Imagens e miragens do mundo lusófono nos manuais escolares de história portugueses: visões do passado, presente e futuro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1822/81194 |
Resumo: | Os manuais escolares têm constituído um instrumento privilegiado para a disseminação de narrativas hegemónicas sobre o passado e a construção dos referenciais de alteridade, que rei1cam clivagens abissais entre “nós” e os “outros”. O modo como operam as fronteiras, quais as categorias que em cada momento são convocadas e rei1cadas, quais as que se esbatem e quais as que se reforçam nos processos sociais em que se fundam são alguns dos aspetos essenciais que importa analisar. Nas últimas décadas, diversos organismos internacionais têm salientado a importância do ensino da história para promover a “interculturalidade”, desmontar “preconceitos” e construir uma “cultura de paz”. Neste capítulo, iremos examinar as representações do “mundo lusófono” nos manuais de história atualmente em vigor no ensino secundário em Portugal. A partir de um modelo teórico transdisciplinar, empreendemos uma análise do discurso, tendo em conta texto (verbal e visual) e contexto. Iremos prestar particular atenção às imagens de pessoas e ao modo como estas são usadas para reforçar ou desafiar representações hegemónicas sobre a história nacional e o futuro das “relações privilegiadas” com os países de língua o1cial portuguesa. A partir de um estudo de caso, demonstramos que, apesar da inclusão pontual das “visões do outro” sobre períodos “sensíveis” da história nacional, os manuais continuam a veicular hierarquizações raciais e a reforçar uma visão eurocêntrica e androcêntrica da história, isto é, não se observa uma verdadeira transformação das estruturas narrativas e a descolonização do conhecimento. O mapeamento das ausências e dos silêncios torna evidente um presente marcado pela colonialidade do poder e do saber, e um futuro próximo imaginado como branco e envelhecido. |
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