a maior actividade biológica, sendo assim, o extracto foi fraccionado para seleccionar as fracções responsáveis por essa actividade. Quatro compostos foram isolados, nas fracções activas: o ácido 8,15-epoxilabdan-16-óico (5); 16-acetoxi-8,15-epoxilabdano (3); 8,15-epoxi-16-norlabdan-13-ona (4) e 8,15-epoxilabdan-16-ol (6), sendo o composto 5 o maioritário presente no extracto. Os compostos 3, 4 e 6 foram estudados quanto à sua genotoxicidade através do teste do micronúcleo com a citocinese bloqueada em células V79. Os resultados mostraram que nenhum dos compostos apresentaram genotoxicidade para células V79 com e sem activação metabólica. No que respeita aos extractos, eles não apresentaram actividade antifúngica, nem actividade antibacteriana para as bactérias gram-negativas. No entanto, demonstraram o seu potencial para inibir as bactérias gram-positivas. Além disso, as curvas de morte demonstraram que os extractos brutos de hexano e diclorometano apresentaram actividade bacteriostática para as estirpes de Staphylococcus aureus e Bacillus cereus. A citotoxicidade dos extractos brutos avaliada pelo teste MTT mostrou alguns resultados positivos na maior concentração utilizada nos ensaios, no entanto, são necessários estudos adicionais para dar mais detalhes sobre este tema. Em conclusão, os extractos estudados de Eragrotis viscosa não tem actividade antifúngica, inibem as bactérias gram-positivas e apresentam actividade bacteriostática para o Staphylococcus aureus e Bacillus cereus. No entanto, para obter conclusões mais relevantes neste trabalho, são necessários mais estudos antimicrobianos e de citotoxicidade com os compostos isolados da planta. |
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