REFERENCIAÇÃO PRECOCE DE DOENTES COM ORBITOPATIA TIROIDEIA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, RITA SOUSA
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: FERREIRA, MARA, CABRAL, JOÃO, ROSARIO, FRANCISCO, OLIVEIRA, JORGE
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.48560/rspo.19634
Resumo: Introdução:  Na Doença de Graves (DG), o diagnóstico precoce da Orbitopatia Tiroideia (OT) é fundamental para que se possa evitar as graves sequelas físicas e psicológicas de uma OT não tratada. Este estudo teve como objetivo avaliar os resultados da articulação precoce entre as áreas especializadas de Endocrinologia e Oftalmologia, na consulta de Olho-Tiroideia. Material e Métodos: Avaliação retrospetiva de 10 anos dos resultados da articulação feita para a consulta de Orbitopatia tiroideia do Hospital da Luz, antes e depois da criação de um protocolo de referenciação precoce, instituído em 2014. Os doentes seguidos em consulta foram caraterizados com base em 2 grupos de estudo: grupo 1 de referenciação precoce, com <1 Ano (A) de diagnóstico de Doença de Graves (DG), vs o grupo 2 com >1A de diagnóstico de DG. A atividade da OT foi avaliada através do Clinical Activity Score (CAS). A análise estatística dos dados foi realizada em SPSS (versão 21). Resultados e Discussão: Entre 2008 e 2018, foram observados 391 doentes na consulta de especialidade (Grupo 1:2 – 201:190), sendo 48 anos a idade média e 81% de doentes do sexo feminino.  Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em relação às queixas oftálmicas nos dois grupos (Grupo 1:2 – 113:128; p>0,05). Em relação à atividade da doença, os resultados foram CAS<3 = 82% e CAS≥3 = 18 % no grupo 1, e CAS<3 = 92% e CAS≥3 = 8 % no grupo 2, com p>0,05. O tabaco é relevante para o CAS apenas nos doentes do grupo 2 (p<0,05). O CAS mostrou-se maior nos doentes mais velhos p< 0,05 (no total, mas a relação é mais forte nos doentes com referenciação precoce). O CAS também demonstra ser significativamente maior nos homens p<0,05 no grupo 1, mas não no grupo total de doentes. Em relação ao tratamento, foram encontradas diferenças entre os dois grupos de estudo (p<0,05), tendo sido instituído tratamento conservador em 54,2% vs 46,8% face aos 12,4% vs 7,3% de doentes tratados com pulsos de metilprednisolona (Grupo 1 vs 2). Conclusões:  A série estudada mostra as características de uma consulta com vasta experiência e inserida num hospital terciário com uma maior proporção de casos com mais atividade, do que a descrita na literatura. Na referenciação precoce a doença ativa é mais prevalente, sendo inferior o número de doentes sem doença ativa, mas a associação não é significativa. Na referenciação precoce há significativamente mais doentes enviados para corticoterapia por pulsos. Com o protocolo de referenciação verificou-se que o CAS em doentes precocemente enviados é significativamente diferente em relação ao período prévio, no entanto mais semelhante ao descrito na literatura - são enviados mais doentes e não apenas os mais queixosos, o que permite diagnosticar e tratar precocemente estes doentes. Assim concluímos que ao referenciar precocemente estes doentes melhoramos a qualidade de vida, diminuindo as sequelas de uma eventual OT em doentes com DG.   Palavras-Chave: orbitopatia tiroideia, doença de Graves, protocolo, referenciação precoce, consulta olho-tiroideia
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